terça-feira, 15 de junho de 2021

Privado versus Estatal: a comparação que enoja

Eu sou absolutamente contra o Estado gigantesco, como é o Estado Brasileiro. Centenas de anos já demonstraram, sem a menor dúvida, que não funciona.

Mas podemos nos concentrar nos últimos 50 anos. Vamos diretamente ao caso em pauta: comunicações.

Nos últimos séculos os homens se comunicam com palavras, escritas ou faladas. E até a invenção do celular e da Internet, os Correios eram seu maior veículo.

Nos anos 1960, lembro bem, os Correios e Telégrafos eram extremamente inconfiáveis (para usar a técnica jornalística cambeta, que inventou a "dispiora"). Você enviava uma carta e Deus sabia lá quando chegaria ao destino.

Nos anos 1970 o governo federal, aquele dos "anos de chumbo", resolveu dar um jeito no negócio. Resultado: a ECT (criada em 1969) tornou-se uma das mais eficientes do mundo, reconhecida oficialmente pela União Postal Universal (fundada na Suíça em 1874 e parte das Nações Unidas).

Entre 1995 e 2005 eu morei no exterior. Costumava mandar presentes e outras coisas para minha família no Brasil, usando U.S.Postal Services e os Correios. Normalmente chegava no destino em até 10 dias. Ás vezes, em apenas 5 dias (recorde!).

Daí veio o ano 2003 e o início do desmonte das empresas estatais brasileiras, convertidas em "puxadinho" dos amigos do rei. Os Correios da era digital voltaram aos primórdios do correio a cavalo ou, quem sabe, dos sinais de fumaça.

Eu compro regularmente do exterior peças e componentes para o meu hobby, aeromodelismo. Via de regra de empresas na China e nos Estados Unidos.

Desde o início de 2020 comecei a registrar, em uma planilha, o tempo entre o despacho da mercadoria e a entrega na minha casa.

Quem já importou pela Internet sabe que o código de rastreamento é composto de duas letras, nove dígitos e duas outras letras, que indicam o país de origem (BR= Brasil, US=Estados Unidos, HK=Hong Kong, CN=China, etc.). 

Os chineses como a AliExpress e a Banggood criaram um esquema logístico onde enviam sua mercadoria da China para o Brasil com um código que termina em BR. Ou seja, como se fosse uma remessa nacional. Não sei como fazem, mas funciona. Média: 17 dias entre a China e o bairro Santa Felicidade, em Curitiba, onde moro.

Compras dos EUA são normalmente enviadas pelo USPS. Acompanho o movimento através do rastreamento disponível no site do Serviço Postal americano. Leva em média 5 (cinco) dias entre qualquer ponto dos Estados Unidos e o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Do aeroporto de Guarulhos até minha casa, com o extraordinário serviço postal brasileiro, a média tem sido de 56 dias. Isto mesmo! Os Correios levam 56 dias para percorrer os 450 km entre os dois pontos.

Ou seja: as minhas encomendas viajam dentro do Brasil ao ritmo médio de 8 km por dia, sob a responsabilidade da estatal que tem 105.000 empregados.

E, além disto, tem os famigerados R$15 reais que cobram pela entrega postal. Quer dizer, você contrata o serviço postal, paga a tarifa postal e ainda tem que pagar um extra para que seja entregue no destino. Só no Brasil, mesmo!

Mas o motivo da postagem é uma comparação simples, com um fato que ocorreu ontem, 14 de junho do Ano do Nosso Senhor de 2021.

Comprei um celular no site Americanas.com, às 10:40 da manhã. Às 17:15 foi entregue na minha casa. A Americanas.com não usa os Correios. 

Usa transportadora privada.

Sem mais comentários! 

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