sábado, 21 de agosto de 2010

Lições do Deserto - 1a. Parte


Cruzando os desertos do sudoeste americano no verão (não recomendo; aliás, ninguém recomenda), aprendi muitas coisas sobre motociclismo em temperaturas extremas.

Claro que eu já conhecia o básico, relacionado à desidratação e exposição ao sol. Durante os meus anos na Marinha, naveguei seguidamente para o Oriente Médio (meu recorde foi de 56°C), na época em que Dubai era só um monte de areia com muito petróleo embaixo. Ainda continua com muito petróleo embaixo . . .

Mas no assento de uma motocicleta, ao nível (ou abaixo) do mar, a coisa é bem diferente.

Conversei com amigos que visitaram o deserto de Atacama, no Chile, mas as condições geográficas e de clima são muito diferentes. O Atacama está 2.000 m acima do nível do mar, com temperatura média variando entre 0°C e 25°C. Raramente apresenta temperaturas acima dos 30°C (nunca estive lá; os dados são da internet).

Já no sudoeste dos Estados Unidos, os desertos variam entre 1.000 e 2.000 m de altitude, com o Vale da Morte (Death Valley), Deserto de Mojave, Califórnia, situado 86 m abaixo do nível do mar.

As temperaturas médias, lá, variam entre 4°C no inverno e 46°C no verão.

O recorde de alta temperatura foi registrado em 10 de Julho de 1913: 134 °F (57 °C).

Quando passamos por lá, no dia 24/7/2010, registramos 125 °F (51,7 °C).

Para enfrentar este calor, constante, durante a travessia do deserto, precisamos nos equipar da forma correta.

Os protetores solar normalmente encontrados no Brasil, com fator 30 ou 50, simplesmente não funcionam lá. Tive queimaduras bem fortes nos dorsos das mãos, pilotando com uma luva curta. Tivemos que comprar bloqueador solar fator 85.

Além do bloqueador, temos que usar roupas cobrindo todas as partes do corpo.
Tive sorte em levar meu capacete Shark Evoline, que me deu proteção integral na cabeça.

Os colegas que optaram em usar o capacete aberto, fornecido pela Harley-Davidson junto com as motocicletas, tiveram muitos problemas e tinham que cobrir o rosto durante todo o tempo, com lenços e bandanas. Alguns simplesmente tiveram que comprar capacetes fechados, durante a viagem.

Consultando o pessoal da loja Harley-Davidson em Durango, Colorado, recebemos a recomendação de uma jaqueta lançada pela H-D em 2009, que provê uma proteção excelente.

Trata-se da jaqueta Grey Mesh Jacket - Part # 98251-09VM.Esta jaqueta é fabricada com uma malha de poliester de alta resistência à abrasão, com um forro também de malha, que permite um fluxo constante de ar. Vem com proteção adicional leves para os cotovelos e ombros (retiráveis). Tem dois bolsos na frente, com zíper, que aumentam o fluxo de ar quando abertos. Dois bolsos externos com zíper e dois bolsos internos completam a jaqueta. O preço é bem razoável: US$99.00. O modelo feminino tem o código 97240-10VW.

Para proteger as mãos, utilizei as luvas de malha de nylon (Men's Full-Finger Mesh Gloves - part #98263-07VM), com reforço na palma da mão. Protege toda a mão, com ventilação constante.
Outro problema enfrentado foram as assaduras nas coxas, devido ao calor e ao atrito da pele com o tecido da calça jeans, no banco da motocicleta. 
A solução, desta vez da loja H-D em Las Vegas, foi um protetor de assento.

Trata-se do Circulator Rider Seat Pad, part # 51074-10 (para o piloto) e 51078-10 (para a garupa). Este protetor tem um camada de gel e uma malha de poliester, que permite a circulação do ar durante todo o tempo.

Tenho certeza que esses acessórios serão muito úteis, também no nosso verão.

Um comentário:

  1. a jaqueta eu já uso desde o lançamento, quando custava cerca de 200 doláres. É bastante confortável e a gente consegue até sentir frio se subir a serra de Petropólis (mais ou menos 800 metros) durante um dia quente de primavera ou outono. É ideal para enfrentar grandes temperaturas.

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