Furacão Florence, que atingiu a costa leste dos EUA entre 31/8 e 18/9/2018. |
O furacão é
quase igual ao tufão. Na verdade o termo "tufão" se refere ao mesmo
fenômeno - só que em outra localização geográfica. Quando ocorre no Oceano
Atlântico ou Pacífico Leste, chama-se furacão. No Pacífico Oeste, tufão.
E os dois
fenômenos são classificados como ciclones, ambos com baixa pressão e ventos
girando em torno de seus centros. Mas os ciclones não se restringem ao furacão
e ao tufão. Existem também os ciclones extratropicais, como aqueles que atingem
o litoral sul do Brasil e que trazem com eles as frentes frias. Esses ciclones
extratropicais são completamente diferentes dos ciclones tropicais.
Mais
intenso, o tornado também é uma coluna de ar giratória, que se desloca em uma
determinada velocidade em volta de um centro de baixa tensão. Contudo, seu
tamanho e sua duração são menores em comparação com os furacões.
Enquanto o
furacão é um aglomerado de centenas de tempestades que pode durar vários dias e
apresentar um diâmetro de várias centenas de quilômetros, os tornados formam-se
a partir da base de uma tempestade e têm diâmetro que raramente ultrapassa os 2
km e duração tipicamente menor que 10, 15 minutos. Mesmo assim, embora seja
menor e tenha curta duração, o tornado é bem mais destrutivo do que um furacão,
e seus ventos podem ultrapassar 500 km/h.
Estados
Unidos, Costa do México, América Central e o chamado Caribe Superior são as
regiões que costumam ser mais atingidas pelos furacões, que podem chegar a
grandes velocidades e destruir cidades inteiras. Esses locais são propensos a
esse fenômeno, pois congregam dois fatores essenciais: a temperatura do oceano
nos primeiros 50 metros de profundidade deve estar acima de 26 graus Celsius e
os ventos sobre esse oceano aquecido precisam ser fracos.
Com essas
condições, aglomerados de tempestades podem se organizar durante várias horas,
extraindo o calor e umidade do oceano até crescer e atingir um estágio em que
adquirem um giro herdado do próprio movimento de rotação da Terra. No
hemisfério sul, os furacões giram no sentido horário, enquanto que no
hemisfério norte a tempestade gira no sentido oposto.
Furacões,
quando adentram um continente, entram em fase de dissipação ao perder sua
fonte primária de energia, o oceano aquecido. Enquanto estiver sobre
o oceano aquecido e encontrando um ambiente desprovido de intensas variações do
vento com a altura, o furacão poderá continuar a se intensificar, produzindo pressões
cada vez mais baixas no seu centro e ventos cada vez mais fortes em sua
superfície. Ao chegar no continente, perde sua intensidade.
Levando em
consideração a velocidade dos ventos, os furacões são classificados em cinco
categorias, conforme a escala Saffir-Simpson, desenvolvida em 1970.
Para que o
ciclone tropical atinja a classificação de furacão, ele deve apresentar ventos
de, no mínimo, 119 km/h, o que o coloca na categoria 1 da escala
Saffir-Simpson.
Quando estão entre 154 km/h e 177 km/h, o
furacão é de categoria 2, e alguns danos já podem ser observados. Na categoria
3, os ventos ficam entre 178 km/h e 209 km/h e danos mais graves ocorrem, até
mesmo levando a mortes. Já na categoria 4, os ventos atingem entre 210 km/h e
249 km/h.
A partir de
250 km/h, o furacão é de categoria 5, considerado extremamente perigoso.
A
ocorrência de furacões no Brasil não é comum, pois dificilmente combina os dois
fatores determinantes para a formação desse fenômeno.
As águas do
Atlântico Sul são, em geral, menos aquecidas, e os ventos próximos da superfíce
são mais intensos e inibem a formação e organização de furacões.
Entretanto,
em março de 2004 o furacão Catarina atingiu o sul do País, nas áreas litorâneas
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Com ventos que chegaram a cerca de 180
km/h, o Catarina foi o primeiro furacão observado no Atlântico Sul.
Furacão Catarina, março 2004 |
O Catarina
foi um caso extraordinário, exatamente por ter sido um fenômeno que evoluiu
para a condição de um ciclone tropical trazendo consigo ventos destrutivos
típicos de um furacão.
Embora seja
um fenômeno raro, pode ocorrer novamente se houver as condições adequadas para
a sua formação: águas quentes e ventos calmos, com a formação do chamado “olho”,
que é o elemento de manutenção do furacão.
Durante minha carreira na Marinha tive uma experiência com furacão, que relatei nesta postagem: https://wilsonroque.blogspot.com/2008/11/os-mares-por-onde-naveguei-4a-parte.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário