quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dia dos Veteranos

Veterans Day ou Dia dos Veteranos, é um feriado nacional nos Estados Unidos, em honra aos militares americanos. É comemorado no dia 11 de Novembro em lembrança da data da assinatura do Armistício que encerrou a 1ª Guerra Mundial, em 1918.

É um dos feriados mais importantes naquele país, logo depois do Dia da Independência e do Dia de Ação de Graças.

Nestes tempos do nosso Brasil, em que a longa história dos brasileiros que serviram à Pátria usando um uniforme militar é esquecida e relegada, presto aqui uma homenagem ao milhões de cidadãos e cidadãs, que desde os tempos da Inconfidência Mineira, colocaram e colocam suas vidas na defesa da Pátria.

Faço minhas as palavras de uma senhora americana, harleyra de primeira linha, filha e esposa de militar, escritas em seu blog no dia de hoje.

Só uma correção: onde está escrito Estados Unidos e americano, leia-se Brasil e brasileiro. Onde está escrito vermelho, branco e azul, leia-se verde-e-amarelo. Onde está escrito veterano, leia-se cidadão fardado.

Eu fui criada no patriotismo embora eu não soubesse disso então. Em nosso casa, orgulho do país, reverência à bandeira nacional e o respeito para os homens e as mulheres que serviram nas forças armadas era coisa do cotidiano. Nós éramos americanos orgulhosos. Nós somos americanos orgulhosos.

Os veteranos povoaram minha vida… mas, eu os conhecia como o papai ou tio ou amigos da família. As esposas dos veteranos consolidaram minha vida… mas eu as conheci como a mamãe ou tia ou a esposa de um amigo. Os homens serviram ao nosso país e as mulheres também, apenas de uma forma diferente. Minha percepção era que estes eram " as pessoas boas" , cumprindo com sua “dever”, lutando a " boa luta". Para mim, eram todos do mesmo calibre dos heróis do cinema, como John Wayne, Gary Cooper, Jimmy Stewart. Mais tarde, sem surpresa, tornei-me esposa de um rapaz que se transformou num militar. Continuar a tradição militar da família veio naturalmente.

Meu pai serviu na Força Aérea por vinte anos. É um veterano do Vietnam (tanto em terra e como no ar), mas igualmente um veterano de outros conflitos. Meu marido serviu na Força Aérea por oito anos. É igualmente um veterano do Vietnam (graças a Deus, o mais próximo que suas botas chegaram ao Vietnam foi em Guam, perto do fim do esforço da guerra). Eu digo graças porque a guerra se transforma num animal diferente quando você pode põe rostos no meio do caos, quando você prende a respiração ao ver as notícias e respira um aliviada quando o local onde o seu ser amado está não é mencionado, quando você espera o carteiro para trazer um envelope gasto pelo manuseio de muitas mãos no seu caminho através dos mares. A gratificação não era como é hoje… não vinha de imediato através do telefone celular ou pela Internet… era espera e preocupação, era esperança e continuar em frente.

Não havia nenhuma bandeira acenando ou banda de música quando papai retornou do Vietnam. Eram apenas nós, família, grata para ter suas botas outra vez pisando no solo americano. Não houve nenhum festa quando papai se aposentou Força Aérea. Um dia estava no serviço ativo e no dia seguinte estava aposentado sem muito para mostrar à exceção de um documento ou dois, uma estrela de bronze bem merecida e alguns uniformes desgastados. O que eu sei como fato indiscutível, é o sentido do valor, da realização e da garantia de auto-estima que mesmo quando [seu serviço] não for reconhecido - a contribuição para a sociedade e para o país como um todo era o que interessava. O mesmo se aplica para os muitos que serviram e que ainda servem hoje.

A palavra chave aqui: não reconhecimento.

O dia dos veteranos, como eu recordo, era um dia importante de lembrança e seu significado e importancia era ensinado em nossas salas de aula. Eu cresci assistindo celebrações militares – shows aéreos, desfiles militares onde os hinos patrióticos bradavam através das ruas, no campo e nas cidades. Nós subíamos nos aviões, nos tanques, nas viaturas, impulsionados pelas mãos poderosas dos homens em uniforme. Nós colocávamos bandeiras em nossas lapelas. Nós ficávamos de pé e saudávamos a bandeira quando passava. Nós recitávamos o Juramento de Lealdade e cantávamos o hino nacional (sem perguntas e sem dúvidas).

Eu não posso pensar de um único fator de maior reconhecimento pela sociedade do que o tributo de um veterano militar. Merecem nosso respeito, nossa homenagem, nossos agradecimentos do fundo do coração. Nenhum dia reservado em nosso calendário podia ser mais importante. Um veterano é alguém, que em um ponto em sua vida, escreveu um cheque em branco pagável aos Estados Unidos da América por uma quantia incluindo, até, sua própria vida. Lamentavelmente, nós (Nós, O Povo) descontamos este cheque de muitos soldados sem siquer fazer uma pausa para recordar seu sacrifício, ou o sacrifício de suas famílias… Quando você abraça uma mãe ou um pai de um “Estrela do Ouro”(medalha por morte em ação) que procuram se conter quando homenageamos seu filho ou filha, ou reconhecemos o preço que pagaram, tente põr o rosto do seu filho ou filha no lugar do filho ou filha deles.

