quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Hangar 9 Valiant 30cc - 2a. Parte - Montagem final e Primeiro Voo

 

Dando continuidade à montagem do aeromodelo (leia a 1ª parte aqui), comecei trabalhando na empenagem. O kit oferece a opção de uma empenagem removível e eu optei por esta versão, apesar de que o avião se acomoda bem dentro da minha Outlander.


A primeira tarefa foi colar os profundores no estabilizador horizontal. O kit fornece dobradiças coladas com cianoacrilato e decidi utilizá-las. Já uso este tipo de dobradiça em outros modelos e nunca tive problemas. Este método agiliza bastante a montagem do avião.

O conjunto se prende à fuselagem por quatro parafusos e a base da deriva se encaixa em uma abertura reforçada existente na parte superior da fuselagem.

No estabilizador horizontal há uma abertura para encaixar a deriva, que deve ser colada com epóxi. É fundamental que o nivelamento entre as duas partes esteja correto, para evitar tendências durante o voo.


Conectores removíveis, se decidir retirar a empenagem 
para transporte ou hangaragem.
Deixei o epóxi curar por 24 horas. Enquanto isto, fui trabalhar nas asas, colando os ailerons e os flaps.

Os ailerons usam dobradiças flexíveis coladas com cianoacrilato e os flaps usam dobradiças de pino, do estilo das produzidos pela Robart.


O kit já fornece as furações para as dobradiças dos flaps, o que ajuda muito na precisão do alinhamento e na montagem.


Em seguida fiz as instalações para os servos de comando dos ailerons e dos flaps (embutido).

Eu sempre faço um reforço no compensando, quando se usa parafuso de rosca soberba. Primeiro faço a rosca com um parafuso;


Em seguida aplico um reforço com cianoacrilato.

Após os servos devidamente instalados, é a hora de passar os cabos dos servos. Nesta escala, com asas grandes (o aeromodelo tem 2,75m de envergadura), é necessário usar extensões de servo. Só uso extensão com calibre 22 AWG. Sempre uso fita dental para garantir a integridade da conexão:

Na continuidade, vamos para a instalação dos servos na fuselagem. Este modelo usa um servo para cada profundor, um servo para o leme e outro para o acelerador do motor. Veja como fiz a instalação:

O leme é comandado por cabo pull-pull.

Os profundores por hastes de aço.

O acionamento do acelerador fiz com cabo trançado
Usei duas chaves Spektrum heavy duty para a bateria do receptor e para a bateria da ignição. Isto é recomendável devido à vibração dos motores a gasolina.

Coloco sempre um termo-retrátil vermelho 
para indicar a chave da ignição. O sentido liga-desliga 
segue o padrão das normas do Inmetro.
Na instalação da ignição eletrônica e no tubo de combustível, cuidados foram tomados para evitar eventuais desgastes provocados pela vibração do motor, como mostram as fotos abaixo:



Fabriquei defletores na entrada do capô para dirigir o fluxo do ar para os cabeçotes do motor e garantir um arrefecimento eficiente.

Para facilitar o ajuste do carburador no período inicial do amaciamento do motor, fiz um acesso lateral no cowling. No motores bi-cilindros o carburador fica em ângulo o que dificulta ainda mais o ajuste das agulhas de baixa e de alta rotação, já que os parafusos das agulhas são de fenda. 
Para facilitar, usei tubo termoretrátil ao redor da cabeça das agulhas, para que a ponta de chave de fenda não deslize. As cores ajudam a identificar as agulhas (azul = alta; branca=baixa).



Os kits da Hangar 9 vem com o trem de pouso fabricado em alumínio muito macio. Qualquer pouso mais "duro" o trem abre e necessita ajuste. 
Meu amigo Marco Kaminski sugeriu um sistema de amortecimento que ele tem usado com excelentes resultados e que eu adotei.

