Sem concessões. É assim, com o rigor que a questão exige,
que devem ser cumpridas as normas agora baixadas pelo Conselho Nacional de
Trânsito, disciplinadoras das novas regras da Lei Seca.
A tolerância com o álcool ao volante passou a ser zero a
partir de quarta-feira. O limite do bafômetro (que é como ficou popularizado o
aparelho chamado etilômetro) passa a ser 0,05 miligramas de álcool por litro de
ar.
Ou seja: qualquer ingestão de bebida alcoólica será
registrada e poderá resultar para o motorista flagrado uma multa por infração
gravíssima (R$ 1.915,30), além de impedimento de dirigir por um ano.
E se o equipamento marcar 0,34 mg/l ou mais, o motorista
responderá por crime, podendo ser condenado a seis meses a três anos de prisão.
Para completar, a nova resolução do Conselho Nacional de
Trânsito também possibilita que vídeos, depoimentos de testemunhas e relatos
dos policiais passem a valer como provas contra os condutores que se recusam a se
submeter ao teste do sopro.
Pode parecer rigoroso demais. Mas as estatísticas têm
comprovado que a Lei Seca já evitou milhares de mortes desde sua implantação em
2008. Então, o novo arrocho se justifica plenamente, até mesmo porque faltam
poucos dias para o Carnaval, período em que as pessoas abusam na ingestão de
bebidas alcoólicas.
Embora a ingestão de bombons com licores e de certos
medicamentos também passe a ser registrada pelo bafômetro zero, as autoridades
vêm alertando sobre a extinção de tais efeitos em poucos minutos.
Caso ocorra uma dessas improváveis exceções, o condutor
poderá esperar alguns minutos e fazer novo teste, para provar que não bebeu.
Não vai resolver tudo, evidentemente. Outros fatores, como o
excesso de velocidade, a imprudência, as ultrapassagens indevidas, carros e
estradas em más condições, também concorrem para o morticínio que se verifica
todos os anos nas estradas brasileiras.
Mas o veto total ao consumo de álcool por motoristas é um
sinal eloquente de que não haverá mais tolerância com infratores.
Fonte: Zero Hora, RS
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