sábado, 10 de abril de 2010

O Grupo Izzo Finalmente Falou.

Conhecido por sua contumaz despreocupação com o consumidor, a ponto de seus diretores recusarem, terminantemente, a falar com seus clientes, o Grupo Izzo resolveu tornar pública sua posição, no processo judicial que a Harley-Davidson® move contra uma de suas empresas, a HDSP Comércio de Veículos Ltda. Eis a íntegra da nota do Grupo Izzo, divulgada ontem: “Dizem que toda Harley-Davidson tem uma história. A nossa é uma história de paixão. Ou paixões. Tudo começa no verão de 1991, no sul da França, na charmosa cidade de St. Tropez. Paulo Izzo e um amigo nem podiam imaginar onde duas Harley alugadas, de um pequeno revendedor local, para um simples passeio pelo litoral, iria levá-los: uma viagem que já dura 19 anos. Completamente conquistado pela marca, Paulo, de volta ao Brasil, sai em busca de um modelo que esteja à venda no país. Depois de muita procura o empresário encontra duas Harley-Davidson antigas em uma revenda Yamaha de Belo Horizonte. E são estas duas motocicletas que vão mudar a história do Paulo. E a história da Harley-Davidson no Brasil. Hoje, depois de 17 anos de operação, o Grupo Izzo já vendeu mais de 20 mil motos da marca. Vendeu só, não. Entregou, cuidou, acompanhou, manteve, reformou, adaptou e alterou. Porque quem tem uma Harley-Davidson não tem só uma motocicleta, tem uma relação única com a marca e seu legado. Quer personalizar e tornar a sua moto o mais singular possível. Quer viver uma vida no estilo da marca: com liberdade, com segurança, com alegria. Mas para chegar até aqui o mercado teve que amadurecer muito. No início, quando o Paulo andava em uma FLH 1977, ele conheceu sua outra paixão: Luciana. Não foram poucas as vezes em que os três, Paulo, Luciana e a FLH, estiveram juntos. Muitas vezes era necessário que a própria Luciana empurrasse a moto até ela pegar. Nesta época o mercado brasileiro de motos, inteiro, estava perto das 100.000 unidades. E o de motos de grandes cilindradas não passava de duas mil. Ao fazer uma visita ao Brasil, executivos da H-D internacional passam em frente à loja Izzo/Toyota e vêem a moto do Paulo exposta na vitrine. Eles param, entram na loja e dão início ao namoro que levaria à nomeação em 1993 do Grupo Izzo como o novo e exclusivo representante da marca, dos produtos e dos negócios da Harley-Davidson no Brasil. Era o início de uma longa estrada de sucesso e aventura. Em 1994 é inaugurada a primeira loja conceito da H-D em São Paulo, na prestigiada Avenida Europa. No mesmo ano, depois de participar de um encontro internacional do HOG, Harley Owners Group, Paulo e Luciana entendem qual o seu verdadeiro papel: criar e desenvolver o consumidor de motos de grande cilindradas através de viagens que se tornariam, em pouco tempo, uma das marcas registradas da comunidade de proprietários de motos H-D no Brasil. O primeiro evento reuniu 25 motos em uma viagem para a Aldeia da Serra. E ali, entre os clientes, estavam Paulo e Luciana. Desde então, o casal nunca mais deixou de acompanhar todas as viagens organizadas pelo Grupo Izzo. Em pouco tempo já estavam reunindo mais de 140 motos e proprietários em um Rally Nacional em Campos do Jordão e mais de 400 clientes em um evento internacional organizado por eles em Foz do Iguaçu, com presença de uruguaios, argentinos e até alemães. Mas nem tudo foi fácil na trajetória de negócios do grupo no Brasil. Diversas desvalorizações cambiais, alterações absurdas nos valores de impostos cobrados sobre as importações, falta de prioridade para o Brasil no planejamento global da marca, crises de crédito e variações brutais no cenário econômico foram algumas das dificuldades enfrentadas. Mas nada foi capaz de atrapalhar a paixão dos Izzo pela Harley-Davidson. E a dedicação constante em se criar a maior rede de concessionárias de motos de grande cilindrada do mercado nacional resultou na conquista da liderança, em 2008, do ranking de vendas de motos acima de 750cc, incluindo aí as H-D e as suas co-irmãs da marca Buell. Para chegar a esse ponto, Paulo já havia convencido em 1996 o CEO mundial, Sr. Richard Teerlink, a deixar de ver o Brasil como um problema e passar a vê-lo como uma solução e com grandes possibilidades de crescimento. Com argumentos sólidos e uma persistência inabalável, o Grupo Izzo alcançou uma das suas maiores vitórias ao trazer a aprovação da Harley-Davidson para que as motos fossem montadas em Manaus. É ainda hoje a única fábrica da marca fora de seu país natal. Um movimento ousado e que antecipava a importância que o país passaria a ter muito em breve no contexto da economia mundial. As primeiras motos produzidas no Brasil foram do modelo Fat Boy, em 1999. Aquela operação que havia começado tímida, com 500 motos vendidas em um ano, se tornava agora uma referência para outras operações da Harley espalhadas pelo planeta e, inclusive, para a própria matriz. Mais de 50 prêmios foram conquistados pelo Grupo Izzo em áreas como Maior Crescimento de Vendas, Eventos HOG, Pós-Venda, Motos-Policiais, Lojas Conceito e o inédito posicionamento de sucesso da linha Sportster para o público jovem, algo ambicionado pela matriz que não consegue rejuvenescer o perfil de seu público nos Estados Unidos. Por tudo isso, a operação brasileira passou a ocupar um lugar de prestígio junto a todos os executivos