Mandei cortar em vinil meus números de inscrição nas diversas entidades de aeromodelismo a que sou filiado:

  • BRA: Confederação Brasileira de Aeromodelismo; 
  • AMA - Academy of Model Aeronautics, EUA;
  • IMAA - International Miniature Aircraft Association, EUA;
  • WMWA - World Miniature Warbird Association, EUA e
  • SWA - Southern Warbird Association, EUA.
E coloquei o modelo do motor no cowling:


Características:
  • Comprimento: 1,99 m
  • Envergadura: 2,75 m
  • Peso total, sem combustível: 8,16 kg
  • Motor: DLE 40cc Twin
  • Hélice: 20x8
  • Servos: 8 servos Savox SC-0252 MG, 10,5kg/6v
  • Eletrônica: transmissor Graupner mz-32 e receptor Graupner GR-24 2.4GHz HoTT
  • Rodas: Du-Bro Big Wheel 5"
  • Tanque: Kuza 500 ml
  • Bateria LiFe (2S) para o receptor e LiPo (2S) para a ignição

Amaciamento do motor e primeiro voo

Ainda que o Manual do DLE 40cc Twin não faça menção ao amaciamento no solo, tenho o costume de rodar o conteúdo de dois tanques (1 litro total, neste caso) na rotação média, antes de fazer o primeiro voo com um motor novo. Utilizei a gasolina Podium da Petrobrás (que tenho usado nos últimos 2 anos, com bom resultado) e óleo lubrificante mineral, na proporção 30:1.


O primeiro voo foi realizado no dia 25 de outubro de 2021, na pista do Clube Fênix de Radiomodelismo, em Curitiba.

Na companhia do meu amigo Alexandre Aguirre, fizemos uma detalhada inspeção no aeromodelo, conferindo a integridade dos comandos e conexões. As deflexões das superfícies de comando foram reguladas de acordo com o manual do fabricante do kit. Na trimagem, durante o primeiro voo, o aeromodelo pediu um pequeno ajuste no profundor, somente.

Em seguida demos partida no motor, regulando as agulhas de alta e de baixa, mantendo uma mistura rica, já usando lubrificante sintético na proporção de 40:1, que é o padrão que utilizo. A RPM máxima foi regulada em 7300 rpm, consistente com a altitude em que nos encontramos (940m acima do nível do mar). A baixa ficou em torno de 1900 rpm, com a transição bem responsiva.

Com o motor acionado fizemos o teste de alcance do transmissor/receptor. O equipamento Graupner que utilizo tem um sistema de transmissão (HoTT: Hopping Telemetry Transmission) muito eficiente, o que sempre me deixa mais tranquilo no primeiro voo.



No total foram feitos cinco voos, pilotados por mim e pelo Alexandre, alternativamente, no primeiro dia. Observamos que o aeromodelo tem uma tendência a "deslizar" nas curvas feitas unicamente com o aileron. Para corrigir, coloquei uma mixagem do aileron com o leme, que resolveu o problema.

O dia era de vento de través, 10 nós, com rajadas. O Valiant é muito leve e tem uma área alar bem grande. Por isso, tende flutuar ao se aproximar do solo. Com um leme grande, procura sempre colocar o nariz para o vento, o que deve ser considerado nestas condições, para evitar que a asa do lado do vento se levante.

Resumo:
  • Gostei do kit. Material de primeira qualidade e muito bem construído na fábrica.
  • Como sempre, apliquei cola cianoacrilato em todas as junções possíveis, para reforçar.
  • Todas as ferragens vem no sistema SAE, o que estranhei, pois normalmente vem no sistema métrico.
  • No primeiro balanceamento pediu 120gr de lastro na nariz. Pode ser que mais tarde sejam removidos.
  • O motor DLE 40cc Twin cylinder é muito bom. Baixa vibração, mesmo em marcha lenta.
  • Optei por utilizar rodas Du-bro Big Wheel de 5" no lugar das rodas duras de 3,5" com polaina, que vem no kit. Dá uma aparência de aeronaves "tundra fly", usadas no Alaska.

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