quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Quanto custa a (i)mobilidade urbana no Brasil?


Que o brasileiro está perdendo cada vez mais tempo no trânsito todo mundo sabe. 

Uma pesquisa inédita da CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai divulgar nos próximos dias o em quanto fica o prejuízo.

Três em cada dez brasileiros gastam mais de uma hora por dia no trânsito para se deslocar para o trabalho ou a escola. De acordo com pesquisa do Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a parcela da população que gasta mais de uma hora por dia em deslocamento subiu de 26% em 2011 para 31% em 2014.

Em cidades com mais de 100 mil habitantes, esse índice chega a 39% enquanto naquelas com até 20 mil habitantes, o porcentual é menos da metade, de 16%.

Os brasileiros que usam o ônibus como meio de transporte são os que mais passam tempo no trânsito. Nesse grupo, 22% levam mais que duas horas para chegar ao destino, 28% levam entre uma hora e duas horas e 51% levam até uma hora. Em seguida entre os que passam mais tempo no trânsito estão os usuários de van fretada e carro.


O Ibope Inteligência entrevistou 2002 pessoas em 142 municípios entre 5 e 8 de setembro do ano passado. Para 36% dos entrevistados, o transporte público é ruim ou péssimo. Em 2011, quando a mesma pesquisa foi feita, 28% dos entrevistados tinham a mesma opinião. A parcela dos que avaliam como ótimo ou bom caiu de 39% para 24%, uma redução de 15 pontos porcentuais em quatro anos. A piora da avaliação do transporte público ocorreu principalmente no Sudeste.

Quase metade da população utiliza transporte público todos os dias ou quase todos os dias para se locomover, de acordo com a pesquisa. Nas cidades com mais de 100 mil habitantes, a parcela da população que precisa do transporte público para se locomover é de 55%.

Entre os que não usam o sistema público, as justificativas são problemas de capilaridade e frequência, como não chegar a todos os lugares, possuir poucas linhas e poucos veículos disponíveis. Também são empecilhos a lentidão e os atrasos frequentes, além do preço dos bilhetes.


Segundo o estudo, 24% dos pesquisados vão para o trabalho ou para a escola de ônibus. Ir a pé é o hábito de outros 22%. O carro está no terceiro lugar, como meio de transporte mais utilizado por 19% dos entrevistados. Em seguida aparecem motocicleta, van fretada e bicicleta.


Quando separado por gênero, os homens ainda preferem o carro para se deslocar enquanto as mulheres tendem a adotar como principal meio de locomoção o transporte público ou andar a pé. Entre os mais jovens e em cidades menores, a moto é usada por uma parcela maior dos entrevistados.

Relatório da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) divulgado em setembro, indica que o custo da falta de mobilidade nas principais metrópoles brasileiras ultrapassa R$ 111 bilhões. 

De acordo com o Riley Rodrigues de Oliveira, ‎especialista Sênior em Competitividade Industrial e Investimentos do sistema FIRJAN, este foi o cálculo do prejuízo anual constatado, considerando que o tempo médio de deslocamento registrado em 37 cidades brasileiras é de 114 minutos.

Entretanto, não é a cidade de São Paulo a mais congestionada das grandes metrópoles: a posição ficou para a cidade do Rio de Janeiro, cujos habitantes levam, diariamente, 140 minutos para se deslocarem no trajeto casa-trabalho-casa. Os paulistanos ficaram em segundo lugar, e levam 132 minutos neste percurso, apesar da proporção da cidade.

Estou ansioso para ver o relatório da CNI. 

Vai ser interessante saber quanto isto custa nos bolsos dos cidadãos do país com mais impostos no mundo!

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