Dados
atualizados do Ministério da Saúde mostram que a cada hora o trânsito mata mais
de cinco pessoas no País: 46 mil só em 2012. O número revela aumento de 3,4% no
total de óbitos nas ruas e estradas do País em relação ao ano anterior. Mais:
revela que em dez anos o número de mortes no trânsito brasileiro avançou 38%:
em 2002, ele havia matado 33 mil pessoas.
As
estatísticas são as mais recentes do Datasus, sistema que contabiliza os
atendimentos médicos feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o País.
Os números mostram aceleração no crescimento do número de mortes no trânsito.
Entre 2010 e 2011, o total de mortes havia crescido 1,47%.
Entretanto,
o levantamento revela que o problema não é uma epidemia nacional, mas sim fruto
de um crescimento acelerado do número de mortes na Região Nordeste do País.
Das 1.498
mortes registradas a mais em 2012 do que em 2011, 1.105 foram nos nove Estados
do Nordeste. Essa região concentra apenas 15% dos 76 milhões de veículos
existentes no País, conforme os dados do Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran), mas responde atualmente por 28% das mortes registradas em acidentes
de transporte. A Região Norte enfrenta situação semelhante. Lá, o crescimento
do número de vítimas em acidentes fatais foi de 7,2% de um ano para outro. O
grande vilão do quadro são as motocicletas.
Embora
concentre a maior parte dos acidentes - naturalmente porque abriga a maior
parte da população e da frota de veículos do Brasil - a Região Sudeste obteve
uma redução do número de mortes: de 16.466 casos em 2011 para 16.253 em 2012
(1,20%). É a retomada de uma tendência de queda de mortes observada entre os
anos de 2005 e 2007, segundo as estatísticas do SUS.
O governo
federal não tem nenhum programa em andamento voltado exclusivamente para motociclistas.
A principal ação do governo federal no que se refere a motocicletas foi a recente aprovação de
uma lei que garante adicional de periculosidade a motoboys, há um mês. A sanção
da lei ocorreu com representantes sindicais de motoboys de São Paulo. Como se aumentar o salário dos motoboys fosse diminuir o número de acidentes em que se envolvem.
A Semana
Nacional de Trânsito deste ano também não abordará a questão dos motociclistas.
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