A Petrobrás trabalha com expectativa de novos reajustes nos
preços da gasolina e do diesel, informou nesta semana o diretor financeiro da
estatal, Almir Barbassa. Em seu plano de negócios, a companhia previa reajuste
de 15% para ambos os combustíveis em 2013. No entanto, até agora, a gasolina
subiu apenas 7,83% e o diesel, 10,2%. Os reajustes ocorreram entre junho e
julho.
"Sempre que há uma defasagem, há uma expectativa de
reajuste de preço. Não temos uma data, o importante é que haja um equilíbrio.
Mas temos uma expectativa que nossos preços se alinhem com os preços
internacionais", disse Barbassa, em coletiva sobre o resultado do terceiro
trimestre.
A presidente da companhia, Maria das Graças Foster, voltou a
dizer, também nesta semana, que o preço da gasolina hoje está defasado em
relação ao mercado internacional, mas ressaltou que a Petrobras tem uma
política de longo prazo: "A nossa gasolina não é a mais cara do mundo. Hoje,
nossa gasolina não tem convergência com o preço internacional. Evidentemente
existe uma defasagem. Mas temos uma política de longo prazo. Lá na frente você
ganha. Esperamos que os preços se compensem no futuro".
Segundo Barbassa, há uma tendência de queda no preço da
gasolina no exterior nos próximos meses, porque o verão no Hemisfério Norte,
quando há grande consumo do combustível, está acabando. Mas, ainda assim, ele
acredita que os preços ficarão desalinhados com os praticados no Brasil.
Mais cedo, a presidente da Petrobras, Maria das Graças
Foster, admitiu que o preço da gasolina cobrado pela Petrobras está defasado em
relação à cotação internacional.
A defasagem de preços foi um dos fatores que contribuiu para
segurar os ganhos da empresa no terceiro trimestre. Como a demanda por
combustíveis subiu entre julho e setembro e a produção de petróleo caiu por
causa de paradas programadas nas plataformas, a Petrobras teve que importar
diesel e gasolina a preços mais elevados que os praticados no Brasil.
A empresa importou 84 mil barris de gasolina por dia, quase
o dobro dos 44 mil barris diários importados no segundo trimestre. Já a
importação de diesel se manteve praticamente estável: 190 mil barris por dia,
ante 195 mil barris diários no segundo trimestre. De acordo com Barbassa, o
início da safra, o maior movimento por causa das eleições e a atividade
econômica como um todo pressionaram a demanda doméstica de combustíveis.
Matéria publicada no O Globo, do Rio de Janeiro. Os
destaques são meus.
E as perguntas que não querem calar:
-
Ué, o Brasil não é auto-suficiente? Não foi isso
que o governo anterior alardeou? Por que importamos derivados?
-
Por que o preço da gasolina, aqui no Brasil, tem
que estar “alinhado” com os preços
internacionais?
-
Qual a vantagem da Petrobrás, a única que refina
gasolina no país, ser uma empresa “do povo”, como dizem os governistas?
-
Por que compram gasolina e diesel a preços
elevados e vendem para a Argentina e para a Bolívia pela metade do preço que pagamos no Brasil? Por que não diminuem os impostos incidentes sobre os combustíveis e aumentam o ganho da Petrobrás, distribuidoras e varejistas, melhorando o custo para o consumidor?
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