"Hoje, mais
uma vez, havia um colega motoqueiro acidentado na Marginal Pinheiros, umas das
principais vias da cidade de São Paulo. Como é de praxe, rapidamente o local
estava cercado com dezenas de outras motos.
Três, das
quatro faixas da via, foram bloqueadas por motos estacionadas, sendo que a
última não estava totalmente livre, o que obrigava os motoristas a passarem
muito lentamente por ela, em pleno horário de pico da cidade. Motoristas
chegaram a levar mais de 30 minutos para percorrer apenas 500 metros.
Se você é
um dos motoqueiros que parou para ver esse acidente, travando o trânsito
porque, na sua cabeça, quando um colega está caído você tem o direito de fazer
isso, um lembrete:
A PORR@ DO
RESGATE TAMBÉM NÃO CONSEGUIA CHEGAR POR CAUSA DO TRÂNSITO QUE VOCÊS CAUSARAM.
Se sou eu
caído, a última coisa que eu iria querer é uma multidão parando o trânsito e
atrapalhando a minha remoção. Em um acidente, cada minuto sem primeiros
socorros diminui a chance de sobrevivência ou recuperação do acidentado. Não é
a toa que muitas vezes o Águia da PM é obrigado a pousar no meio da Marginal
para remover alguém.
E o que é pior:
muitos estavam conversando, tirando fotos no celular, rindo. Do que isso
adianta pro colega caído? Do que isso adianta para a cidade inteira?
A mesma
coisa acontece quando uma ambulância precisa passar pela Marginal. Alguns
motoqueiros ficam nervosos, já que a moto é bem mais ágil que a ambulância, e
começam a cortar pelas faixas da direita. E daí? Simples. O trânsito que eles
causam bloqueando os corredores da direita, é justamente o espaço que os
motoristas usam para permitirem a passagem da ambulância. Aliás, essa mesma
ambulância pode estar indo socorrer um colega caído.
Muitas
pessoas dizem que isso é falta de educação, mas elas estão enganadas. Em ambas
as cenas, você encontra de CGs caindo aos pedaços a motos importadas, de
trabalhadores sofridos a executivos. Isso não é uma questão de educação, é uma
questão de bom senso. É parar 5 minutos para pensar nos outros, ao invés de só
pensar em você ou no oba-oba ao seu redor.
Talvez
ninguém leia esse texto, talvez ninguém se importe. Mas se pelo menos um colega
motoqueiro ler isso, ou mostrar para alguém que age dessa forma, e essa única
pessoa mudar seu jeito de agir, eu já vou me sentir realizado. Eu realmente
acredito que as coisas só vão melhorar no Brasil, quando as pessoas começarem a
melhorar o seu jeito de ser também."
Reproduzido do blog: http://www.olddogcycles.com/2012/04/muito-ajuda-quem-nao-atrapalha.html
Obrigado, Wilson!
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