domingo, 4 de agosto de 2019

Qual a diferença entre furacão, ciclone, tornado e tufão?

Furacão Florence, que atingiu a costa leste dos EUA entre 31/8 e 18/9/2018.
O furacão é quase igual ao tufão. Na verdade o termo "tufão" se refere ao mesmo fenômeno - só que em outra localização geográfica. Quando ocorre no Oceano Atlântico ou Pacífico Leste, chama-se furacão. No Pacífico Oeste, tufão.

E os dois fenômenos são classificados como ciclones, ambos com baixa pressão e ventos girando em torno de seus centros. Mas os ciclones não se restringem ao furacão e ao tufão. Existem também os ciclones extratropicais, como aqueles que atingem o litoral sul do Brasil e que trazem com eles as frentes frias. Esses ciclones extratropicais são completamente diferentes dos ciclones tropicais.

Mais intenso, o tornado também é uma coluna de ar giratória, que se desloca em uma determinada velocidade em volta de um centro de baixa tensão. Contudo, seu tamanho e sua duração são menores em comparação com os furacões.

Enquanto o furacão é um aglomerado de centenas de tempestades que pode durar vários dias e apresentar um diâmetro de várias centenas de quilômetros, os tornados formam-se a partir da base de uma tempestade e têm diâmetro que raramente ultrapassa os 2 km e duração tipicamente menor que 10, 15 minutos. Mesmo assim, embora seja menor e tenha curta duração, o tornado é bem mais destrutivo do que um furacão, e seus ventos podem ultrapassar 500 km/h.


Estados Unidos, Costa do México, América Central e o chamado Caribe Superior são as regiões que costumam ser mais atingidas pelos furacões, que podem chegar a grandes velocidades e destruir cidades inteiras. Esses locais são propensos a esse fenômeno, pois congregam dois fatores essenciais: a temperatura do oceano nos primeiros 50 metros de profundidade deve estar acima de 26 graus Celsius e os ventos sobre esse oceano aquecido precisam ser fracos.

Com essas condições, aglomerados de tempestades podem se organizar durante várias horas, extraindo o calor e umidade do oceano até crescer e atingir um estágio em que adquirem um giro herdado do próprio movimento de rotação da Terra. No hemisfério sul, os furacões giram no sentido horário, enquanto que no hemisfério norte a tempestade gira no sentido oposto.

Furacões, quando adentram um continente, entram em fase de dissipação ao perder sua fonte primária de energia, o oceano aquecido. Enquanto estiver sobre o oceano aquecido e encontrando um ambiente desprovido de intensas variações do vento com a altura, o furacão poderá continuar a se intensificar, produzindo pressões cada vez mais baixas no seu centro e ventos cada vez mais fortes em sua superfície.  Ao chegar no continente, perde sua intensidade.

Levando em consideração a velocidade dos ventos, os furacões são classificados em cinco categorias, conforme a escala Saffir-Simpson, desenvolvida em 1970.


Para que o ciclone tropical atinja a classificação de furacão, ele deve apresentar ventos de, no mínimo, 119 km/h, o que o coloca na categoria 1 da escala Saffir-Simpson.

Quando estão entre 154 km/h e 177 km/h, o furacão é de categoria 2, e alguns danos já podem ser observados. Na categoria 3, os ventos ficam entre 178 km/h e 209 km/h e danos mais graves ocorrem, até mesmo levando a mortes. Já na categoria 4, os ventos atingem entre 210 km/h e 249 km/h.
A partir de 250 km/h, o furacão é de categoria 5, considerado extremamente perigoso.

A ocorrência de furacões no Brasil não é comum, pois dificilmente combina os dois fatores determinantes para a formação desse fenômeno.

As águas do Atlântico Sul são, em geral, menos aquecidas, e os ventos próximos da superfíce são mais intensos e inibem a formação e organização de furacões.

Entretanto, em março de 2004 o furacão Catarina atingiu o sul do País, nas áreas litorâneas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Com ventos que chegaram a cerca de 180 km/h, o Catarina foi o primeiro furacão observado no Atlântico Sul.

Furacão Catarina, março 2004
O Catarina foi um caso extraordinário, exatamente por ter sido um fenômeno que evoluiu para a condição de um ciclone tropical trazendo consigo ventos destrutivos típicos de um furacão.
Embora seja um fenômeno raro, pode ocorrer novamente se houver as condições adequadas para a sua formação: águas quentes e ventos calmos, com a formação do chamado “olho”, que é o elemento de manutenção do furacão.

Durante minha carreira na Marinha tive uma experiência com furacão, que relatei nesta postagem: https://wilsonroque.blogspot.com/2008/11/os-mares-por-onde-naveguei-4a-parte.html

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