Caem as vendas e fecham concessionárias |
Alguns seguidores do blog tem me perguntado sobre o que acontecerá no mundo Harley-Davidson aqui no Brasil. Eu não publiquei nada sobre o assunto, para não alimentar a síndrome do "eu acho que. . . ".
A realidade é que a Harley-Davidson Motor Company está atravessando um dos maiores desafios de sua história de 118 anos. Vencê-los é decisivo para sua existência como a marca de motocicletas mais antiga do mundo, com produção ininterrupta.
As vendas totais da marca tem caída ao longo dos últimos 14 anos e a pandemia e a valorização do dólar não tem ajudado nas vendas internacionais que, de alguma forma, estava amenizando as quedas no desempenho doméstico da Motor Company.
As H-D são motocicletas caras. Não há a menor dúvida quanto a isto. Mas uma rede de concessionárias superior a qualquer outra montadora, aliada a uma grande variedade de modelos e produtos (acessórios e vestimentas) manteve a Harley-Davidson na liderança total na produção e venda de motocicletas acima de 650cc.
A poderosa alavanca deste resultado foram os "baby boomers", homens na sua maioria, nascidos a partir de 1945. Como já foi discutido neste blog inúmeras vezes, estes harleyros estão envelhecendo e deixando as estradas ou, pelo menos, não as percorrendo montados em um veículo de duas rodas.
Os jovens entre 18 e 30 anos não encaram motocicletas de grande porte como objeto de desejo. Na realidade, chamam tais veículos de "moto de tiozão"!
É a partir dos 35 anos de idade que estas pessoas começam a se interessar pelas H-D. Isto é fato, comprovado pelas próprias estatísticas da Motor Company nos EUA.
Aqui no Brasil temos agravantes ainda maiores: estradas em más condições, baixa fiscalização policial nas rodovias, permitindo que caminhões cometam barbaridades sem punição, custo muito alto de licenciamento anual e preços exorbitantes praticados pelas concessionárias na venda de peças, acessórios e vestimentas. Isto tudo aliado à Fraudemia Chinesa e ao dólar cotado acima de R$5,00.
No geral, as vendas de motocicletas no Brasil estão em declínio já há muitos anos:
Vendas de motocicletas no Brasil |
A Harley-Davidson do Brasil reduziu o catálogo de modelos disponíveis e a margem de lucro das revendas. O resultado final não poderia ser outro: seis revendas H-D anunciaram recentemente o encerramento de suas franquias:Fortaleza-CE, Cascavel-PR, Vitória-ES, Caxias do Sul-RS, Santos e a ABA em SP.
A meta da Harley-Davidson do Brasil é produzir e vender 3.000 motocicletas novas em 2021. Após assumir as operações no Brasil no final de 2010, a H-D do B chegou a mencionar planos para produzir 10.000 motocicletas/ano, por aqui. Sonho totalmente utópico!
A projeção de vendas mundiais da HDMC para 2020 é de 197.000 motocicletas. A queda vem ocorrendo de forma constante desde o ápice de 2006, quando a Motor Company vendeu 349.196 unidades globalmente.
Com menos revendas e com menos modelos disponíveis, no Brasil, a Harley-Davidson vai diminuir sua presença no país. A retirada da Sportster do catálogo vai ter um impacto negativo de 20%, segundo as estimativas publicadas.
A HD não vai desaparecer como uma Indian, mas vai ficar muito menor.
A fidelidade à marca vai continuar e sempre terá quem se disponha a gastar o que se cobra numa Harley-Davidson. Afinal, o que vale, para um harleyro, é ter uma Harley-Davidson. Não importa o modelo ou o ano de fabricação.
O mito Harley-Davidson vai continuar no Brasil, sem dúvida.
Belo ponto de vista e boa análise.
ResponderExcluirMas se o novo CEO tivesse focado no prazer de ter uma HD talvez sensibilizasse os mais novos. Isso foi o que empurrou a marca aqui no Brasil nos últimos anos.
Mas negócios são negócios.
Creio que eles estão mal nos EUA e aí não tem como não espirrar aqui. Afinal não somos nada perto deles.
