quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Cerol: um grande perigo para os motociclistas


Fim de ano se aproxima e o grande vilão dos motociclistas entra em cena: o cerol utilizado em linhas de pipas.

Para uns uma brincadeira, para outros, uma arma capaz de produzir estragos inimagináveis.
Em contato com a pele, o cerol e seus assemelhados, como a “linha chilena” (versão ainda mais perigosa, que substitui o vidro por pó de alumínio), têm o mesmo poder cortante de uma navalha. 

Somando a dificuldade de fiscalização pelos órgãos públicos com o aumento acentuado da frota de motocicletas nos últimos anos, o resultado é que o número de acidentes com as linhas afiadas - muitos instantaneamente fatais – é cada vez maior. Mas a ameaça das linhas cortantes também se estende a pedestres, ciclistas, paraquedistas, praticantes de voo livre e até pássaros.

 Em fins de semana e época de férias escolares, os acidentes aumentam. Crianças, adolescentes e até muitos marmanjos têm na pipa (também chamadas de raia, quadrado, maranhão, papagaio) uma atividade barata e divertida. Para aumentar a emoção, a criançada pratica uma espécie de "batalha aérea" -- mas aí a brincadeira perde a graça e começa o perigo.


Para vencer disputa, é usado o temido cerol, mistura de cola e vidro moído aplicada à linha. Existem também outros produtos até mais eficientes, como a linha chilena, produto industrializado que é proibido no Brasil, mas pode ser encontrado em lojinhas da periferia, onde também são vendidas pipas prontas.

Na disputa nos ares, a ideia é cortar a linha da outra pipa. Alheias ao perigo, discute-se livremente em redes sociais qual o melhor método para tornar a linha ainda mais afiada (e perigosa).
Pedestres e quem usa veículos abertos, como bicicletas e motos, estão expostos ao risco de topar com a linha impregnada de cerol (ou cortante, como também é conhecido) atravessada na rua, e não percebê-la a tempo.

Entre as principais vítimas do produto estão os motociclistas, que podem ser surpreendidos até mesmo na estrada. Nela, devido à velocidade, é praticamente impossível perceber que há uma linha no caminho da moto.

Mesmo não havendo estatísticas oficiais a respeito, estudos apontam que, entre os motociclistas, de cada dez lesões, oito atingem a região entre o pescoço e a face. Em sua maior parte, as mortes são causadas pela grande perda de sangue decorrente de cortes profundos nas artérias que passam por essa região.

Para evitar estes e outros riscos, o melhor a fazer é recorrer a dois acessórios disponíveis no mercado, ambos bastante acessíveis. O primeiro, mais comum e eficiente, é a antena anticerol, instalada no guidão, que retém e corta a linha antes que atinja os ocupantes da moto. Desde agosto de 2013, a Resolução 356 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) tornou obrigatório o uso deste equipamento para quem trabalha com motofrete ou mototáxi.

Na região da rua Barão de Limeira, no centro de São Paulo, o item pode ser encontrado por preços que vão de R$ 10 a R$ 80, dependendo do material e do acabamento; entretanto, os balconistas advertem que os modelos muito baratos, feitos de metal mais frágil, também podem ser cortados pelas tais “chilenas”.

A segunda opção é o protetor de pescoço, uma espécie de gola alta e avulsa feita de nylon ou de neoprene, cuja parte frontal possui, internamente, cordões de aço ou tiras de kevlar, que impedem o contato da linha com a pele; algumas variedades incluem a máscaras ou toucas para proteção do vento e da poeira. Nas lojas consultadas, o item sai por R$ 50 a R$ 68, dependendo do modelo.​


Mas segundo especialistas em segurança, as antenas são mais seguras porque evitam que a linha venha de encontro ao corpo do motociclista, mas algumas motos, como as superesportivas, não permitem sua instalação, por causa do desenho do guidão. Por outro lado, a proteção cervical é ineficiente se a moto não possuir a antena e a linha atingir a região abaixo do pescoço; daí a importância de se pilotar sempre usando jaqueta e luvas. Outra desvantagem, é a sensação de calor que o acessório causa, o que é bom no inverno, mas pode ser ruim no verão; o desconforto pode ser amenizado com versões ventiladas do produto.


As áreas de maior risco se concentram no início e final das rodovias, bairros periféricos, e nos arredores de praças, parques e praias. Nesses locais, o motociclista deve ficar ainda mais atento, já que dificilmente é possível enxergar a linha com antecedência, pois ela se funde com a paisagem. No entanto, ao se deparar com essa situação, a última coisa a fazer é frear bruscamente, por causa do risco de colisão com os veículos que vêm atrás. Dessa forma, assim que avistar uma pipa no ar, se possível, o motociclista pode se proteger atrás de um ônibus ou caminhão, mas não muito próximo, para não ser surpreendido por uma freada brusca ou inalar a fumaça desses veículos. Quanto ao garupa, ele só precisa se manter alinhado com o piloto.

Um comentário:

  1. infelizmente neste pais de filhos da puta onde a maioria das pessoas são sem noção e até mesmo desinteligentes onde só pensam em si próprios , onde também as ditas autoridades governamentais estão se lixando com tudo e todos sempre teremos estes problemas , aqui próximo á minha residência av. engenheiro Caetano Alves no Imirim São Paulo têm um idiota que vende pipas e todo um arsenal assassino inclusive ja saiu em reportagem há alguns anos atrás no programa do gugu liberato é lastimavel , mas sempre continuarão estes problemas OBS:NÃO É SÓ O CEROL QUE CORTA , A PROPRIA LINHA CRUA JÁ É SUFICIENTE PARA CORTAR UMA PESSOA.

    ResponderExcluir