globais da companhia. Um prestígio que por diversas vezes foi documentado através de emails vindos do Presidente mundial, dos Líderes da região e de avaliações formais realizadas com metodologias coordenadas por terceiros, independentes e isentos, que a Harley-Davidson aplica em todos os países em que está presente. Todo esse sucesso ainda levaria o Grupo Izzo a se tornar um dos quatro maiores vendedores de motos da marca Buell do mundo. Após quase duas décadas de convivência e uma história pontilhada de tantos sucessos, a família Izzo e todos os demais brasileiros apaixonados pela marca esperavam que a Harley-Davidson Motor Company iniciasse em algum momento uma operação direta no Brasil. Para Paulo e Luciana, esse parecia o desenvolvimento natural para uma relação tão próxima e emocionalmente intensa. Depois que o mercado foi criado, milhares de motos foram vendidas, milhões de brasileiros impactados pelas estratégias locais da marca, depois de muito dinheiro investido, de quase vinte anos de trabalho árduo e de superação constante, o momento de discutir a transição da operação e a entrada direta da Harley-Davidson chegou. Em comum acordo, o grupo Izzo e a gestão global da marca iniciaram negociações para abreviar o contrato entre eles, que tem vencimento previsto para 2015. Não se podia imaginar outro caminho que não levasse em conta o sentido de comunidade construído nesses dezenove anos e os compromissos assumidos entre Harley-Davidson, grupo Izzo, fornecedores e parceiros locais e os muitos clientes apaixonados, que fizeram do Brasil o mercado de maior crescimento para a marca no mundo. As negociações, contudo, acabaram tomando um rumo que não se poderia prever. Enquanto se buscava uma solução que reconhecesse os acordos existentes e as contribuições de todos para o sucesso da marca no país, a gestão global da marca optou unilateralmente por uma ação judicial que funcionasse como um atalho para a rescisão do contrato. A Justiça, em sua manifestação mais recente, não deu apoio para o rompimento do contrato. Após conceder uma decisão liminar que antecipava a interrupção, a mesma instância judicial mudou seu entendimento, ao ter contato com informações mais precisas, e cassou a referida decisão. As responsabilidades do grupo Izzo pelo desenvolvimento da marca e o relacionamento com os mais de 20 mil proprietários de Harley-Davidson no Brasil continuam em vigor. Em nosso contato diário e pessoal com a comunidade de amantes de motos no Brasil, temos sofrido algumas frustrações nos últimos meses. O controle sobre o fornecimento de peças para os serviços de manutenção está fora do alcance do Grupo Izzo. Por compromisso com os consumidores, estabelecido em contrato, todas as peças que usamos são fornecidas exclusivamente pelo fabricante das motos. Nem sempre, porém, as peças têm estado disponíveis no momento ideal e desejado, causando um desconforto que não condiz com o tipo de relacionamento que sempre tivemos com nossos clientes. Uma falta de recursos que não combina com a grandeza desta marca. A história que contamos nesta carta é pública. Todas as informações constam dos autos do processo que está em andamento no Fórum Central Cível João Mendes Júnior, sob o número 583.00.2010.121472-2. Acesse http://www.tj.sp.gov.br/. O Grupo Izzo sabe que os consumidores brasileiros amam a marca Harley-Davidson. Foi esse amor que impulsionou essa história lá atrás. E é esse amor que fez Paulo Izzo chegar até aqui. Junto com a antiga FLH, estão hoje em nossas lojas outras provas de nossa relação de paixão com a marca, como as antigas 1920, 1919, 1929, a Servcar, a Destroyer e a MT500 de guerra. Cada uma com a sua história. Histórias que continuam com o filho mais velho de Luciana e Paulo, que começou a andar de moto em uma réplica elétrica de Harley quando tinha apenas 10 meses de idade.E com a mesma paixão do pai.” GRUPO IZZO Realmente um história interessante. A pergunta que não quer calar: onde, em que momento, o Grupo Izzo se perdeu e perdeu o respeito e a fidelidade de seus clientes? Por que deixar que uma história tão bonita, seja manchada por fatos deprimentes, em prejuízo dos proprietários de Harley-Davidson no Brasil? Será que a responsabilidade pela falta de peças e sobressalentes é mesmo da matriz americana, como sugere a nota? É muito difícil, pelo menos para mim, crer que seja assim. Depois de uma vivência de 10 anos nos Estados Unidos, pude avaliar bem como o consumidor da marca Harley-Davidson® é tratado por um concessionário, naquele país. Mesmo já morando de volta no Brasil, uma simples ligação telefônica para um dêles, me permite ter uma peça ou um acessório entregue em minha casa, em Santa Catarina, em menos de uma semana. Bem diferente dos 20 meses que precisei esperar por um item de garantia, como relatei em postagem anterior (veja postagem aqui). Mas, claro, lá a realidade é outra. Num raio de 200 km da cidade de Ocala, FL, onde eu morava, existem 12 revendedores Harley-Davidson. Nenhum deles tem exclusividade, nem pertencem ao mesmo grupo. Há concorrência, aquela salutar prática das economias abertas, onde só os mais capazes sobrevivem. Mas, outra vez, vai nosso expectativa para o desenrolar deste caso: qualquer que seja o resultado final, que o proprietário de uma Harley-Davidson®, no Brasil, seja tratado com respeito.

