quinta-feira, 30 de março de 2017

Preço da gasolina: as distribuidoras são os responsáveis pelo preço alto?


Interessante artigo compartilhado por um amigo, que é empresário no mercado varejista de combustíveis:
28/03/2017 – O advogado Ricardo Magro, especialista no setor de combustíveis, tem sido um observador crítico da nova política de preços para diesel e gasolina adotada pela Petrobras. Desde outubro do ano passado, explica Ricardo Magro, a estatal anunciou que os preços dos combustíveis seriam baseados em avaliações mensais que acompanham a tendência no mercado internacional. Essa política prevê a manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias.
A realidade, porém, é que as mudanças só chegam às bombas em caso de aumento, e acusar os estados ou as usinas por não repassar as baixas de preços ao consumidor pode ser uma verdadeira balela. “Apenas quem desconhece a sistemática pode fazer tal afirmação, ou estaríamos diante de uma desculpa esfarrapada para justificar outras práticas”, analisa o advogado Ricardo Magro.
Ricardo Magro se baseia em duas premissas: a primeira que o etanol utilizado na gasolina representa apenas 27% do volume de gasolina C, ou seja, da gasolina vendida na bomba e, com isso, seu poder de influenciar o preço é extremamente modesto. A segunda é que as práticas arrecadatórias não mudaram a partir das reduções de preços realizados pela Petrobras. Isso significa que as políticas tributárias dos estados em nada influenciaram o repasse.
Diante do cenário é possível perceber que as práticas da Petrobras mudaram, mas as das distribuidoras seguem semelhantes. Com isso, a estatal ainda que praticando preços de mercado internacional, abre mão de uma margem adicional, da qual ela necessita para se manter competitiva.
Por outro lado, as grandes distribuidoras não repassam tal benefício ao posto revendedor e, consequentemente, ao consumidor. Novamente a Petrobras perde e as distribuidoras ganham, avalia Ricardo Magro.
Segundo dados publicados no site da Petrobrás, os componentes do preço da gasolina no varejo são os seguintes: 
Período de coleta: de 12/3/2017 a 18/3/2017
Claramente se vê que o maior componente (41%) do preço da gasolina são os impostos estaduais (ICMS) e federais (CIDE, PIS/PASEP e Cofins). 
O analista afirma que o "malvado favorito" são as distribuidoras que não repassam a redução no custo da gasolina, praticada pela Petrobrás, aos postos. 
Pode até ser. Não sou especialista. Mas como observador e consumidor, vejo as variações nos preços praticados pelos varejistas com olhos suspeitosos.
Aqui em Curitiba o preço do litro da gasolina comum nos postos de bandeira (BR, Shell, Ipiranga) estava ao redor de R$3,60 até o fevereiro. Nas postos de "bandeira branca", não filiado às grandes distribuidoras, o preço girava em torno de R$3,50.
Nas últimas semanas, os preços baixaram e todos estão cobrando em torno de R$3,40 por litro. 
Interessante, não é mesmo? E não houve nenhuma redução significativa no preço praticado pelo Petrobrás, nas refinarias.
E se o preço praticado pelas distribuidoras é o grande culpado, como se explica que, no mesmo bairro, um posto BR vende a gasolina comum a R$3,50 e outro posto BR cobra R$3,25 por litro?
No dia que a Polícia Federal e o Ministério Público decidirem fazer um investigação no comércio de combustíveis no Brasil, vai faltar cadeia!

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