Após cinco anos de queda nas vendas e com o valor das ações quase reduzido pela metade, Matt Levatich, Presidente e Principal Executivo da Harley-Davidson, está saindo da empresa.
O gigante das motocicletas anunciou na sexta-feira, 6 de março, que
Levatich renunciou ao cargo de presidente e CEO e ao seu posto no Conselho de Administração. A declaração não diz se a decisão foi iniciada
por ele ou pelo Conselho, mas ele vai ajudar a Motor Company a encontrar um substituto
permanente, até o final de março.
Na realidade a Harley-Davidson precisa de uma nova
diretoria. Atualmente não há um único diretor que tenha alguma experiência
relevante no setor. Essa pode ser uma questão importante quando se trata de
selecionar o novo CEO.
Na verdade Matt Levatich não pode ser totalmente responsabilizado pelos
problemas que Harley-Davidson vem enfrentado nos últimos anos.
A empresa está sofrendo cinco anos consecutivos de queda nas
vendas em meio a um declínio mais profundo do setor. Vendeu 218.000 motocicletas
em todo o mundo em 2019, ou um pouco acima do número vendido em 2010, enquanto
as vendas de motocicletas nos EUA estão no nível mais baixo em 16 anos.
O principal grupo de harleyros, homens de meia idade, está
envelhecendo e tem sido difícil atrair pessoas mais jovens para a marca. O
preço elevado das motocicletas Harley-Davidson também não ajuda nesta
desvantagem competitiva.
A verdade é que as soluções que Levatich tentou implementar
para curar os problemas da empresa não funcionaram e foram duramente criticadas
pelo harleyros em todo o mundo.
Matt Levatich optou por apostar em
motocicletas elétricas, começando com o LiveWire, com preços
considerados exorbitantes.
Jochen Zeitz, ex-CEO da
fabricante de tênis Puma e membro do Conselho de Administração da HDMC assumiu o papel de presidente e CEO em exercício até um substituto seja contratado.
Os desafios que o novo CEO enfrentará não serão
fáceis.
A HDMC deve continuar no caminho que Levatich iniciou, investindo
ainda mais em motocicletas elétricas e no crescimento internacional ou deverá
voltar a ser uma marca dedicada a uma parcela específica do mercado, o nicho
sagrado dos amantes da marca?
Ou deverá ser ousada e começar a produzir bicicletas menores
e com preços mais atrativos para o mercado dos EUA, além de fabricar uma
motocicleta esportiva para desafiar os rivais estrangeiros?
Outra coisa que o Conselho de Administração da
Harley-Davidson também precisa decidir é se escolhe alguém de dentro da
indústria do motociclismo ou tenta alguém de fora, mais uma vez?
A Harley-Davidson é uma marca que sobreviveu ao seu tempo,
mas talvez precise de alguém com a visão mais ampla de revitalizar o nome e
conseguir alcançar um público diferente, para continuar no mercado.
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