sábado, 22 de agosto de 2009

Perda da Inocência

Nestas últimas semanas tive notícia de dois acidentes envolvendo motociclistas que pilotavam em grupo. Um deles foi sofrido pela Silvana, esposa do Wolfmann, que é uma experiente motociclistas, com muito tempo de estrada. O outro, também com uma moça chamada Silvana, cunhada do nosso amigo Luiz Ferroni, de Santo Antonio da Platina, PR. A Silvana, também, tem muita experiência com motocicletas, mas não estava acostumada a pilotar em estradas. Graças a Deus, as duas Silvanas estão se recuperando das consequências do acidente. Continuamos rezando pelo pronto restabelecimento de ambas. O Wolfmann tem mantido a todos informados da recuperação de sua esposa, através do seu blog. Hoje, ele postou uma mensagem que acho válida repetir aquí. É o depoimento de um esposo que está sofrendo com o acidente de sua companheira, mas que faz algumas considerações importantes sobre o ocorrido e a forma como ele está enfrentando os fatos. Isto me faz lembrar um conhecido de muitos anos, piloto profissional de helicópteros e que sofreu um acidente muito grave em São Paulo. Ele ficou vários meses hospitalizado e teve algumas próteses colocadas no corpo (nós o apelidamos de Cyborg, por isso). Tão logo teve alta e foi aprovado no exame médico profissional, a primeira coisa que fez foi dirigir-se ao aeroporto e, em companhia de um instrutor, fazer um vôo. Logo depois estava voando regularmente. Superou o trauma e continuou sua carreira por muitos anos mais. Como dizia, acho a mensagem transmitida pelo Wolfmann, em seu blog, interessante e que merece nossa leitura. Vou reproduzir alguns trechos, que achei muito importantes. O título da postagem é "Perda da Inocência" "Hoje o HOG RJ sai para Penedo conforme programação divulgada no BlHog (www.blhog.blogger.com.br) e confirmada através do twitter (www.twitter.com/hogrio) e e-mail enviado pelo Rodolfo, diretor do HOG RJ. É o primeiro passeio após o acidente da Silvana, já que o HOG RJ, muito elegantemente, cancelou o passeio do sábado 15/8. Alguns colegas ainda se sentem traumatizados com o acidente e conversaram comigo, dizendo que ainda não estão à vontade em suas motocicletas e estão repensando o uso das mesmas na estrada. É a perda da inocência, da noção de que somos indestrutíveis e que nos transformamos em super heróis ao ligarmos as motocicletas e sairmos em grupo. Infelizmente o nosso hobby tem uma característica perigosa: motocicleta na estrada é um veículo que tem pouca importância para os motoristas de quatro ou mais rodas e o coeficiente de inveja latente que existe nos motoristas que nos vêem passando satisfeitos com as motocicletas ao lado deles pode ou não atiçar um comportamento, voluntário ou não, de má vontade no momento de uma ultrapassagem ou de ceder passagem em uma situação complicada. Disso resultou o acidente inútil que a Silvana sofreu e vem lutando para se recuperar. Motocicleta é tão perigoso quanto qualquer outro veículo, desde que sejam seguidas as regras de condução em grupo, de controle do veículo, e que se mantenha a manutenção em ordem, como qualquer outro veículo. Fatalidades, como a que aconteceu com a Silvana, acontecem até mesmo deitado na cama... ou será que todos as luminárias de teto estão firmemente aparafusadas no teto, ou até mesmo um engasgo com um grão de biscoito não pode ocorrer até mesmo deitado na cama? É um absurdo fazer essas comparações? Não acho. A Silvana sempre foi uma motociclista consciente, conhecedora da motocicleta dela e dos limites que ela tinha na condução da sua motocicleta. Estava equipada com capacete, casaco, luvas, botas e calças apropriadas. Não foi a conduta dela que causou o acidente, mas sim a imprudência do motorista do caminhão que a jogou na mureta quando ela vinha sinalizando que iria sair da via e ele não teve a consciência de usar os freios para não perder o embalo do caminhão para uma subida próxima ao local do acidente. A tudo que não damos causa, chamo de fatalidade. Não estou aqui para dizer o que cada consciência irá fazer, posso dizer que também estou traumatizado, mas já voltei sozinho ao local do acidente com a minha moto para espantar os fantasmas. Não serei eu a dizer a ela o que fazer a partir da recuperação completa do acidente, ela mesmo vai tirar as conclusões dela e eu vou respeitá-las como sempre fiz. Mas posso afirmar uma coisa para todos que me acompanham: existem regras para viajar em grupo. Se você não as conhece procure conhecer. Essas regras não surgiram da mente enlouquecida de alguém. Surgiram da experiência de grupos que viajam e repassam essa experiência." Pilotagem em estradas requer um maior cuidado. Pilotando em grupo é mais seguro, especialmente para os menos experientes. Mas é importante conhecer as regras e seguí-las. Boa estrada para todos.

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