O Liberty-class S/S "John W. Brown" navegando nos Grandes Lagos em 2000. |
Ainda que
baseados em um conceito desenvolvido pelos britânicos, os Liberty foram
escolhidos e adaptados pelos americanos por serem navios de construção rápida e
barata, tranformando-se no símbolo da capacidade industrial dos Estados Unidos.
Os
primeiros navios da classe tinham sido encomendados pela Grã-Bretanha, para
substituir as unidades torpedeadas pelos submarinos alemães. Mas eles também
foram comprados para compor a frota auxiliar da Marinha dos EUA e para
transportar a ajuda de guerra que os Estados Unidos prestavam à Inglaterra e à
União Soviética, no esforço para enfrentar os ataques nazistas.
Plano de perfil dos Liberty |
Entre 1941 e 1945, um total de 2.710 navios da classe “Liberty” foram
construídos por dezoito estaleiros navais dos Estados Unidos. O
tempo médio de construção era de 30 dias.
2º dia de construção
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6º dia de construção
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10º dia de construção |
14º dia de construção |
24º dia de construção, pronto para o lançamento |
Apesar de
terem uma vida útil prevista de apenas 5 anos, os Liberty continuaram a cruzar
os mares do mundo por muitos anos, depois do fim da guerra.
Até hoje, 73 anos depois do início de sua produção, dois
navios da classe “Liberty” – S/S “John W. Brown e S/S “Jeremiah O’Brien” – continuam em operação pela Comissão Marítima dos EUA.
O S/S “John
W.Brown” foi cedido à Escola Metropolitana Vocacional da cidade de New York, onde foi utilizado até 1982, como navio-escola na formação de milhares de jovens
interessados na vida no mar e que, posteriormente, ingressaram na Marinha,
Marinha Mercante ou Guarda Costeira ou foram admitidos na Academia Naval, na
Academia de Marinha Mercante ou na Academia da Guarda Costeira dos Estados
Unidos.
Desde 1986 o “John W.Brown” é um museu itinerante, além de fazer cruzeiros históricos de 4 horas de duração pela Baía de Chesapeake.
Máquina alternativa a vapor dos Liberty |
Em novembro
de 2014 o S/S “John W. Brown” foi enviado ao Estaleiro Colonna, em Norfolk,
VA., onde os rebites usados na sua construção estão sendo substituídos em 5
grandes placas de aço do casco do navio.
O S/S "John W. Brown" desatracando de Baltimore em Setembro de 2014. |
Os rebites
foram usados até a metade do século 20 na construção de navios de aço. A partir
de 1950 os navios foram construídos usando solda, no lugar de rebites.
Características
dos navios Liberty:
- Comprimento: 134,60 m
- Boca: 17,4 m
- Calado: 8,5 m
- Porte-bruto: 9.857 t
- Transporte de tropa: até 650 Fuzileiros Navais
- Propulsão: Máquina alternativa a vapor de tripla expansão, 2.500 HP
- Velocidade: 11 nós (20 km/h)
- Tripulação: 8 Oficiais e 38 marinheiros da Marinha Mercante, 1 Oficial e 40 marinheiros da Guarda Armada da Marinha.
- Armamento: 1 canhão de 127 mm + 8 canhões de 20 mm + 2 metralhadoras calibre .50
De acordo com o site BlogMercante, três navios da classe Liberty navegaram sob bandeira brasileira.
O Maringá
foi o primeiro Liberty a ser usado pelo Brasil, em 1959, embora inicialmente
tenha sido registrado sob bandeira liberiana , sendo seu proprietário o
armador Nambal Shipping & Trading
Co., subsidiária da companhia carioca Carl Aune & Cia. Ltda. Em 1960 foi
transferido para a Companhia de Navegação Pan Americana, também do Rio de Janeiro,
manteve o mesmo nome, mas passou finalmente a ostentar a bandeira brasileira.
Infelizmente,
o Maringá terminou seus dias de forma trágica, tendo afundado em 16 de junho de
1969 na posição 11.30 S por 37.15 W, quando em viagem e completamente carregado
de sal do porto de Areia Branca/RN para o porto de Santos/SP.
O segundo
Liberty a ser operado por uma companhia brasileira foi o Bruce Thomas,
adquirido em 1960 pela Companhia de Navegação Netumar do Rio de Janeiro, sendo
em 1963 redenominado Caiçara.
S/S "Caiçara" |
O Caiçara
terminou sua carreira sendo desativado e vendido como sucata para um desmanche
de navios no Rio de Janeiro, em janeiro de 1972.
O terceiro
e último Liberty a operar sob bandeira brasileira foi o Kalu adquirido em 1960
e operado inicialmente pela companhia Nambal Shipping & Trading Co.
subsidiaria da companhia carioca Carl Aune & Cia. Ltda, que o registrou sob
bandeira liberiana até sua transferência para a Companhia de Navegação Pan
Americana em 1961, quando recebeu bandeira brasileira.
S/S "Kalu" |
O Kalu foi
desativado e vendido para desmanche em abril de 1973.
Obrigado por esta lembrança. Meu pai foi tripulanter deste navio com CLC C. Dufriche no Comando.
ResponderExcluirObrigado por nós acompanhar no blog.
ResponderExcluirQue espetáculo essa matéria ! 👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirExcelente materia, obrigado!
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