terça-feira, 6 de novembro de 2012

Prevenção nas Estradas


A ação preventiva, com forte presença ostensiva nas estradas, é o melhor que as polícias rodoviárias, com o apoio de outros órgãos, podem fazer em períodos de feriadões, como o que se iniciou na última sexta-feira e se encerrou no domingo.

O resultado desse esforço pode ser medido pela penalização de motoristas, mas seu efeito maior é certamente o que evitou acidentes e mortes nas rodovias.

A repressão a delitos no trânsito, como vem sendo feito no Brasil, é parte essencial de qualquer tentativa de redução do massacre que provoca mais de 40 mil mortes em acidentes todos os anos.

Na última quinta-feira, por exemplo, a fiscalização nas estradas gaúchas flagrou 34 motoristas dirigindo embriagados.

No mesmo dia, cinco foram presos, 39 perderam a Carteira de Habilitação, 2,2 mil sofreram multas e 232 veículos foram recolhidos.

Não há efetividade no combate à imprudência sem a punição dos infratores, principalmente dos que dirigem sob efeito do álcool e expõem a riscos as próprias famílias e os ocupantes de outros veículos, além dos pedestres.

As blitze da Operação Viagem Segura seguem uma orientação nacional, no sentido de moralizar o trânsito pela vigilância, apesar das manifestações de contrariedade dos que questionam, entre outras atitudes das autoridades, o uso do bafômetro.

O equipamento que denuncia a embriaguez deve ser utilizado sem parcimônia, não só em estradas, mas também nas cidades.

É ilusório o argumento de que apenas medidas de conscientização serão capazes de reduzir o número de tragédias causadas por irresponsáveis.

Exemplos de outros países confirmam que o poder de coerção do Estado deve ser exercido em sua plenitude, para que delitos ao volante sejam reprimidos com rigor.

Ações de cunho educativo serão sempre bem-vindas, desde que façam parte de um conjunto de esforços, entre os quais está a prevenção repressiva.

É meritória a iniciativa do Ministério das Cidades, que tentará envolver as crianças numa campanha de conscientização dos efeitos do álcool e dos transtornos que as bebidas provocam em quem dirige.

Tenta-se, assim, fazer com que os filhos influenciem os pais e contribuam para a meta do próprio governo de reduzir em 50% o número de vítimas fatais no trânsito até 2015.

Fonte: Jornal Zero Hora, Porto Alegre.

3 comentários:

  1. Roque, a educação das novas gerações pode ser um processo com resultados lentos, mas é fundamental para que possamos mudar esse quadro. Se o filho não conseguir influenciar os pais, que pelo menos ele não cometa os mesmos erros no futuro e ensine os seus filhos a não cometê-los também.....até lá somente uma punição severa vai resolver....

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  2. Fiz cerca de 2500 kms nas estradas fluminenses, paulistas, paranaenses e catarinenses nesta semana e impressiona muito a imprudência e o desrespeito aos limites de velocidade, principalmente por parte dos motoristas de caminhão.
    Na BR-101, trecho do litoral catarinense, tive de dar passagem para carretas acima de 110 km/h (velocidade que trafegava).
    No Rodoanel Mário Covas, circunvalação para evitar que o tráfego pesado circule pela cidade de São Paulo, é proibido o tráfego de caminhões nas faixas mais à esquerda, mas na realidade me vi em um sanduíche rodando na faixa 2 para dar passagem a um caminhão na faixa 1 e com caminhões nas faixas 3 e 4.
    É impressionante como os caminhões não conseguem se manter em fila indiana, com cada um tentando ultrapassar outro e muitas vezes excedendo as velocidades limites determinadas para os pesados.
    Alcool é um problema, mas a "lei dos mais forte" que vigora nas nossas estradas é um problema sério e que deve ser enfrentado com rigor.

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  3. Concordo plenamente com vocês, Paulo e Wolfmann. A realidade é que não há fiscalização. A maioria das pessoas que tem/tiveram oportunidade de viajar pelos EUA sabem que lá, os State Troopers aparecem do nada, como se tivessem brotado da terra, se alguém faz alguma besteira nas rodovias. Aqui, você consegue rodar 1100 quilômetros (já fiz isto várias vezes entre SC e Niterói)sem ver uma única viatura na estrada. Só nos postos ou escondidos tirando foto de placa. Lamentável.

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