domingo, 24 de janeiro de 2021

Boeing B-17 F "Memphis Belle": uma história contada em imagens

 

Boeing B-17F "Memphis Belle", no Museu Nacional da Força Aérea
dos Estados Unidos, Dayton, OH.

“Memphis Belle” é um bombardeiro Boeing B-17F Flying Fortress usado durante a Segunda Guerra Mundial e que inspirou a realização de três filmes: um documentário de 1944, Memphis Belle: A Story of a Flying Fortress, um longa-metragem de 1990, Memphis Belle e, mais recentemente , o documentário Memphis Belle: Her Final Mission, lançado em outubro de 2020 (todos disponíveis no YouTube).

A aeronave foi um dos primeiros bombardeiros pesados ​​B-17 das Força Aérea do Exército dos Estados Unidos a completar 25 missões de combate.

Em 2005 teve início a restauração da aeronave no Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos na Base Aérea Wright-Patterson em Dayton, Ohio sendo completada treze anos depois. Desde de maio de 2018 o Memphis Belle, totalmente restaurado, está em exibição no museu.

A tripulação da Memphis Belle em Ashville, NC, em 1943, 
antes de seguir para a Europa.

O Memphis Belle é um modelo B-17F-10-BO construído pela Boeing (número de série 3470, registro na USAAC 41-24485). Foi entregue em setembro de 1942 ao 91º Grupo de Bombardeio da Oitava Força Aérea em Dow Field, Bangor, Maine.

A Oitava Força Aérea foi estabelecida como VIII Comando de Bombardeiros em 19 de janeiro de 1942 na Base Aérea de Langley Field, Virgínia. Um destacamento avançado do VIII Comando de Bombardeiros foi implantado na Base Aérea da Royal Air Force em Daws Hill, Inglaterra, em 23 de fevereiro do mesmo ano.

O Memphis Belle voou para Prestwick, Escócia, em 30 de setembro de 1942, mudando-se para sua base permanente em Bassingbourn, Inglaterra, em 14 de outubro, integrado ao 324º Esquadrão de Bombardeiros (Pesado).

Durante a Segunda Guerra Mundial, a campanha de bombardeio dos Aliados para paralisar a máquina de guerra da Alemanha causou perdas terríveis em ambos os lados. A 8ª Força Aérea voou com bombardeiros B-17 em ataques a objetivos militares no coração da Europa controlada pela Alemanha, sofrendo 47.483 baixas (com mais de 30.000 mortos). 

Em mais de 440.000 missões de bombardeio, a “Mighty Eight” (como era chamada) lançou 697.000 toneladas de bombas. Seus integrantes receberam 17 Medal of Honor (a maior condecoração militar dos EUA), 220 Distinguished Service Cross e 442.000 Air Medal.

Tripulação do Memphis Belle, com o Chefe da Manutenção da aeronave,
 ao regressar de sua 25
ª missão de combate.

A tripulação do Memphis Belle era constituída dos seguintes militares:

  • Piloto em Comando: Capitão Robert K. Morgan
  • Co-piloto: Capitão James A. Verinis
  • Navegador: Capitão Charles B. Leighton
  • Bombardeiro: Capitão Vincent B. Evans
  • Mecânico de voo/Metralhador da Torre: Sargento Leviticus "Levy" Dillon
  • Mecânico de voo/Metralhador da Torre: Sargento Eugene Adkins
  • Mecânico de voo/Metralhador da Torre: Sargento Harold P. Loch
  • Operador de Rádior: Sargento Robert Hanson
  • Metralhador debaixo da fuselagem: Sargento Cecil Scott
  • Metralhador na fuselagem: Sargento E. Scott Miller
  • Metralhador na fuselagem: Sargento Casmer A. Nastal
  • Metralhador na fuselagem: Sargento Clarence E. Winchell
  • Metralhador de cauda: Sargento John P. Quinlan
  • Chefe da Equipe de Manutenção: Sargento Joe Giambrone
Ao final das 25 missões, o Memphis Belle e sua tripulação retornaram aos Estados Unidos e fizeram uma turnê de estímulo aos militares em treinamento, demonstração pública e angariamento de fundos de apoio ao esforço de guerra.

O Memphis Belle durante a turnê nos EUA.

O Capitão Morgan foi posteriormente transferido para o Teatro de Operações no Pacífico, onde voou 26 missões de combate como Piloto em Comando de bombardeiro B-29 Superfortress. Roberto Morgan continuou na Reserva da Força Aérea depois da guerra, encerrando sua carreira no posto de coronel.

Em 2001 o coronel Robert Morgan publicou um livro de memórias, onde relata suas ações durante a Segunda Guerra Mundial. O livro tem o título original de The Man Who Flew the Memphis Belle: Memoir of a WWII Bomber Pilot.


O Boeing B-17 Flying Fortress foi desenvolvido pela Boeing na década de 1930 para o Corpo Aéreo do Exército dos Estados Unidos (USAAC) e entrou em serviço ativo em 1938.

O B-17 foi empregado principalmente na campanha de bombardeio estratégico diurno contra alvos industriais e militares alemães. A Oitava Força Aérea dos Estados Unidos, baseada no sul da Inglaterra, e a Décima Quinta Força Aérea, com base na Itália, complementaram o bombardeio noturno do Comando de Bombardeiro da RAF.

Estas operações faziam parte da Ofensiva de Bombardeiro Combinada para garantir a superioridade aérea sobre as cidades, fábricas e campos de batalha da Europa Ocidental, em preparação para a invasão da França em 1944. O B-17 também participou em menor grau da Guerra do Pacífico, no início da Segunda Guerra Mundial, com ataques contra navios e aeródromos japoneses.

A aeronave evoluiu através de várias mudanças no projeto, com nove variantes, tornando-se o terceiro bombardeiro mais produzido de todos os tempos, com 12.731 unidades entregues. 

  • Tripulação: 10 tripulantes
  • Comprimento: 22,66 m
  • Envergadura: 31,62 m
  • Altura: 5,82 m
  • Peso vazio: 16.391 kg
  • Peso máximo de decolagem: 29.700 kg
  • Propulsão: 4 motores  Wright R-1820-97 "Cyclone" radial de 9 cilindros e 1.200 hp, cada
  • Hélice: Hamilton-Standard 3 pás, passo variável
  • Velocidade máxima: 462 km/h
  • Velocidade de cruzeiro: 293 km/h
  • Alcance máximo: 3.219 km, com 2.700 kg de bombas
  • Teto de serviço: 10.850 m
  • Armamento : 13 metralhadoras M2 Browning .50 em  9 posições
  • Bombas:  até 7.800 kg

B-17 da FAB, em configuração de Busca e Salvamento (SAR)
A aeronave ficou em serviço ativo até 1968, quando foi aposentado pelo seu último operador, a Força Aérea Brasileira.

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