A crise
econômica que pegou os consumidores americanos pela garganta, em 2008, não
livrou ninguém. Nos
primeiros dois anos, as vendas de motocicletas caíram a níveis nunca vistos desde os anos 1990.
Quatro anos depois, o mercado vem se aquecendo, outra vez,
com a recuperação da maior economia do mundo, permitindo aos americanos retornarem
seu poder de comprar.
Mas a supremacia da Harley-Davidson parece intocada,
segundo análises publicadas esta semana, depois que a HDMC apresentou seu
resultado do segundo trimestre de 2013.
"A
Harley-Davidson reina absoluta no mercado americano de motocicletas. Uma das
duas únicas marcas americanas a sobreviver a Grande Depressão (a outra é a
Indian), tem um comunidade fiel à sua marca e detêm 50% do mercado americano e
33% do mercado mundial de motocicletas acima de 450 cc.
Conforme os
relatórios apresentados ao mercado financeiro, nos últimos dois anos e meio, a
H-D tem mantido um aumento constante nas vendas de motocicletas novas, com um crescimento
médio de 6,4%. Além disso, o resultado operacional cresceu 17,65%, com lucros
aumentando na ordem dos 14.72%.
O valor das
ações da H-D Inc. na Bolsa de New York aumentou 454% desde 2009. Naquele
primeiro ano da crise internacional suas ações chegaram a ser negociadas a
US$10. Hoje, as ações da Harley estão no patamar de US$55.
Fruto de
uma estratégia de crescimento bem planejada, atingiu um público mais jovem, que
hoje representa 30% sua base de consumidores. E a venda de acessórios e roupas
acompanha este novo consumidor da marca, ávido por manter-se na moda e pertencer
à elite do motociclismo.
No cenário
internacional o resultado não foi diferente. Até 2005 as vendas fora dos EUA
representavam 16%. Hoje, já são responsáveis por 35% das vendas consolidadas
(motocicletas novas, acessórios e vestimenta)."
O número de
revendedores H-D fora dos EUA atingiu 104 novas unidades desde 2009, com a
inauguração da nova loja em Salvador, BA. O objetivo da Harley-Davidson é chegar
a um total de 150 novos revendedores internacionais até o final de 2014.
No seu
relatório ao mercado, a HDMC indica que o lucro líquido do primeiro semestre
foi de US$495,9 milhões, com receita consolidada de US$3,37 bilhões. O crescimento
foi de 18,2% no lucro e de 6,6% no faturamento.
No geral,
as vendas de motocicletas nos EUA caíram 10% no primeiro semestre de 2013,
comparado ao mesmo período de 2012. Segundo a Associação de Fabricantes de
Motocicletas, a causa foi uma primavera particularmente fria e chuvosa,
atrasando o início da temporada de vendas.
Apesar
disto a Harley-Davidson entregou 114.447 motocicletas novas aos seus
revendedores, uma redução de apenas 0,6% comparado ao ano anterior.
Os concorrentes mais próximos da H-D no mercado americano são a Honda Motor Company e a Polaris Industries.
Maior
fabricante mundial de motocicletas de qualquer cilindrada desde 1959, a Honda está
enfrentando sérias dificuldades,com lucros bem abaixo do esperado. A
decisão do Banco Central do Japão de desvalorizar o iene perante o dólar e
outras moedas fortes, aumentou consideravelmente o custo de produção do gigante
japonês.
Apesar de
um crescimento de 2,8% nas vendas de motocicletas por unidade, a conversão de
moedas trouxe este crescimento para modestos 0,7%, quando traduzidos em receita
financeira. E apesar de cortes dramáticos nos custos de produção, o lucro
operacional da Honda atingiu US$1,1 bilhão em 2012, uma queda de 22,7% sobre o
ano anterior.
Como o
governo do Japão deve continuar com a política de desvalorização de sua moeda,
o resultado da Honda continuará a sofrer.
A Polaris, líder
mundial de veículos recreativos - especialmente quadriciclos e motos de neve - não
está mostrando a mesma força no segmento motociclístico.
As vendas da
On-Road Division cairam 3% no últimos semestre. Esta divisão é responsável pela
fabricação e venda das marcas Indian e Victory. A Polaris criou a Victory
Motorcycles em 1998 e comprou a Indian em 2011 para competir diretamente com a
Harley-Davidson.