terça-feira, 20 de abril de 2010

Mais Uma Tentativa do Grupo Izzo

Lendo os blogs do Wolfmann e dos Harlystas, tomei conhecimento da mais nova tentativa do Grupo Izzo de se livrar, no processo que lhes move a Harley-Davidson Motor Company®, no fórum de São Paulo. Agora, o Grupo Izzo está pressionando os diretores dos HOG, para que assinem um documento com o seguinte conteúdo:
  • Chapter Brasil. Eu___________________________________________________,portador do RG_______________________, Diretor do HOG Chapter __________________, gostaria de esclarecer que a HDSP através das atividades sociais promovidas pelo HOG logrou incentivar a participação dos clientes e dos associados no pleno desenvolvimento da marca Harley-Davidson no Brasil. Como membro do HOG, me orgulha muito em trabalhar de forma comunitária para o crescimento da marca e para a satisfação dos associados, resultando conseqüentemente no aumento das vendas, fazendo da marca H-D no Brasil um desejo de consumo e principalmente, transformando a vida de muitos clientes.Assim sendo, a HDSP nunca mediu esforços para que esse processo de satisfação dos clientes nos motivasse a continuar no HOG e lutar junto a ela pela plena satisfação dos proprietários de H-D que por nós aqui são representados. __________________________, _________ de Abril de 2010. _________________________________Ass.

O HOG do Rio de Janeiro, um dos mais ativos e melhor organizados de que tenho conhecimento, recusou-se a assinar tal declaração, por motivos óbvios.

A resposta dos diretores do Chapter RJ explicitando a não concordância com a iniciativa:

  • Prezado José Taddeo. Nós diretores do HOG RIO temos a honra e o orgulho de coordenar o grupo de proprietários de Harley-Davidson no Rio de Janeiro, fazendo um trabalho comunitário de socialização com nossos associados, promovendo passeios bate&volta e bate&fica, festas de confraternização, consequentemente divulgando a marca Harley-Davidson e gerando satisfação para os proprietários dessa notória marca. Não obstante, não concordamos com a associação deste trabalho comunitário desenvolvido no HOG RIO, com qualquer política de vendas ou pós-vendas da HDSP (Grupo Izzo), que trancende em muito as atribuições desta diretoria, motivo pelo qual não estaremos assinando a referida carta.Outrossim, continuamos empenhando nossos esforços para contribuir de forma positiva para a continuidade do sucesso dos Chapters e do HOG Brasil. Saudações. Atenciosamente, Diretoria HOG RIO Francisco Ferraz, Rodolfo Ferreira, Rogério Barros

A estratégia do Grupo Izzo é clara: obter documentos que possam convencer o Juiz do caso, de que os proprietários da Harley-Davidson® estão satisfeitos com o comportamento da concessionária da marca, no Brasil.

Com isto, tentam impedir o rompimento do contrato de exclusividade, que a matriz americana quer terminar antecipadamente, especívicamente pelas constantes reclamações de proprietário de Harleys, no país.

É lamentável que só agora, diante da ação rescisória tomada pela Harley dos Estados Unidos, o Grupo Izzo se preocupa em obter um apoio dos clientes.

Eles tiveram muitos anos para conquistar este apoio e preferiram ignorar a opinião do mercado, sobre sua atuação.

Imagino que aqueles diretores, que se recusavam − até 4 meses atrás, pelo menos − a siquer falar com clientes insatisfeitos, agora se prontificam em atende-los.

Pela minha experiência de trabalho de muitos anos com empresas americanas e tendo convivido com eles por 10 anos, duvido muito que a Harley-Davidson® volte atrás na sua decisão de romper o contrato de exclusividade do Grupo Izzo.

O Grupo Izzo, na minha análise, vai tentar prorrogar este final infeliz até 2015 (quando o contrato de exclusividade expira), mantendo os possíveis compradores de motocicletas Harley-Davidson®, reféns sem defesa. Pode ser que consigam, mas acho pouco provável.

Na melhor das hipóteses, poderão manter algumas das revendas atuais, mas sem exclusividade, competindo no mercado aberto, com outras concessionárias que virão.

Quebrar a exclusividade do Grupo Izzo e abrir a marca para outras concessionárias é a única estratégia possível, para a Harley-Davidson Motor Company® conseguir a participação, no mercado de motocicletas do Brasil, que sua marca merece.

6 comentários:

  1. Boa Tarde
    Queria informar que o Grupo Izzo desistiu da ação para poder vender outras marcas de Motocicleta,e a Harley pediu reconsideração do despacho do Exmo Juiz,em sua descisão,juntando aos autos quase 1500 documentos,entre còpias de Notas Fiscais,E-mails de clientes,reclamações(por escrito) e mais uma sèrie de denuncias.
    Vamos aguardar a descisão do magistrado.
    Abraços

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  2. Atualizando...
    Segundo o site do TJSP, houve desistência do recurso de agravo (36ª Câmara de Direito Privado, Agravo de Instrumento nº 990.10.141244-6). Pode significar que a IZZO (HDSP) desistiu de recorrer contra a proibição provisória de vender outras marcas.
    E, ao que consta do processo principal (583.00.2010.121472-2/000000-000), aguarda-se o prazo de 15 dias para a IZZO se manifestar sobre documentos apresentados pela HD, que teriam acompanhado seu pedido de restabelecimento da 1ª decisão (aquela que rescindia o contrato). Deve ser documento que não acaba mais, pois vai de pág. 1903 a 4297...

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  3. Esse Grupo Izzo é piada pronta!!

    Guilherme

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  4. Aqui em SP eu nunca fui nem convidado para um evento do HOG, mesmo ligando na Izzo e perguntando o que eu precisava fazer para fazer parte de um chapter, etc... Soube de mais eventos do HOG SP pelo blog do Wolf que é do HOG SP, do que pela boa vontade da Izzo em me botar em contato com o meu chapter.

    Como dizem os americanos: boa vontade, my ass.

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  5. Sim, a Izzo desistiu do agravo porque o juiz reconsiderou o despacho da liminar e revogou a decisão em parte.

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  6. Tudo que a gente pode fazer é especular. O acesso ao site do TJ SP é bastante complicado e muitas vezes está fora do ar, mas na última consulta que fiz (20/04) pude perceber que os advogados do Grupo Izzo estavam interpondo novo recurso para procrastinar o andamento do processo.
    O Grupo Izzo já se preparava para criar nova empresa para revender as demais marcas em Fevereiro deste ano, acatando a decisão antes mesmo de ser proferida.
    O novo recurso interposto tem mais base para prosperar nas instâncias superiores, uma vez que argui o valor atribuído para a causa pela HD. Existem várias jurisprudências a esse respeito e essa discussão pode ser levada mais facilmente a Brasília.
    Se o processo seguir o ritmo atual, o contrato vai terminar antes de uma decisão judicial.
    A possibilidade da situação atual, com o revendedor em estágio pré-falimentar e a fábrica fazendo operação tartaruga para atrapalhar o revendedor deve persistir até um acordo extra-judicial que possa extinguir a ação inicial.

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