A economia está vivendo uma combinação desastrosa de crescimento
quase nulo e uma forte pressão inflacionária. Os economistas chamam isto de estagflação, o pior dos mundos.
Ambos são nefastos individualmente e juntos provocam uma catástrofe na economia.
O resultado já está ferindo os brasileiros que pagarão mais impostos, terão menos contrapartida de serviços, menos empregos e maior custo de vida.
O Comitê
de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira, na ata de sua última reunião, semana passada, quando
os juros subiram para 12,25% ao ano, que estima um aumento de 8% no preço da
gasolina e de 27,6% na energia elétrica em 2015.
De
acordo com a autoridade monetária, a hipótese de elevação de 8% no preço da
gasolina, estimada pelo BC, reflete, em grande parte, o aumento da tributação
anunciada pelo governo na semana passada, por meio da Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico (Cide), do PIS e da Contribuição para
Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Já a
estimativa de alta de 27,6% no preço da energia elétrica em 2015, ainda de
acordo com o Banco Central, é reflexo do repasse às tarifas do custo de
operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE).
O
governo anunciou, recentemente, que não pretende mais fazer repasses à CDE - um
fundo do setor por meio do qual são realizadas ações públicas - em 2015, antes
estimados em R$ 9 bilhões. Com a decisão do governo, as contas de luz dos
brasileiros podem sofrer em 2015, ao todo, aumentos ainda superiores aos
registrados no ano passado. Especialistas avaliam que a alta de energia, neste
ano, pode chegar a até 40%.
Custo de
produção maior
O custo
de produção de eletricidade no país vem aumentando principalmente desde do
final de 2012, com a queda acentuada no armazenamento de água nos reservatórios
das principais hidrelétricas do país.
Para poupar
água dessas represas, o país vem desde aquela época usando mais termelétricas,
que funcionam por meio da queima de combustíveis e, por isso, geram energia
mais cara. Isso encarece as contas de luz.
Entretanto,
também contribui para o aumento de custos no setor elétrico o plano anunciado
pelo governo ao final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em 20%.
Para
chegar a esse resultado, o governo antecipou a renovação das concessões de
geradoras (usinas hidrelétricas) e transmissoras de energia que, por conta
disso, precisaram receber indenização por investimentos feitos e que não haviam
sido totalmente pagos até então. Essas indenizações ainda estão sendo pagas,
justamente via CDE.
Gás de
cozinha e telefonia fixa
O Banco
Central estimou ainda, na ata do Copom divulgada na manhã desta quinta-feira,
que o preço do gás de cozinha deve ter um aumento de 3% neste ano, enquanto que
a telefonia fixa deve ter alta de 0,6% em 2015.
Preços
administrados
Com a
alta da tributação sobre gasolina e fim de repasses para a conta de luz, o
Banco Central informou que prevê, para o conjunto de preços administrados (como
telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros), um
aumento de 9,3% neste ano. Se confirmada, será a maior alta desde 2004 - quando
houve aumento de 9,77%.
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