6 comentários:

  1. Roque,

    Este cara é um palhaço ! Fala em paixão e respeito pela marca e consumidor ? Já tive a infelicidade de conversar com o mesmo em MINAS GERAIS a dois anos, o cara não tem empatia alguma, sentado em uma mesa rodeado de um bando de puxa sacos incopetentes, grande parte do STAFF administrativo do mesmo. Ele escreve esta nota se colocando como vitima ? Fora IZZO !

    REI - HARLYSTAS RS

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  2. Meus amigos Harlistas
    E´lamentavel que a IZZO esteja buscando apelo emocional como estrategia para reverter a situação indesejavel que construiu ao longo de sua historia e que insiste em mante-la; nas tratativas com os seus clientes .
    Os pilares desta construção em uma analise imediata ( selvagem ) pode ser :
    . pratica abusiva nos custos dos produtos ofertados se comparados a outros mercados expurgando as citadas cargas tributarias ( baita costa larga para justificar toda ineficiencia e praticas abusivas )
    . Tratativa desrespeitosa com a sua clientela , em todos os aspectos ; notadamente no cumprimento do codigo de defesa do consumidor(O cliente deveria ser o maior legado a estar vinculado a IZZO )
    Vou parar neste descritivo deixando espaço para outros Harlistas manifestarem suas percepções , contudo penso " Não e´ao acaso tamanha indignação de toda clientela da IZZO , isto deveria de alguma forma compor todas as analises nos tribunais e por ultimo o sr. Paulo E Dona Luciana talvez devessem continuar somente pilotando a sua HD beneficiando a todos que amam esta marca inclusive ele.
    Insistir em um erro e praticar outros para acobertar os anterioes e´muito mais danoso .