Hoje em dia, o patriotismo foi transformado em vilão pelos governo – os que passam e os que vem – e seus sequazes (a mídia). Ser patriota é a nova moda. P.S: uma moda que abraço de coração. As pessoas marcham nas ruas e se agrupam em volta dos monumentos nacionais, carregando cartazes onde se proclamam patriotas, americanos reais. Eu tenho participado de alguns rallies e aprecio a experiência, mas eu tenho de dizer -- após ter examinado a motivação atrás dos alto-falantes e do discurso dos políticos convidados (falando com sua retórica eloquente), cansei do discurso inócuo e de duplo sentido. O discurso não é vermelho, branco e azul. Não é baseado o suficiente na ideologia vermelha, branca e azul. Os verdadeiros patriotas americanos carregam a bandeira e votam. Os verdadeiros americanos defendem nosso país dos inimigos não importa onde os culpados podem estar. Os verdadeiros americanos exprimem sua opinião onde realmente faz sentido – a cabine de votação. E veteranos? Os veteranos são o melhor de nós.

O que eu acredito é que Nós todos somos Americanos (pelo menos aqueles de nós que podem legalmente se chamar americano), entendendo que assim somos todos americanos patriotas. Esta é a lógica. Infelizmente, há um claro deficit de provas com respeito a tal lógica. É, ao contrário, uma revelação revoltante aprender que nem todos os americanos são patriotas. Pensando melhor, talvez não sejam – realmente - uma coisa ou outra.

Por causa do meu relacionamento e apreciação pelos veteranos, eu não tenho que definir quem eu sou ou de que lado da cerca estou. Eu sou uma americana. Eu sou uma patriota. Eu sou filha de um veterano. Eu sou esposa de um veterano. Eu sou amiga de muitos veteranos. Meus laços são firmes. Minha opinião é concreta. Eu não estou em conflito.

Eu não sou modista tampouco, apesar da evidência em contrário… coletada por aqueles que sofrem de um severo ataque de desilusão politicamente correta.

Eu acredito que nestes tempos de caos e incerteza, é a filosofia do veterano que faz mais sentido. País em primeiro lugar. Os veteranos são patriotas personificados. O caráter de um veterano é assinalado com traços e respeitabilidade que estão acima de qualquer dúvida: dever, honra, verdade, justiça, liberdade, fidelidade, respeito, coragem e memória histórica.

Veteranos usam bandeiras na lapelas (em ternos e nas jaquetas de couro) e nas costas. Veteranos hasteam bandeiras em suas casas e tomam satisfação daqueles que a desrespeitam. Veteranos ficam de pé e saúdam a bandeira enquanto passa. Veteranos renovam seu juramento e consideram uma honra fazer assim. Aqueles que desvalorizam o juramento como sendo algo arcaico - será incentivado a reavaliar essa posição por um veterano. Os veteranos sabem as palavras da declaração de independência… ou, mais importante, sabem quando as palavras forem alteradas, torcidas ou omitidas. Os veteranos sabem as palavras do hino nacional. Igualmente sabem que um outro veterano jamais menospreza um olhar marejado ou um momento do silêncio ao ouvir os versos do hino nacional.

Os veteranos não são politicamente corretos. Uma coisa é o que é. Uma verdade é uma verdade. Uma mentira é uma mentira. Um erro é algo que precisa de ser corrigido.

Um inimigo é um inimigo.

Assunto em questão: Terrorismo. Oh, claro, nós não estamos lutando contra terroristas… nossos filhos e filhas morrem para corrigir o curso de extremistas (embora assassinos) mal orientados. Diga isto a um pai ou mãe de um “Estrela de Ouro” e garanto que seu traseiro estará permanentemente marcado com o sinal da bota de um veterano.

Os veteranos que conheço não hesitariam em levantar-se outra vez para defender este país ou os ideais que fazem dos Estados Unidos uma grande nação. Quando os veteranos sabem que famílias de militares precisam de auxílio, juntam-se e providenciam esse auxílio.

Quando os veteranos tomam conhecimento que outros planejam desonrar nossos filhos e filhas militares, agrupam-se e encontraram uma maneira de silenciá-los e proteger a honra dos que pereceram e de suas famílias. Eu estou falando aqui da Guarda Patriótica, porque a maioria de nossos amigos motociclistas estão envolvidos com essa grande organização. Meu marido e muitos de seus amigos servem como Road Captain para a Guarda Patriótica do Norte do Texas.

Não é preciso dizer, há um número incontável de organizações de Veteranos que proporcionam inúmeros serviços à comunidade, todos dignos e altruístas em seus esforços – a maioria deles formados para servir ao próximo – e não por causa de algum mandato político.

Os veteranos nunca param de ser soldados. São ainda " os bons rapazes" , cumprindo o seu " dever" , lutando a " boa luta".

Os veteranos caminham entre nós. Novo ou velho – o mínimo que podemos fazer, quando passamos por um veterano é dizer um simples e sentido - obrigado para seu serviço! E, se você encontrar a mãe ou o pai de um veterano morto em serviço, o mínimo que você pode dizer é - obrigado por seu sacrifício. E, se tudo isto parece demasiado pessoal – mostre a bandeira, na sua casa, no seu carro e na sua roupa. Acredite, eles entenderão.

A Todos os Veteranos. Meus agradecimentos a você hoje e todos os dias. Você sabe quem você é. Você me dá orgulho.

Nezzie.

3 comentários:

  1. Obrigado, Piréx. Uma foto excelente, que bem reproduz o espírito do Dia dos Veteranos.

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  2. Cel Caminha, pela AHIMTB/RS: é dia 18 de julho porque foi nessa data, em 1945, que desembarcou no Rio de Janeiro o 1º escalão de retorno da FEB/FAB da Itália. E o desfile da tropa da FEB no Rio Nada a ver com o 11 de novembro dos EUA. Essa data, o 18 de julho, é nossa.

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