George Alfredo Longhitano, CEO da Gdrones |
Os
drones permitem mapear propriedades, verificar o estágio de plantio,
identificar pragas e até mesmo pulverizar pontos específicos que estejam com
ervas daninhas. “Também podem ser utilizados para tarefas como contagem de
cabeças de gado”, reforça Granemann.
Ao mesmo
tempo em que o drone reforça a agricultura de precisão, ele supre serviços
manuais. “É inevitável a substituição de mão de obra para profissões como a
aplicação convencional [de defensivos agrícolas]. No Japão, 90% da pulverização
é feita com drones”, diz explica Francisco Nogara Netto, instrutor do curso de
agricultura do Dronegócios Meeting, organizado pela Mundo Geo em Curitiba dias
6 e 7. Nogara conta que, como o drone permite o mapeamento exato do terreno, é
possível automatizar tratores para as operações agrícolas.
Por
outro lado, essas aeronaves abrem portas para analistas, engenheiros e
profissionais das áreas de cartografia, agronomia e florestas, que devem ser
contratados para analisar as imagens geradas pelos drones. Também há espaço,
claro, para pilotos. “O mercado traz espaço para quem encara como hobby ou de
maneira profissional”, explica Luciano Cardoso Fucci, autor do livro Piloto de
Drone, uma Profissão de Futuro.
Luciano
Cardoso Fucci, autor do livro Piloto de Drone e CEO da Tecnodrone
|
Também é
possível reduzir custos: fundador da startup Agropixel, Nogara conta que
recentemente fez um trabalho em uma propriedade no estado de Goiás que, após o
mapeamento, foram identificados pontos específicos que necessitavam de
pulverização, reduzindo o custo em 70% com defensivos agrícolas.
Essas
inovações vêm chamando a atenção das cooperativas. “Estamos buscando soluções
para os cooperados, aprimorando nossa agricultura de precisão”, afirma Jomário
Américo, engenheiro agrônomo da Castrolanda, e um dos participantes do curso de
Nogara.
Drone
para agricultura: como funciona e quanto custa?
Diversos
drones pousaram na capital paranaense durante o Dronegócios Meeting. Apesar de
alguns modelos passarem de US$ 40 mil, as versões mais baratas podem custam a
partir de R$ 8 mil, como no caso da empresa Gdrones, de São Paulo. Mas há
também a oportunidade de contratar o serviço sem comprar um drone.
“Para a
agricultura, o mais importante é o tipo de câmera utilizada [para mapeamento no
voo]”, afirma o CEO da empresa, George Alfredo Longhitano.
Luciano
Fucci trouxe para Curitiba um pré-lançamento da Tecnodrone, com uma versão 100%
brasileira. O aparelho tem um software que apresenta um mapa de calor aéreo,
identificando em tons de verde plantas em processo saudável de fotossíntese, em
amarelo indicadores de estresse ou em tom vermelho áreas de plantas mortas ou
sem vegetação. Isso permite a ação direta do agricultor sobre o terreno.
Paulo
Henrique Amorim Silva, gerente da Santiago e Cintra
|
Os
modelos de Fucci e Longhitano são parecidos com a versão da empresa Santiago e
Cintra: aviões com asas ao invés de hélices e que fazem o trabalho de forma
automática, retornando ao local de lançamento. O controle remoto é apenas para
intervenção de segurança. “O drone é lançado e faz o levantamento rápido de 2 a
3 mil hectares para mapear a topografia da área”, explica Paulo Henrique Amorim
Silva, gerente de novos negócios da Santiago e Cintra, que apresenta uma
aeronave de R$ 75 mil.
Os
fornecedores de drones recomendam também que, mesmo que o proprietário rural
tenha seu drone próprio, contrate especialistas na análise dos resultados
apresentados pelos softwares dos aparelhos, para aprimorar os resultados da
agricultura de precisão.
Fonte: Gazeta do Povo
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