    Harlista ( a terminação ISTA significa muito mais que proprietarios de equipamentos vide Aurelio/Houaiss ) .
    Um fraterno abraço a todos Harlistas .
    PHD - Julio Lage
    Belo Horizonte

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  3. Depois de uma semana especialmente atarefada pude começar a me inteirar dos assunto referentes à nossa comunidade HD.
    Lendo o comunicado (que já foi veiculado em fóruns de proprietários) não dá para deixar passar despercebido o trecho :" Em comum acordo, o grupo Izzo e a gestão global da marca iniciaram negociações para abreviar o contrato entre eles, que tem vencimento previsto para 2015. "
    Ou seja, a pizza já está no forno. Resta saber quando estará pronta.
    Espero que a HD saiba bem o que está fazendo dentro do mercado brasileiro para que não o perca de vez.
    Hoje em dia, mais do que nunca, prefiro a compra de uma usada do que a incerteza da espera de uma zero km, ou ter de passar pelos problemas de pedir garantia em rolamentos que estouram com menos de 20000 kms e escapamentos quebrados com menos de 3000 kms.
    Problemas sempre existirão, boa vontade em resolver é uma marca dos funcionários, mas em termos de gerência o atual revendedor autorizado demonstra uma incapacidade terrível para executar a gestão do seu próprio capital de giro.
    E tenho a impressão, que depois do final dessa festa de preços de liquidação (para encerramento das atividades, é o que falta ser dito por eles), o gestor do Grupo Izzo sairá ainda melhor do que quando entrou, pois a sensação de um calote se aproximando é grande.
    Nesse acordo, a HD e o Grupo Izzo entram com a seringa e os consumidores entram com as nadegas...

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  4. Parece que a batalha terminou e a guerra vai acabar!
    A pergunta que foi feita neste post, "onde o grupo izzo perdeu o controle" pode ser respondida por muitas pessoas, inclusive ex-funcionários. Sou de Salvador e numa de minhas viagens com uma turma de amigos da estrada, fui parar em são paulo, depois campinas no final de setembro de 2010.
    Passamos na loja bandeirantes, onde um vendedor meia-boca falava com a gente como se estivesse falando com um empregado ruím, não sei se por causa do meu sotaque baiano, ou se eu não agradei com o modelo da minha Heritage... rs
    O fato é que não perdi meu tempo com ele e fui para campinas com a turma pra almoçar num tal de Marcelinho onde senta-se em caixotes de madeira até que sua mesa esteja liberada. passamos na loja de Campinas e acabamos descobrindo que tinha um funcionário que era da area das roupas mas fazia tudo lá e era muito respeitado por todos. tanto que deram uma harley de presente pra esse funcionario
    Não podemos conhecê-lo infelizmente, mas ficamos sabendo da história porque tinha um grupo de pessoas em volta de uma fatboy prateada antiga falando desse cara que não lembro o nome também.
    O que me chocou foi saber desse pessoal que após ter ganhado a motoca, demitiram o cara porque acharam que tinha coisa errada. mas duas pessoas dessa roda que falavam sobre isso pagaram algum valor para comprar o presente pro tal carae parece que eles conheciam todos os outros que compraram junto com eles. ficamos abestados! como dispensam um cara desses, com um prestigio desses e o reconhecimento feito por clientes?
    por essas e outras pude ver, ao descobrir este blog agora de madrugada, um dos "por quês" do tal grupo ter se perdido.
    se eu tivesse uma empresa desse seguimento, esse cara seria chamado naquele mesmo dia com certeza!
    Bom, acabamos indo com esse pessoal pra uma cidade Santa Bárbara e comemor por la´.
    Retornei em são paulo agora no fim do ano e estavam praticamente dando todos os produtos da hd pois provavelmente vão parar de trabalhar com a hd. comprei peças com 70% de desconto. acho que esse foi o único lado bom do tal grupo.
    que venha outra empresa que saiba valorizar e respeitar os consumidores e os funcionários diferenciados.
    abraços e carnaval, já sabem... NÃO VENHAM PRA SALVADOR.

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  5. Lugar do Paulo Izzo é na cadeia, esse estelionatário além de desrespeitar a história da Harley-Davidson, KTM e Ducati praticou crimes contra a ordem econômica e deu calote no FGTS de funcionários das concessionárias.

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  6. Só sei que paguei minha HD à vista e o tal Grupo Izzo me entregou uma moto com gravame de financiamento.

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