Seria cômico, se não fosse trágico; esta é a frase que me ocorreu.
Fui fazer o exame médico, no processo para renovar minha carteira nacional de habilitação.
Cheguei no local, um consultório particular, não localizado em prédio ou recinto público. A atendende conferiu a papelada toda (cópia de um montão de documentos) e o comprovante do pagamento da taxa, feita para uma entidade privada (clínica de medicina do tráfego e do trânsito). Não é receita pública, portanto. É privada.
Fui logo atendido pelo médico, muito simpático por sinal, que durante 5 minutos cumpriu os procedimentos do exame:
- Com o olho direito fechado, mandou ler 4 letras num aparelho de medição de acuidade visual que deve ter sido fabricada (pelo aspecto e tecnologia) na década de 1940 E, pelo aspecto, deve ter sido usada diáriamente desde então! Se comparado a um telefone, seria de ebonite negro e teria manivela.
- Com o olho esquerdo fechado, mandou ler outras 4 letras.
- Com os dois olhos abertos, acendeu uma luz verde, uma vermelha e uma amarela, nesta sequencia, pedindo-me que informasse a cor da luz de cada uma delas.
- Mandou que eu fechasse os dois olhos e ficasse assim durante uns 10 segundos.
- Mandou que levantasse as mãos e que fizesse o movimento de fechá-las e abrí-las duas vezes.
Pronto!
A atendente me deu um papelzinho onde dizia que posso retirar a minha CNH renovada dentro de 20 dias úteis, ou seja, dia 23/12.
5 minutos! Ou R$663,60 por hora.
Excelente honorário para este exame que qualquer funcionário com segundo grau poderia fazer.
Aliás, como é feito nos países desenvolvidos.
Ou você acha que algum país do primeiro mundo se daria ao luxo de manter um médico ‒ que levou anos de estudos e custou uma fortuna para formar ‒ para executar um trabalho desses?
Só no Brasil, mesmo.
Veja também: Renovando a CNH
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