terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Comemoração de fim de ano - Clube Fênix de Radiomodelismo

 


No sábado, 10/12, o Clube Fênix fez a comemoração de encerramento das atividades de 2022, com uma "costela no buraco", assada pelo Luciano Serpa.

O evento foi coordenado pelo Diretor de Eventos, Michel Gonchorovski.

Foi um dia de confraternização e de muitos voos, também.

Confira as fotos:
































segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

FêNêMê - Uma história de fim de ano

 

FNM D-11000 1958 - 150 HP
A FNM (Fábrica Nacional de Motores), mais conhecida como Fenemê, foi a primeira fábrica de caminhões do Brasil, criada pelo Governo Federal em 1942 com o objetivo de produzir motores de avião e ajudar no esforço de combate durante a Segunda Guerra Mundial. A linha de montagem foi construída em Xerém, distrito de Duque de Caxias, RJ.

Em 1946, o governo suspendeu a construção de motores no Brasil, direcionando a fábrica para a produção de peças para máquinas industriais e eletrodomésticos, como geladeiras, bicicletas, compressores, etc.

Em 1949 a FNM firmou um acordo com a italiana Isotta-Fraschinni para produzir seus veículos em território nacional. Nascia, aí, o FNM D-7300, o primeiro caminhão fabricado no Brasil.

FNM D-7300 - Motor diesel 6 cilindros e 100 HP


Na década de 1950 eu morava em Santos Dumont, MG e a estrada que ligava o Rio de Janeiro a Belo Horizonte passava por dentro da cidade, na Avenida Presidente Getúlio Vargas, onde tínhamos a nossa casa.

Com o início da construção de Brasília, o tráfego de veículos pesados aumentou consideravelmente na cidade.

A estrada, sem pavimentação fora da cidade, era a continuação da Estrada União e Indústria, construída em 1861 pelo empresário Mariano Procópio Ferreira Lage, que obteve a concessão do Imperador Pedro II para fazer a ligação entre Petrópolis e Juiz de Fora. Os 3 km que percorriam a cidade eram pavimentados com paralelepípedos e necessitavam de manutenção constante da prefeitura, pelo excesso de peso dos caminhões que transportavam os materiais para a construção da nova capital federal.

Uma atração adicional era a passagem de cargas com excesso de altura, que requeriam a retirada de fios elétricos e telefônicos. A cidade tinha uma rede de 999 telefones. O número da minha casa era 255 e do trabalho do meu pai era 257. Os telefones eram de manivela e as telefonistas nos davam informações adicionais, como a hora certa e a previsão de retorno da energia elétrica, nos casos de interrupção. Não havia necessidade de dizer o número do telefone desejado, pois as operadoras conheciam todos pelo nome.

Eu e meus amigos tínhamos o hábito de ficar sentado na calçada, em frente à minha casa, contando os caminhões que passavam. Lembro-me bem das marcas Mack Diesel e Leyland, além dos FêNêMês -  os mais pesados - seguidos dos caminhões Ford e Chevrolet, mais leves. Havia ainda os Scania e Mercedes-Benz, mas em pouco número, naquela época.

Em 1957 começou a retificação do trecho entre Juiz de Fora e Belo Horizonte, com a rodovia sendo denominada BR-3. Com as obras, foi construído um contorno que retirou o trânsito pesado do centro de Santos Dumont.

A Fenemê não ficou apenas nos caminhões. No dia 21 de abril de 1960, data da inauguração de Brasília, foi lançado o FNM 2000 modelo JK, um sedã de luxo baseado no Alfa Romeo 2000. Era o carro mais caro do Brasil naquela época e foi muito utilizado pelo próprio Presidente Juscelino Kubitschek.

FNM 2000 modelo JK
Em 1968 a empresa foi privatizada e vendida para a Alfa Romeo (comprada pela FIAT em 1977). A fábrica foi desativada em 1979.

O fim do ano marcava o final das temperaturas frias em Santos Dumont e o início das férias de verão, numa época que o Brasil ainda era um país que tinha futuro.