sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O futuro, cada vez mais distante


Sou da geração a quem ensinaram que o Brasil era o país do futuro. Na minha infância, a expectativa deste futuro era de 25 anos, uma geração, portanto.

Havia razão para este otimismo. O país deixava uma das mais sanguinárias e autocráticas ditaduras da história republicana (Getúlio Vargas - 1930/1945), o próprio Vargas se matara envolto num mar de corrupção e o Brasil havia eleito o maior presidente de toda a sua história: JK.

Sessenta anos se passaram e o Brasil nem é mais um país do futuro. Simplesmente regrediu.

O circo da cassação do mandato da mais incompetente e irresponsável presidente de todos os tempos demonstrou que o Brasil é dirigido pelo o que de pior existe. A sessão da Câmara dos Deputados, em maio e o julgamento final do impeachment no Senado, na última quarta-feira, tiraram qualquer esperança de que este país possa ser considerado uma nação.

Pressionados pela forte presença na ruas e nas redes sociais, pedindo pelo afastamento da chefe do Executivo, o Legislativo e o Judiciário não tiveram como evitar a ação. Cassaram o poste.

Mas no melhor estilo "brasileiro", inventaram um "jeitinho" de preservar os direitos políticos da madame, mesmo que para isto tivessem que rasgar a Constituição. E o fizeram.

Não o fizeram para ajudar o poste derrubado. Não senhor! Fizeram para criar um precedente que os proteja, pois a grande maioria dos políticos é podre. E sabem que se perderem seus privilégios, cairão nas mãos de juízes que os meterão na cadeia por muito tempo. Com foro privilegiado, tem a certeza que o STF e o STJ nada farão. Renan que o diga.

E assim caminha este infeliz país, cujo trabalho dos seus cidadãos honestos é literalmente surripiado para sustentar a maior quadrilha de todo a história humana: os políticos e seus parceiros.

E, apesar de todo o esforço para mudar, o Brasil continua sendo uma republiqueta. Pena.

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