Carros,
motos e caminhões corresponderam a 87,7% dos 130 recalls realizados no país no
ano passado, segundo relatório do Ministério da Justiça, que monitora as
campanhas. Esse percentual avança a cada ano: em 2014, os veículos responderam
por 65% dos 120 chamados e, em 2013, por 55,9% de 109.
O número de
campanhas envolvendo carros, motos e caminhões tem batido recorde nos últimos
anos: em 2015, foram 114 chamados. A marca anterior, de 2014, era de 88.
Em termos
de unidades afetadas, o ano passado também teve o montante inédito de 2,8
milhões de veículos, sendo 2,72 milhões de carros, 102,5 mil motos e 1,7 mil
caminhões chamados de volta às oficinas.
Para o
Ministério da Justiça, o aumento se deve a uma "maior
institucionalização" do procedimento de recall no Brasil, e à atuação
maior dos órgãos de defesa do consumidor.
Um recall
só acontece quando um produto tem um defeito que oferece risco à segurança ou à
saúde do consumidor.
A maioria
das campanhas com veículos em 2015 estava relacionada a falhas que poderiam
gerar
Foi o caso
do recall de airbags feitos pela empresa japonesa Takata que podem lançar pedaços
de metal sobre os ocupantes quando abertos.
Esse
defeito, anunciado em 2013, já responde pelo maior recall da história, com
milhões de unidades convocadas em todo o mundo, e também afetou o Brasil.
A Takata é
fornecedora de diversas montadoras, entre elas Honda, Toyota, Nissan,
Mitsubishi, Subaru e Fiat Chrysler e, só em 2015, foram chamados 1,3 milhão de
carros no país por causa desse problema que é relacionado a mortes no exterior.
Esses
chamados envolveram modelos como Civic, Fit, City, Corolla, March e Versa.
Entre as
marcas, o grupo Fiat Chrysler, responsável por Fiat, Jeep, Chrysler, Dodge e
Ram, foi o que mais lançou recalls no Brasil em 2015, com 16 campanhas.
A
Mercedes-Benz ficou em segundo, com 10, seguida pelo grupo dono das marcas
Jaguar e Land Rover e pela Volkswagen, com 10 cada.
Além de
veículos, o Brasil registrou recalls de produtos infantis, cosméticos e
medicamentos (com 2 campanhas cada) e eletroeletrônicos (1), entre outros
produtos.
Os infantis
foram a segunda maior categoria, depois dos automóveis, com mais unidades
afetadas: 257.118, basicamente todas relacionadas a um berço com risco de
asfixia para os bebês.
Como saber
se foi alvo de recall?
A lei
obriga que a montadora anuncie o recall nos meios de comunicação. No
comunicado, são divulgados modelo, ano de fabricação e chassis dos veículos
envolvidos. Também é informado um número de telefone de atendimento gratuito.
No site da
marca geralmente existe o comunicado, mas nem todas o deixam visível logo na
página inicial. As montadoras também costumam comunicar por carta os
proprietários dos veículos envolvidos.
O site do
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) reúne as informações de
todos os veículos convocados no país desde 2004. O Departamento Nacional de
Trânsito tem uma lista de recalls desde março de 2001.
O Procon orienta os proprietários que qualquer serviço prestado pelas fabricantes deve
ser gratuito neste tipo de campanha.
O recall
não pode gerar qualquer tipo de prejuízo ao consumidor: se ele tiver de se
deslocar por distâncias maiores ou perder um dia de trabalho para levar o carro
ao conserto, por exemplo, pode entrar na Justiça, requerendo compensação.
Uma vez
anunciado o recall, também não existe limite de data para fazê-lo. O direito de
reparo estende-se, inclusive, a compradores de veículos usados.
Fonte: Auto Esporte, G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário