O Brasil
caiu 20 posições no ranking mundial de logística do Banco Mundial (Bird), que
mede a eficiência dos sistemas de transporte em 160 países.
O Brasil
passou a ocupar o 65º lugar no ranking. Trata-se da pior colocação desde que o
ranking foi lançado, em 2007.
Paulo
Fleury, diretor-geral do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), define o
resultado como "desastroso" para o País:
– A hora da
verdade chegou: o Brasil investiu bilhões em obras de infraestrutura de
transporte que, por problemas de gestão não foram terminadas e está aí o
resultado.
– Quando a
primeira pesquisa foi realizada, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)
havia acabado de ser lançado e a expectativa de melhora empurrou o indicador
para cima por um tempo. Como as obras não saem do papel, mas a demanda por
transporte aumenta, estrangulando o sistema, a frustração só fez aumentar e nem
as concessões no ano passado conseguiram melhorar os ânimos – diz Fleury.
Levantamento
do Ilos mostra que o atraso médio nas obras do PAC é de 48 meses. Há também
enorme descompasso entre o custo orçado e o custo que se viu na prática. O
aumento médio foi de 85%.
O Banco
Mundial também divulgou a classificação dos países em seis itens específicos na
área de logística e transporte, usados em conjunto para determinar a
classificação geral. O segmento que o Brasil está mais bem colocado é na
"qualidade e competência logística" (50ª posição) e o pior no
"serviço de aduanas e alfândegas" (94ª). Na categoria
"rastreamento e monitoração" está na 62ª e, nas "entregas
internacionais", na 81ª.
Outros
países da América Latina estão em posições bem melhores que a do Brasil, como
Chile (42º lugar, o melhor classificado da região), México (50º) e Argentina
(60º).
As três
primeiras posições do ranking são ocupadas por países desenvolvidos – Alemanha,
Holanda e Bélgica. Entre os últimos estão Somália, Afeganistão e República
Democrática do Congo.
Não há investimentos pesados em infraestrutura no Brasil desde 1985. As melhorias observadas em algumas BRs foram consequencias de privatização das vias.
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