sábado, 2 de outubro de 2010

E o Tal Acordo?

O meu amigo Wolfmann comentou, no seu excelente blog, sobre o silêncio a respeito da possibilidade de acordo entre a Harley-Davidson e o Grupo Izzo, publicada na internet (incluíndo este blog), no final da semana passada.
Se houve, ou não, acordo entre as partes, não sabemos. Mas se houver, acho difícil que seja divulgado na íntegra.
A não ser que uma sentença judicial irrecorrível seja proferida contra o Grupo Izzo, a disputa entre as partes só será resolvida por um acordo. É claro que o Grupo Izzo, caso concorde em encerrar o contrato de exclusividade antes do prazo, exigirá sigilo sobre o fato, até bem próximo da data limite.
A não ser, é claro, que a Harley-Davidson concorde em mantê-lo como concessionário (o que seria lógico).
Esclareço: se a intenção da H-D for abrir 50 revendas no país, como divulgado, nada impede que o Grupo Izzo consiga continuar com algumas lojas com a bandeira do "bar and shield".
A transição seria menos traumática do que o fechamento, puro e simples, de todas as lojas existentes e a abertura de novas lojas, especialmente no vasto mercado paulista, que concentra a grande maioria de H-Ds em trânsito.
Com esta atitude, a H-D deixaria ao mercado a decisão sobre o destino do Grupo Izzo como revendedor da marca. Com outras opções de onde comprar, o mercado manteria as lojas do Grupo Izzo abertas ou as fecharia, levando suas compras para outros revendedores.
Está claro que o acordo é o objetivo procurado pelas partes; a questão é de quanto (R$ ou US$) custará este acordo.
Os preços praticados atualmente, indicam que o Grupo Izzo tem pressa em vender o maior número de motocicletas possíveis, a curto prazo. Diminuindo sua margem de lucro bruto, aumenta o fluxo de caixa e permite amenizar o impacto que a perda de clientes, de manutenção e/ou compra de acessórios, possa ter causado em seu faturamento.
Mas, como disse o Wolfmann, a vida continua.
Os amantes da Harley-Davidson nunca tiveram boa vida, no nosso Brasil: ou preços extremamente altos ou assistência pós-venda de péssima qualidade.
Na realidade, somos todos verdadeiros "sobreviventes", no nosso desejo de ter uma "lenda. "
Não fosse o carisma da marca e as qualidades da motocicleta, a Harley-Davidson já não existiria no nosso mercado.

Um comentário:

  1. Dando respaldo à sua interpretação, o IG publica hoje que as partes confirmam a existência de possibilidade de acordo, mas mantém sigilo sobre o fato.

    Para maiores informações: http://colunistas.ig.com.br/leisenegocios/2010/10/02/harley-davidson-e-grupo-izzo-criam-misterio-sobre-acordo

    E como sempre, seguimos na mesma direção: deixe o mercado decidir o destino do Grupo Izzo. Se houver competência, o dealer se mantém. Se mantiver o serviço tradicional, os proprietários vão procurar os concorrentes que já é o que acontece.

    É lógico que a maior parte dos proprietários vai ver com péssimos olhos se a HD mantiver o Grupo Izzo como dealer, mas "business is business" e ninguém vai jogar dinheiro fora: se a melhor estratégia for manter o Grupo Izzo como um dos dealers, não tenho a menor dúvida que isso será feito.

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