domingo, 9 de novembro de 2008

Estradas Catarinenses (2)

Mais uma vez as estradas de Santa Catarina recebem um destaque negativo na mídia. A pesquisa Saúde Brasil 2007, publicada quinta-feira, 6 de Novembro, foi divulgada, com números colhidos e analisados até 2005. Portanto com 3 anos de defasagem. Mas o números são incontestáveis, mesmo assim. As mortes por acidentes de trânsito, no Brasil, cresceram de 29,7 para 32,7 óbitos para cada grupo de 100.000 habitantes. Em 2006 forma 35.155 mortes. Um "Vietnam brasileiro". O Estado de Santa Catarina teve o pior desempenho proporcional à sua população fixa, com 31,7 mortes/100.000 habitantes. Santa Catarina é um Estado com população relativamente pequena. Menos de 6 milhões de habitantes. Mas é o maior destino turístico do Brasil e passagem obrigatória para todo o tráfego rodoviário ligando a Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul ao resto do país. E, o que é pior, as principais rodovias que cruzam o Estado são federais. A BR-101, que já foi chamada de "estrada da morte" no trecho catarinese, foi implantada no final dos anos 60 e início dos anos 70, e é uma das principais rodovias longitudinais do país. Ligará Touros (RN) a Rio Grande (RS), com 4.551 quilômetros de extensão ao longo da costa brasileira, se e quando for concluída. Com o crescimento econômico do país e o conseqüente aumento da frota nacional de veículos nos últimos 30 anos, a rodovia tornou-se obsoleta. No seu trecho Sul, que liga Curitiba a Porto Alegre, ela foi projetada para um tráfego de 7 mil veículos por dia. Atualmente, segundo dados do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), trafegam pela estrada diariamente oito mil caminhões, centenas de ônibus e cerca de 20 a 40 mil veículos de menor porte. Os primeiros estudos de viabilidade da duplicação da BR-101 Sul, começaram a ser elaborados em 1994. Até hoje, 14 anos depois, a duplicação termina em Palhoça, na região de Florianópolis. A duplicação do trecho entre Palhoça (SC) e Osório (RS) continua em ritmo lento, com previsão de conclusão para o final de 2010. Serão 16 anos, se ficar pronta. Por outro lado, a BR-116, que liga Curitiba a Porto Alegre, via serra gaúcha, ainda não foi duplicada. Além dessas duas rodovias federais no sentido norte-sul, várias BRs cruzam Santa Catarina no sentido leste-oeste, também com tráfego intenso e sem duplicação. Como tem sido marca registrada do governo federal nos últimos seis anos, a infraestrutura terreste (sem falar na aérea e marítima) estava no total abandono, até que, finalmente no final de 2007 algumas rodovidas foram privatizadas. Entre elas, a BR-101 e a BR-116 nos trechos que passam por SC. Ainda não pagamos pedágio (que devem começar a ser cobrado no final do ano), mas já se nota uma melhora considerável na qualidade da pavimentação e na melhoria de sinalização horizontal e vertical. Infelizmente os engenheiros de tráfego, no nosso país, parecem ser excelentes pintores abstracionistas. Quem planeja curvas fechadas de quase 90 graus numa autopista só pode estar vivendo em outro mundo. Ou que faz o traçado das rodovias passando por áreas urbanas de grande concentração populacional, com sinalização altamente precárias. A grande maioria dos acidentes nas estradas catarinenses acontecem nos trechos urbanos da BRs. E esses engenheiros e técnicos acreditam, piamente, que placas do tipo "Reduza Velocidade", "Passagem de Pedestres", vão diminuir estes acidentes. É, eles devem acreditar em Papai Noel e no Coelhinho da Páscoa, também. (veja minha postagem sobre o assunto, com o mesmo título, em 24 de Abril de 2008)

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