Quase todo dia leio no noticiário alguma notícia referente à impunidade criminal no Brasil.
Desde políticos e funcionários públicos, flagrados em atos de corrupção, até assassinos confessos, passando por motoristas bêbados e ladrões, todo tipo de criminoso volta às ruas ou siquer são presos, neste país onde tudo se pode.
Uma coisa é ler as notícias e, outra, é ser a notícia.
Ontem, domingo, eu e minha esposa passamos a ser potencial notícia dos jornalecos que cobrem as ocorrências policiais.
Como fazemos quase todo domingo, fomos tomar o café da manhã em um local próximo de casa, onde se reúnem motociclistas - a maioria Harleyros - para bater papo. O local é um restaurante, mas que abre nas manhãs de domingo para café.
Estávamos lá, acompanhados de outros casais, todos amigos. Por volta das 11:20 entrou um casal desconhecido que sentou-se próximo de onde estávamos, pediu uma água mineral e logo deixou o local.
Passado meio hora, resolvemos nos despedir. Neste momento minha esposa percebeu que sua bolsa, colocada no respaldo de sua cadeira, havia desaparecido. Havia sido furtada pela mulher que estivera no local momentos antes (todo o lance foi gravado pelas câmeras de segurança do restaurante).
Imediatamente tomamos as providências de cancelar o cartão de crédito e bloquear o chip do celular. Em seguida procuramos um chaveiro, para abrir a porta da nossa residência, pois a chave também estava na bolsa. Com o chaveiro já avisado, seguimos para a Delegacia local para registrar o Boletim de Ocorrência.
Aí começamos a ter a perfeita noção do que é o Brasil que não se vê na propaganda oficial.
A porta de entrada da delegacia estava fechada. Conseguimos entrar por uma porta lateral, que descobrimos por indicação de um morador da mesma rua. Não havia qualquer sinalização
A delegacia é um pardieiro. O delegado não estava. Havia dois policiais atendendo. O aspecto físico e a roupa que usavam não nos permitiam saber se eram, de fato, policiais. Não portavam qualquer forma de identificação. Nem crachá, nem distintivo, nada.
Prestamos as declarações, o B.O. foi feito e seguimos para casa, à espera do chaveiro, que chegou logo depois.
Por volta das 17:00 horas, recebemos a ligação de uma amiga, informando que um casal com as mesmas características tinha sido preso, próximo ao seu estabelecimento comercial.
Fui à delegacia e, realmente, era a mesma mulher que havia entrado no café e furtado a bolsa da minha esposa. O seu cúmplice também havia sido preso.
No carro dos criminosos a polícia encontrou uma quantidade muito grande de bolsas femininas, além de celulares, documentos, cartões de crédito, talões de cheque e outros pertences de sua vítimas.
A bolsa da minha esposa estava lá, só que vazia.
A bolsa H-D da minha esposa, na pilha de bolsas femininas furtadas pela criminosa. |
Depois de algumas horas (saímos da delegacia quase meia-noite), depoimentos e reconhecimento dos crimininosos, regressamos para casa, com a bolsa vazia. Todos os pertences foram perdidos.
Ao fazer uma checagem com o nome da criminosa na Internet, descubro, entre outras coisas, que ela tinha sido presa em flagrante em Abril 2010 em Florianópolis e condenada em Maio de 2011 a 6 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Pelos mesmos crimes que cometeu em Balneário Camboriú: furto de bolsas e carteiras.
Menos de 3 anos depois, estava livre, leve e solta, fazendo o que sabe fazer melhor: roubar.
E, assim, la nave va.
P.S.: o nome da criminosa é Gabriela Grabinski da Graça Silveira, de Porto Alegre. O cúmplice é Humberto Martin Ore de La Cruz, peruano, que havia sido preso em flagrante e condenado em 2010, no Paraná, pelos mesmos delitos.
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