Durante o Salão Duas Rodas em São Paulo a revista Duas Rodas divulgou o resultado o concurso Moto do Ano 2017, premiando a Indian Motorcycles no Brasil na categoria Touring. A motocicleta considerada a melhor do segmento turismo foi a Indian Chieftain.
Ainda procurando se posicionar no mercado brasileiro como um marca alternativa às campeãs Harley-Davidson e BMW Motorrad no segmento acima dos 1000cc, a Indian tomou uma decisão recente que pode causar um grande impacto em sua estratégia de vendas: para a montagem das motocicletas no Brasil.
Com 516 unidades produzidas em Manaus em 2016 e 126 motocicletas nos primeiros 4 meses de 2017, a decisão de parar a produção no Brasil e fazer importação direta era a mais recomendada para continuar no mercado. Mas a decisão não se restringiu a isto: a Indian Motorcycles está oferecendo suas motocicletas por preços mais baixos do que quando montava as máquinas em Manaus.
A outra vantagem da importação direta é relacionada às cores, já que poderá oferecer um catálogo mais abrangente de opções.
Mas no que se refere ao mercado, a Indian ainda tem muita estrada pela frente, para causar incômodos à H-D (4.047 vendidas em 2017) e à BMW Motorrad (4.067 motos vendidas, acima de 800cc).
Nos Estados Unidos, no entanto, a situação está bem melhor para a marca criada em 1901.
Não há
duvidas de que o mercado americano de motocicletas de grande porte está em
declínio e tanto a Motor Company como a Polaris (fabricante da Indian)
concordam com isto.
Mas
enquanto as vendas da Harley-Davidson caíram 8% no terceiro trimestre de 2017,
sua concorrente histórica viu um crescimento de 16% sobre o mesmo período de
2016.
2017 Indian Motorcycles Chieftain |
Isto não
quer dizer, necessariamente, que a Indian está tomando mercado da
Harley-Davidson. A Indian está afetando as vendas da Honda, Kawasaki e Suzuki,
também.
Claro, o
crescimento da Indian é um episódio isolado, por se tratar de uma marca também
icônica e que renasceu das cinzas através de pesados investimentos da Polaris
Industries, inclusive com o fechamento da marca Victory.
De certa
forma, os problemas enfrentados pela Harley-Davidson são resultados de seu
próprio sucesso no início do milênio.
No início
dos anos 2000 havia um grande demanda por motocicletas pesadas no mercado norte-americano
(EUA e Canadá) e a Motor Company respondeu com um aumento na produção, chegando
a vender 349.000 unidades em 2006. Só deu Harley nas estradas!
Claro, com
a crise de 2008 que afetou fortemente as economias americanas e globais, a
tendência só podia ser de queda na produção e vendas. A Harley-Davidson vendeu 262.000
motocicletas em 2016, um encolhimento de 25% em oito anos.
Somando-se
a isto o envelhecimento dos baby boomers, seus mais fiéis clientes, a Motor
Company está sendo desafiada por todos os lados. E a Indian é uma das
desafiantes, beneficiada pelo fato de ter sido lançada de volta ao mercado em
2011, já com a crise econômica de 2008 controlada.
Mas a Motor Company se deu conta da virada no mercado e está enfrentando o desafio de forma correta, na minha opinião. Sua estratégia consiste em oferecer novos produtos (os famosos 100 nvos modelos em 10 anos) para um mercado que deve fazer a diferença: jovens adultos, aqueles homens e mulheres com idade entre 20 e 35 anos.
2018 Harley-Davidson Softail Slim |
A tendência dark nos modelos da linha 2018 mostram isto claramente. Ainda que os harleyros de raiz (e eu me considero um deles) possam torcer o nariz para as novas motocicletas H-D, esta decisão pode dar à Harley-Davidson Motor Company a oportunidade de se manter no mercado como líder absoluto.
Quem viver, verá!
Veja mais sobre a Indian Motorcycles aqui:
Bom dia,
ResponderExcluirHD com novos modelos, preços sem muito aumento.
Já a Indian, trazendo novidades no catálogo e com as motos, apesar de montadas nos EUA, mantendo os preços.
A briga (HD X Indian) em 2018 vai ser bonita. Claro HD irá continuar levando enorme vantagem, mas é ótimo, para nós consumidores, ter a Indian oferecendo motos/preços competitivos.
O fim da montagem no Brasil, que a principio se mostrou temerário, só traz vantagens. Teremos motos com os mesmos preços e montadas seguindo o padrão de qualidade Americano.