Meu objeto de desejo não é obscuro e nada tem a ver com o clássico do cinema de 1977, dirigido pelo gênio francês Luis Buñuel. Muito pelo contrário.
Tenho certeza que, um dia, me faltarão pernas fortes o suficiente para segurar os 500 kg ou mais, do peso da minha Ultra Glide (com bagagem). Ainda que procure manter-me em boas condições físicas com 3 sessões semanais na academia (com acompanhamento de uma personal trainer) e passeios quase diários de bicicleta, sei que vai chegar o dia em que uma motocicleta desse porte será muita coisa para mim.
Como não pretendo abrir mão das muitas vantagens que uma Ultra Glide oferece, a alternativa é pensar num
triciclo, baseado na sua mecânica.
Equipado com um potente motor OHV Twin Cam de 1.800 cilindradas, produzindo 70 HP no eixo traseiro e com caixa de mudança de seis marchas (e uma, elétrica, à ré, opcional, mas indispensável), o Tri Glide transformou-se no meu objeto de desejo. Para um futuro ainda bem distante, espero. Detalhe do botão da marcha-à-ré, no guidão.
É claro que o mercado está cheio de triciclos e que há incontáveis opções para escolher. Mas o triciclo clássico, que vemos nas estradas com sua roda dianteira querendo chegar mais cedo no destino, não é minha praia.
O que me atrai são os triciclos montados a partir de um quadro normal de motocicleta.
A Harley-Davidson® vinha estudando este mercado há mais de 15 anos e concluiu que poderia encontrar, aí, um nicho de mercado atraente.
Analisando os muitos empreendedores que fazem modificações nas motocicletas H-D®, transformando-as em triciclos, o pessoal de Milwaukee começou a procurar alguém que pudesse ajudar neste projeto.
A escolha caiu em John Lehman, que vem produzindo kits de transformação para triciclos, há mais de 20 anos. O pessoal da Harley conversou como êle e perguntou se ele estaria interessado neste projeto. Será que macaco gosta de banana?
Básicamente o que ocorre é o seguinte: a Harley manda a parte frontal de uma Ultra Glide para a fábrica do Lehman em Spearfish, South Dakota (a apenas 32 km de Sturgis), com o motor e a caixa de mudança padrão, de seis marchas, mas com uma embreagem reforçada (que equipa as motocicletas policiais), além de um quadro reforçado, para aguentar o peso adicional.
Pilotar uma motocicleta em estradas não requer muito esforço, além do trabalho de contra-esterçar nas curvas. Com um triciclo, a história é outra e o piloto trabalha muito com o guidão, especialmente nas estradas sinuosas. Tem que estar com a musculatura em dia! Para diminuir este esforço adicional, os garfos do Tri Glide foram alterados, com um comprimento 5 cm maior e um ângulo de cáster de 32º, reduzindo o trail para 10 cm, o que melhorou muito a ciclística do Tri Glide.
Em outras palavras, quando o Tri Glide está na estrada, a 120 km/h, o piloto pode reclinar-se e quase tirar uma soneca.
As rodas traseiras são de 15 polegadas, com pneus 205/65 mm. Para estacionamento, o Tri Glide vem equipado com um freio de mão.
A altura do solo é de sómente 12 cm, portanto não é um veículo para estradas em mal estado de conservação.
Além do tour-pack tradicional de toda Electra Classic, a própria cobertura do eixo e da tração gerou um porta-malas generoso, com volume duas vezes superior ao do tour-pack, substituindo, com sobra, os alforges.
A distância entre eixos é de 169,3 cm e o comprimento total é de 2,69 m, com uma largura (contando os pára-lamas) de 1,40 m. Definitivamente não é uma motocicleta para passar no corredor entre carros parados no engarrafamento!
Ao pilotar um triciclo como este, o piloto deve seguir religiosamente os limites de velocidade das vias e os avisos tipo “diminua velocidade”, “cuidado – curva perigosa”, etc.
Descer serras não é problema para o Tri Glide, que vem equipado com 4 freios a disco, sem necessidade de ABS.
Enquanto minha capacidade física continua em ordem e capaz de operar minha Ultra Glide, nenhuma outro motocicleta, ou triciclo, vai substituí-la. Mas se eu chegar naquela fase da vida em que o físico precisa de uma ajuda, com certeza o Tri Glide da Harley-Davidson® estará no topo da lista.
meu amigo, quando os joelhos não aguentarem mais a minha Fat, comprarei uma Electra e contratarei um piloto particular para andar na garupa.... hehehehe
ResponderExcluirabraço.
amigo wilson
ResponderExcluirEstou querendo modificar minha Electra glide ultra classic no tri glide - você tem informações, onde posso fazê-lo, pois como vc mesmo disse, o fisico já não mais comporta o peso da criança..risos.
Se tiver alguma informação, ficaria agradecido.
Um forte abraço
HDevitte
Pirassununga - SP - Br
Salve, Wilson!
ResponderExcluirSofri um acidente em 2002(tinha 48 anos), fiquei 8 meses em uma cama 6 cirurgias, uma perna mais curta que a outra, pé direito esmagado(mas recuperado, 93% funcional), joelho direito fraturado em 6 partes, pulso direito com prótese de titânio, ombro esquerdo com prótese de titânio, femur direito com prótese de titânio, uma Fatboy bem danificada mas recuperada, já a vendi fazem uns 9 anos! Bem com este "breve" histórico já dá para entender por que um triciclo é a minha solução para continuar a curtir uma Harley, espaços livres, o vento, a liberdade e os amigos...Se puder me enviar o "caminho" para que eu possa adquirir um triciclo, agradeço, claro terá que ser Harley, no meu caso não tenho moto para modificar terei que comprar tudo! Agradeço desde já qualquer ajuda/dica!
Um abração,
Malty(camalty@gmail.com)
a propósito em seu perfil, na preferẽncia musical me vi totalmente, muito bom gosto, cara!!!!
Prezado Malty,
ResponderExcluirobrigado pelos comentários.
A Harley-Davidson trouxe um trike para o Salão 2 Rodas e para o Rio Harley Days. Não tenho informação se pretendem comercializá-lo no Brasil.
A outra opção é importar um kit da Lehman Trikes e transformar uma touring (Road King ou Ultra) num trike. Fica muito bom, ví vários nas estradas americanas, nos últimos dois anos.
O site da Lehman é http://www.lehmantrikes.com/
Boa sorte.