O meu carro
é flex e usei etanol durante a passagem pelo estado de São Paulo, na ida e
volta da minha última visita à família, em Niterói, RJ.
O preço do etanol
onde abasteci foi em média R$1,90/litro, comparada com a gasalcóol (combustível
com 27% de álcool anidro e 73% de gasolina de baixa qualidade, que insistem em
chamar de gasolina comum) com preço
médio de R$3,10/litro.
Sempre ouvi
falar que é mais econômico abastecer com etanol quando seu preço é igual ou
menor a 70% do preço da gasalcóol. Assim sendo, ficou fácil decidir qual
combustível usar.
Retornando
para Santa Catarina, os preços na minha cidade estavam assim: Etanol
R$2,29/litro – Gasalcóol R$3,15/litro. Usando a fórmula dos 70%, aparentemente
usar gasalcóol fica mais econômico.
Tenho
minhas dúvidas se este percentual está correto. Primeiro, vamos ver uma matéria que achei na Internet, quando
pesquisando sobre o assunto:
Quando vai abastecer seu carro flex, a maioria
dos motoristas faz as contas para ver qual o combustível mais vantajoso. Para
isso, uma antiga fórmula é aplicada: divide-se o preço do álcool pelo da
gasolina e se o resultado for menor que 0,70, significa que o preço do etanol é
inferior a 70% do preço do combustível concorrente e vale a pena optar pelo
álcool. Mas esse cálculo está sendo questionado por um estudo que aponta que
vale a pena abastecer com etanol quando ele custar até 80% do preço da
gasolina.
O estudo que propõe novo índice de
economicidade para uso de etanol foi feito com base nos dados do dia a dia de
410 mil veículos.
A novidade é polêmica e diverge do padrão
divulgado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
(Inmetro). O estudo foi feito com base nos dados do dia a dia de 410 mil
veículos que são gerenciados pela Ecofrotas, que presta serviço de gerenciamento,
abastecimento e manutenção de frotas em todo o país.
A novidade apareceu quando a empresa se deparou
com informações que apontavam para um melhor desempenho do etanol, ao analisar
seu banco de dados. “Começarmos a perceber que a relação entre etanol e
gasolina tinha uma variação muito grande em relação àquela perspectiva do
70%/30% e começamos a perceber que se equiparava muito mais a 80%/20%”, explica
a gerente de Sustentabilidade da Ecofrotas, Amanda Kardosh.
Para verificar a tese, a Ecofrotas contratou
uma consultoria para analisar os dados e, por meio de análise estatística, a
gerente disse que ficou comprovada a hipótese de que o etanol apresentava um
rendimento médio equivalente a 79,52% do desempenho da gasolina. Ela explica
que a relação que se conhece hoje, de 70%, leva em conta o poder calorífico do
etanol em relação à gasolina. Mas, segundo o estudo da Ecofrotas, outras
características do etanol devem ser levados em conta, como a proporção ar e
combustível no motor e a octanagem, que é a capacidade de um combustível
resistir a altas taxas de compressão sem entrar em combustão.
Além disso, ela argumenta que fatores do dia a
dia influenciam no desempenho dos dois combustíveis, o que aponta para um
resultado mais realista. “Normalmente, os estudos são feitos em laboratório,
com um mesmo motorista, em um mesmo cenário, com o mesmo modelo. No nosso caso,
analisamos um período de 31 meses e, além da diversidade de modelos, temos uma
diversidade imensa de motoristas, de comportamentos ao dirigir, de geografia”,
diz.
Na avaliação do engenheiro Fábio Real, do
Inmetro, no entanto, em um veículo flex, a autonomia do etanol em relação à
autonomia da gasolina vai de 69% a 72%, dependendo do motor. “Essa é uma média,
tem veículos que são mais eficientes com etanol, outros com gasolina, mas não
foge muito disso não”, aponta.
O engenheiro alerta que os testes feitos sob
condição padrão são mais confiáveis, pois quando os dados são colhidos com o
veículo rodando na cidade, vários fatores influenciam nos resultados, como
temperatura, pressão atmosférica, se está parando muito no trânsito, as
condições da cidade, se tem mais morros ou se é mais plana, e até a forma como
o motorista conduz. “Se você pisa um pouco mais no acelerador, o veículo gasta
mais, porque entende que está precisando de mais potência. Já quando a pessoa
anda de forma mais macia, tende a ser mais econômica”, diz. Outra questão que
impacta nos resultados é a qualidade do combustível.
Segundo o engenheiro, o ideal é o consumidor
verificar a eficiência de cada carro e o seu perfil, se anda mais na cidade ou
na estrada. Desde 2005, o Inmetro acompanha testes das montadoras de veículos
para classificar os carros de acordo com a sua eficiência energética.
Atualmente, 36 marcas e 496 modelos e versões de veículos recebem um selo de
classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. Além do selo, os
consumidores podem consultar dados de todos os tipos de carros, como consumo de
álcool ou gasolina na estrada e na cidade e emissões de poluentes. “Os dados da
tabela representam uma média de consumo para o brasileiro, em condições padrão
e com combustível padronizado”, explica. Até 2017, todos os modelos de veículos
comercializados no Brasil devem estar incluídos no programa do Inmetro.
Muito bem,
já temos pelo menos uma grande empresa que discorda da fórmula 70/30,
considerando a diferença energética entre o etanol e a gasolina.
Atualmente
mistura-se 27% de álcool anidro no gasalcóol. Fiz um cálculo para determinar o preço correto da gasolina na mistura para produzir o gasalcóol:
Preço do gasalcóol (da
gasolina comum) na bomba: R$3,15
Preço do
etanol: R$2,29
Quantidade
de etanol no gasalcóol: 270 ml ou R$0,62
Quantidade
de gasolina no gasalcóol: 730 ml ou R$2,53 (R$3,15 – R$0,62).
Ora, se 730
ml de gasolina custa R$2,53, seu preço real é de R$3,37 por litro!
Se meu
cálculo estiver correto, os 80% mencionados no artigo acima fazem sentido, pois
80% de R$3,37 são R$2,696. Portanto, com o etanol a R$2,29 é mais econômico
usar o combustível vegetal. Mesmo usando 70% (R$2,36) o etanol a R$2,29 é
melhor.
Claro, cada veículo tem suas próprias característica quando ao desempenho energético. O consumo varia muito com a altitude em relação ao nível do mar, maneira de conduzir e temperatura/pressão atmosférica da região.
Bom, vou
fazer o teste de quilometragem na cidade, onde o consumo é maior. Vou abastecer
o meu veículo com etanol, consumir meio tanque e ver quantos quilômetros faço
com um litro de álcool. Depois faço o mesmo com
o gasalcóol e comparo o resultado. Estou curioso para ver em qual categoria meu veículo se enquadra.
É Roque, pode ser, mas pelo menos aqui no RJ, um dos meus carros é um Peugeot 307 2.0 151 HP, que quando coloco alcool, a luz da ignição acende! (sério!). E a luz some quando colocamos gasálcool. Já mudei de posto (bandeira) etc., mas a qualidade pelo menos aqui no RJ, é sofrível. Prefiro continuar com a Gasálcool - e colocar 2 por 1 de aditivada. Bons posts, by the way! Boa semana!!
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