sábado, 4 de janeiro de 2014

Autosuficiência? Aonde?

Plataforma P-50, em 2006.

Em 2006, durante a inauguração da plataforma P-50, na Bacia de Campos,  o então presidente da república anunciou que finalmente, após 53 anos de monopólio, a Petrobrás havia alcançada a autosuficiência na produção de petróleo. O governante chamou este momento de “independência” comparando-se a Tiradentes, que segundo ele “ousou desafiar a idéia de que o Brasil não poderia ser independente.”

O anúncio da "autosuficiência", em 2006.
7 anos depois   ̶   sem alusão ao dito popular de que 7 é o número dos mentirosos   ̶   esta se junta à outras falácias empregadas pelos governantes deste eterno “país do futuro”, tais como pagamento da dívida pública, eliminação da miséria, transposição do São Francisco, redução no custo de energia elétrica, etc.

Veja aqui a mentira oficialmente publicada


Contra os fatos e números não há argumentos; o Brasil está muito longe da autosuficiência energética e a política empregada no setor de Óleo&Gás está muito longe do resultado alardeado pela propaganda oficial.

As importações de petróleo e derivados superaram a marca de US$ 40 bilhões em 2013, em uma tendência que tem feito estragos na balança comercial brasileira e no caixa da Petrobrás nos últimos anos.

O deficit da conta petróleo saltou para US$ 20,277 bilhões em 2013, em relação ao deficit de US$ 5,379 bilhões em 2012, mostraram dados da Secretaria de Comércio Exterior divulgados nesta quinta-feira.
As importações de petróleo bruto subiram 20,8% em 2013 para US$ 16,32 bilhões, contribuindo para que o Brasil fechasse o ano com o pior desempenho comercial em mais de uma década.

As compras externas dos demais produtos da cadeia, como combustíveis e lubrificantes, tiveram aumento de 9,5%, atingido US$ 24,18 bilhões em 2013.

Nos últimos anos, o Brasil passou de exportador a importador de gasolina para dar conta do aumento da frota de veículos, que cresceu expressivamente, estimulada pela redução do IPI e sem a mínima preocupação  com o necessário planejamento estratégico, sem levar em conta a péssima infraestrutura viária e ao deficit na produção de combustíveis.

N/T "Sergio Buarque de Holanda", de 48.300 TPB.
O país também é deficitário em óleo diesel, derivado que responde por boa parte das compras externas da Petrobrás. As importações têm afetado os resultados da estatal, já que ela não repassa para os consumidores o custo total das aquisições no exterior, o que se revelaria uma grande pressão inflacionária, se assim o fizesse.

Além de elevar expressivamente as importações de gasolina e diesel, a Petrobras reduziu as exportações de petróleo, pois precisou aumentar a carga processada nas refinarias no Brasil.

As exportações de petróleo bruto somaram US$ 12,96 bilhões em 2013, com queda de cerca de 36% em relação a 2012. As exportações de óleos combustíveis caíram cerca de 23%, para US$ 3,87 bilhões.


As importações de petróleo e seus derivados impactou bastante a balança comercial brasileira, que registrou um superavit de apenas US$ 2,561 bilhões em 2013, no pior resultado comercial desde 2000.

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