quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Bateria LiPo: uma experiência ruim

 

Quero deixar uma coisa bem esclarecida: não sou contra aeromodelos elétricos! Tenha muitas restrições com as baterias de polímero de lítio, isto sim!

Até por que, como Oficial da Marinha, sei que a propulsão elétrica é usada desde o final do século 19.

O maior e mais poderoso navio de guerra do mundo, o porta-aviões USS Gerald R. Ford, da Marinha dos EUA, é totalmente elétrico. Isto mesmo: seus dois reatores atômicos são usados para gerar o calor necessário para pressurizar o vapor das suas turbinas, que acionam as turbinas de propulsão e geradores elétricos. A partir daí, todo o resto é elétrico, inclusive a catapulta de lançamento dos aviões.

USS Gerald R. Ford (CVN-78)
O problema não é o sistema elétrico de propulsão e, sim, as baterias. 

Eu tenho um aeromodelo elétrico, sómente. Todos os outros 6 aeromodelos da minha frota são propulsionados por motores à combustão, que utilizam gasolina.

O meu Avanti S é um EDF (electric ducted fan), que utiliza um motor elétrico que aciona um "fan" de 12 pás e 80 mm de diâmetro.


Estou muito feliz com este aeromodelo, que me dá muita satisfação em voar.

Na semana passada, ao realizar o primeiro voo do dia, o sistema de segurança contra falhas (fail safe) entrou em cena, cortando a energia para o propulsor e só permitindo o controle das superfícies de comando. Isto aconteceu depois de 3 minutos de voo, quando o timer do meu rádio está configurado para me alertar que faltam 2 minutos para o meu limite de autonomia de bateria de 5 minutos.

Um detalhe: sempre confiro a voltagem, carga e resistência da bateria, antes do todo voo. Neste caso, a bateria estava com 98% de carga e a resistência de cada célula (uso uma bateria LiPo de 6 células e 5000 mAh de carga) estava abaixo de 5 miOhms.


Não consegui trazer o aeromodelo para um pouso na pista ou na grama e o pouso de emergência ocorreu cerca de 20 metros mais ao sul da pista.

O resultado:


Verifiquei a bateria e constatei que a célula #3 estava com 1% de carga. As outras com 3% de carga, cada. Aparentemente a célula #3 entrou em curto e consumiu energia das outras células.

A bateria era relativamente nova, cerca de um ano de uso e com somente 22 voos realizados.

O aeromodelo será reparado e continuará voando com a bateria número 2. A bateria número 1 foi descartada e reciclada.

Foi uma experiência ruim.

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