Eu estava lá. Eu ví. E não há nenhuma propaganda "oficiosa" que faça apagar o que meus olhos viram e meus ouvidos escutaram, naqueles meses anteriores ao 31 de Março de 1964.
"Apesar da retirada, pelo Governo, do 31 de Março do calendário comemorativo nacional, a lembrança do
glorioso Movimento em defesa da Democracia, desencadeado pelo Povo Brasileiro
em 1964, permanece mais viva do que nunca na sua memória.
31 de março de 1964 é
a data histórica que marcou um “basta” contra os desmandos e a ausência de
autoridade que o próprio Governo instalado patrocinava, com o propósito de
levar o País ao caos e ao descontrole institucional.
Tal anarquia atendia à
estratégia final que levaria à iminente instalação no País de um regime
totalitário-sindicalista com inspiração bolchevista.
Instadas pela própria
população, as Forças Armadas assumiram o comando das ações, atuando
emergencialmente para restaurar a ordem, e, finalmente, dominar a subversão em
todas as formas em que se manifestou.
Daí em diante, o
controle do Estado foi definitivamente restabelecido e reorganizada a
administração nacional, que alcançou um desenvolvimento sustentado com
sucessivos recordes de crescimento econômico.
O tempo passou, muita
coisa aconteceu nesses quarenta e sete anos, quase meio século, e o País
recebeu, entre outros, um excepcional legado de infra-estrutura básica,
adquirindo, desse modo, energia para garantir a continuidade do progresso
econômico.
Infelizmente, uma
parcela de inconformados ainda trabalha negativamente, tentando alcançar os
mesmos objetivos retrógrados do passado. Assim, nuvens negras voltam a pairar,
ameaçadoramente, nos nossos horizontes.
Eles, hoje, atuam de
forma diferente. Não, pela ameaça do terrorismo ou das guerrilhas e, sim, pela
letra do manual “gramsciano” – passo a passo – com paciência e perseverança,
procurando anestesiar a opinião pública por meio do favorecimento financeiro e
da propaganda insidiosa.
Essa estratégia de “aparvalhamento”
da Sociedade apresenta-se com as seguintes faces:
- Ocupação dos cargos públicos (e muitos privados), em todos os níveis, por militantes do partido do Governo;
- Suborno coletivo com dinheiro público, mormente, junto às populações menos favorecidas e sem acesso à informação de qualidade;
- Propaganda governista, por parcela da mídia mercenária, no rádio, nos jornais, na televisão e no cinema.
- Atuação no setor educacional pelo controle dos currículos e dos livros didáticos, incluindo, aqui, a sutil penetração nos estabelecimentos militares de ensino;
- Uma fraca oposição político-parlamentar, caracterizando a figura do “partido único”.
Todo esse aparato,
dirigido pelo comando centralizado de uma minoria atuante, tem transformado o
regime brasileiro em autêntica ditadura, travestida de democracia virtual.
Dentro desse quadro,
as Forças Armadas, como Instituição não cooptável por tais manobras, passaram a
ser alvos de irresponsáveis medidas que visam ao seu enfraquecimento ou
eventual extinção/substituição. Não só pela prática de sistemática campanha que
tenta aviltar a história militar brasileira, como pela gradativa e perigosa
redução de sua capacidade operativa.
Com insuficientes
orçamentos, protelação das decisões para renovação do material de defesa e
constantes reduções do padrão salarial do pessoal militar, tentam atingir o
moral e a vontade da Instituição.
É preciso que os
neófitos entendam que só existe soberania se ela for respaldada por força de
defesa competente, e que sem soberania não pode subsistir o Estado nacional.
No cenário
internacional, temos tido freqüentes exemplos de imposição da vontade do mais
forte sobre países de expressão militar limitada.
As negociações
diplomáticas são desenvolvidas sob aparente igualdade de condições, onde,
porém, impera o conhecido adágio, seguido pelos mais fortes: “Seja razoável!
Faça como eu quero”.
O argumento final da
diplomacia é sempre o da força militar.
Urge, portanto, que a
atual Presidente contenha os arroubos dessa minoria inconseqüente, procurando
anular-lhes as intenções mesquinhas, que poderão fazer recrudescer animosidades
do passado, dificultando as legítimas ações governamentais e, até mesmo,
comprometendo o equilíbrio institucional do País.
Por que não
trabalharmos todos no sentido único de fazer crescer e desenvolver o Brasil no
rumo de seu inexorável destino de grande nação?
O que querem, afinal,
esses inconsoláveis perdedores?"
Ivan Frota – Presidente do Clube Militar