Concepção artística da Ponte Anita Garibaldi, em Laguna, SC. |
Parece que
os construtores de rodovias, no Brasil, aposentaram os dois utensílios
profissionais, faz tempo.
Prumo e nível: dois instrumentos indispensáveis. |
Quem
trafega pelas rodovias do país sabe que os engenheiros nacionais não conseguem
construir uma estrada e uma ponte ou viaduto no mesmo nível. Em alguns casos, a
diferença de nível entre as duas chega a provocar desastres.
A BR-101, a
mais importante ligação do Sudeste (leia-se S.Paulo) e o Sul, sofre do mesmo
mal. A grande maioria das pontes e viadutos da rodovia tem diferenças de nível
bem acentuadas.
Lendo as
notícias nesta manhã ensolarada de verão (mas com temperatura amena: 25°C aqui
em Balneário Camboriú), vejo matéria no Diário Catarinense, de Florianópolis, sobre a ponte de Laguna.
A
duplicação da BR-101, da cidade de São Paulo para o Sul do país parece que começou há
séculos. Talvez antes mesmo do Brasil ser descoberto: não por Lula, mas por
Pedro Álvares Cabral, mesmo.
Há três
gargalos nesta rodovia, que nos remetem ao início do século XX, pelo menos: a
Serra do Cafezal, no Estado de São Paulo, o Morro do Cavalo na cidade de
Palhoça e a ponte de Laguna, ambos em Santa Catarina.Os três
pontos estão em obras eternas de duplicação.
A Serra do Cafezal até dá para
entender, por sua situação geográfica.
O Morro do
Cavalo tem sua duplicação atrasada, há décadas, por causa de um tipo de sapo e
meia dúzia de índios que vivem na região. Estes dois entes transformaram-se nos
elementos que impedem que a rodovia possa ser ampliada para aliviar o trânsito
e provoca engarramentos homéricos na rodovia.
Um acordo foi obtido na justiça recentemente e um trecho "provisório" está sendo construído no local.
É uma questão política burra, num
país em que o bom senso pediu as contas e se mudou para o exterior, faz tempo!
Por último,
a ponte de Laguna, na cidade do mesmo nome, sobre a Lagoa do Imaruí. Vamos
falar sobre ela, nesta postagem.
A
duplicação da BR-101 entre Curitiba e o Rio Grande do Sul teve início há 30
anos. Neste período foi concluído o trecho entre a capital paranaense e
Florianópolis, com 312 km, obra terminada ainda durante o governo do presidente
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O trecho
entre Palhoça, SC e a divisa com o Rio Grande do Sul (250 km) está em obras há
mais de 15 anos e ainda não foi concluído.
Ponte Anita Garibaldi. Situação, hoje. |
Eu me mudei
para Santa Catarina, vindo do exterior, em janeiro de 2006. Meses depois participei
de uma reunião na FIESC (Federação das Indústrias de SC), onde um representante
do DNIT fez uma palestra sobre as obras de duplicação e informou que deveriam
estar concluídos em 2008. Fala-se, agora, em conclusão para o final de 2017.
Pessoal bom de cálculo, este do DNIT . . .
A ponte de
Laguna tem 3 km de extensão e começou a ser construída em março de 2013.
Segundo o DNIT, deveria estar entregue ao tráfego em maio de 2015.
O projeto
previa que a ponte seria construída a partir das duas margens, encontrando-se
no meio, através de uma parte com um trecho em construção de ponte estaiada.
Hoje, no
jornal, fica-se sabendo que há um disnível de quase 60 centímetros entre as
duas partes já concluídas da ponte estaiada.
Desnível entre os dois pontos da ponte Anita Garibaldi é evidente. Ao fundo, a ponte em uso, de pista simples. |
Mas,
segundo a reportagem, engenheiros do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT-SC) tranquilizam a
população e garantem que a diferença, apesar de não ter sido prevista, não
afetará a entrega da obra para maio deste ano.
Vamos ver.
Até agora, pelo menos para mim, palavras de técnicos do DNIT tem o mesmo valor
de uma nota de 3 reais.
Imagino que se fosse um tunel começando de um lado do morro para encontrar com o outro saindo do lado oposto teríamos dois tuneis.... hehehehehehe
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