E vai piorar mais. A HD nada a braços largos no mundo das custom aqui ...mas tá vindo outras marcas
ResponderExcluirTenho HD e adoro, sei que não é das melhores, e adoraria que viessem outras marcas, afinal gosto de custom e infelizmente nas 1600 cc soh temos as HDs, outras marcas nos deixaram órfãos por muito tempo
ExcluirTenho HD e adoro, sei que não é das melhores, e adoraria que viessem outras marcas, afinal gosto de custom e infelizmente nas 1600 cc soh temos as HDs, outras marcas nos deixaram órfãos por muito tempo
ExcluirNão concordo temos, Yamaha, Suzuki, Kawazaki,sempre estiveram aqui. Eu sou harleyro mas as fotos não estão no padrão da concorrência e as big trail engoliram o mercado assim como.no caso dos carros os suv
ExcluirEm Salvador temos a New Bahia Harley Davidson. Que NÃO anunciou encerramento das atividades. Pelo menos até agora. Quem fechou foi a Bahia HD desde 2017.
ResponderExcluirO problema vem sendo a reestilizacao, as motos modernas HD com visual próximo das Vrod não agrada aos jovens e desagradam o puristas, a HD está num nicho perigoso. Perdendo a personalidade da marca.
ResponderExcluirNos eua mesmo no pós crise a H-D vende 160.000 motos por ano. No Brasil no ápice (acho q em 2002) venderam 8000 (5% dos eua) depois disso ficando bem abaixo, próximo das 5000 unidades/ano. Em outras palavras, a contribuição do Brasil eh muito baixa. A H-D oficializou a saída da Índia onde vendiam 3000-4000 motos/ano dizendo que o mercado eh pequeno, então no Brasil não tem pq ser diferente.
ResponderExcluirAs HD sempre foram consideradas motos classicas.
ResponderExcluirE uma das virtudes das motos classicas são os cromados.
Chamar uma moto de clássica, toda pintada de preto fosco é ruim de engolir.
Para os puristas, principalmente ,isso não procede.
Acho que você tocou num ponto pouco, ou nada, discutido. Realmente na questão cromo a criatividade parou, passaram as tendências de época e aderiram ao black. Não é possível seduzir alguém ao luxo, seja jovem ou não,sem luz e brilho, principalmente na geração ostentação.
ExcluirAs HD irão é subir os preços, ninguém deixará de comprar. Hoje existe mercado usadas HD muito grande, a grade maioria prefere uma HD usada que as novas, com vários haleyros aposentando suas motos pela idade , existe um mercado superior de compradores para essas e não para as ok. A Harley Davidson está querendo mudar seu estilo para atingir outro tipo de mercado , irão ter vários novos lançamentos.
ResponderExcluirAcredito que as oficinas que atendem as HDs, nadarão de braçada, nossas HD, irão se valorizar.
ResponderExcluirVerdade, a Harley parou no tempo, esqueceu de produzir máquinas modernas de fato. Perdeu o bonde da história...
ResponderExcluirVerdade, a Harley parou no tempo, esqueceu de produzir máquinas modernas de fato. Perdeu o bonde da história...
ResponderExcluirA competição das bigtrails é feroz. Mas creio q a HD terá q ir se reinventando para o mundo pós hidrocarboneto... só elétrica, autobalanceada, autônoma... mas ainda vai um tempinho. Moto raiz e postos de gasolina serão museus.
ResponderExcluirGosto não se discute! Tenho uma Heritage 2012. Embora o Bigtrail faça muito bem a minha coluna em uma viagem longa, o glamour de ter uma HD e os olhares não tem preço! Então meu projeto é comprar uma Big mas deixar minha Heritage de herança...
ResponderExcluirBigtrail e Custom??? Propostas totalmente diferentes, e ainda que "o mercado" possa estar sendo aquecido pelas "Bogtrails" é certo que "os puristas" continuarão a manter suas Custons nas garagens.
ResponderExcluirAinda que diminuam o número de Concessionárias HD no Brasil NÃO acredito na sua extinção ou, ainda, que uma situação como estas se perdure por "MUUUUITO TEMPO". Estamos num "mercado" que logo tudo voltará "na ativa" e não será diferente com a HD no Brasil.
Bigtrail e Custom??? Propostas totalmente diferentes, e ainda que "o mercado" possa estar sendo aquecido pelas "Bogtrails" é certo que "os puristas" continuarão a manter suas Custons nas garagens.
ResponderExcluirAinda que diminuam o número de Concessionárias HD no Brasil NÃO acredito na sua extinção ou, ainda, que uma situação como estas se perdure por "MUUUUITO TEMPO". Estamos num "mercado" que logo tudo voltará "na ativa" e não será diferente com a HD no Brasil. É certo que iremos "perder" no número de Concessionárias, mas irão "sobreviver" quem realmente desejar "investir" e tiver "paciência na crise".