A
estabilidade política e econômica, o crescimento do mercado consumidor e os
incentivos fiscais fazem do Brasil um país atraente para os investidores
estrangeiros. Mas nem todos os estados conseguem aproveitar essa oportunidade
como deveriam. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul,
Paraná, Distrito Federal e
Santa
Catarina são os únicos que apresentam um bom ambiente de negócios para quem
quer investir no setor produtivo do país. Nos demais, problemas como a carga
tributária elevada, a burocracia, as deficiências de infraestrutura e a falta
de mão de obra qualificada afugentam o capital externo. Essas são as principais
conclusões do primeiro Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros, elaborado
pela Unidade de Inteligência do grupo inglês Economist, patrocinado pelo Centro
de Liderança Pública e publicado com exclusividade por VEJA. O relatório será
atualizado anualmente e divulgado na última edição do ano da revista. O
objetivo é ajudar a balizar os administradores públicos, a fim de que eles
promovam as reformas necessárias e, assim, aumentem a sua capacidade de atrair
o investimento estrangeiro e também nacional. Afinal de contas, legislações que
proporcionem maior eficiência e produtividade funcionam como um ímã para o
dinheiro de qualquer nacionalidade.
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Resultado do estudo na Região Sul |
Para
fazerem o ranking, os pesquisadores analisaram 25 indicadores em oito quesitos
(um resumo das tabelas e a íntegra do
estudo está em
veja.com). “A meta principal é fortalecer as instituições e
evitar o personalismo. Por isso, não foi analisado o desempenho dos
governantes, mas das políticas públicas implementadas ao longo dos últimos
anos. Instituições vigorosas estão na base do sucesso de uma nação”, diz Luiz
Felipe d’Ávila, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública. De fato, a
robustez das instituições explica o desempenho dos estados que estão no topo da
avaliação. São Paulo está entre os três primeiros em sete dos oito quesitos e
lidera a classificação geral. “O estado de São Paulo apresenta o melhor
‘ecossistema’ para a realização de negócios. Tem estabilidade política, as
melhores universidades, boa infraestrutura e uma indústria de serviços
consolidada. Só precisa simplificar seu sistema tributário”, aponta D’Ávila. Já
o Piauí, o último colocado, é exatamente o oposto — trata-se de um estado com
instituições sucateadas e um poder público deficiente. A infraestrutura é tão
precária que a produção precisa ser escoada por meio dos estados vizinhos. Para
se ter uma ideia, a construção do Porto de Luís Correia, obra que amenizaria o
problema, arrasta-se há mais de trinta anos.
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A posição de Santa Catarina |
Com a
proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, aliada à
crise econômica que colocou de joelhos os Estados Unidos e a Europa, o Brasil
passa por uma expansão assombrosa no que se refere aos investimentos
estrangeiros diretos. De janeiro a novembro deste ano, o país recebeu mais de
60 bilhões de dólares, um recorde. As 27 unidades administrativas brasileiras
não concorrem apenas entre si para atrair esses recursos, mas também com outros
países. Por esse motivo, mesmo os melhores estados precisam modernizar ainda
mais sua legislação, qualificar a mão de obra e divulgar suas vantagens.
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