quinta-feira, 5 de abril de 2012

Muito Ajuda Quem Não Atrapalha




"Hoje, mais uma vez, havia um colega motoqueiro acidentado na Marginal Pinheiros, umas das principais vias da cidade de São Paulo. Como é de praxe, rapidamente o local estava cercado com dezenas de outras motos.

Três, das quatro faixas da via, foram bloqueadas por motos estacionadas, sendo que a última não estava totalmente livre, o que obrigava os motoristas a passarem muito lentamente por ela, em pleno horário de pico da cidade. Motoristas chegaram a levar mais de 30 minutos para percorrer apenas 500 metros.

Se você é um dos motoqueiros que parou para ver esse acidente, travando o trânsito porque, na sua cabeça, quando um colega está caído você tem o direito de fazer isso, um lembrete:

A PORR@ DO RESGATE TAMBÉM NÃO CONSEGUIA CHEGAR POR CAUSA DO TRÂNSITO QUE VOCÊS CAUSARAM.

Se sou eu caído, a última coisa que eu iria querer é uma multidão parando o trânsito e atrapalhando a minha remoção. Em um acidente, cada minuto sem primeiros socorros diminui a chance de sobrevivência ou recuperação do acidentado. Não é a toa que muitas vezes o Águia da PM é obrigado a pousar no meio da Marginal para remover alguém.

E o que é pior: muitos estavam conversando, tirando fotos no celular, rindo. Do que isso adianta pro colega caído? Do que isso adianta para a cidade inteira?

A mesma coisa acontece quando uma ambulância precisa passar pela Marginal. Alguns motoqueiros ficam nervosos, já que a moto é bem mais ágil que a ambulância, e começam a cortar pelas faixas da direita. E daí? Simples. O trânsito que eles causam bloqueando os corredores da direita, é justamente o espaço que os motoristas usam para permitirem a passagem da ambulância. Aliás, essa mesma ambulância pode estar indo socorrer um colega caído.

Muitas pessoas dizem que isso é falta de educação, mas elas estão enganadas. Em ambas as cenas, você encontra de CGs caindo aos pedaços a motos importadas, de trabalhadores sofridos a executivos. Isso não é uma questão de educação, é uma questão de bom senso. É parar 5 minutos para pensar nos outros, ao invés de só pensar em você ou no oba-oba ao seu redor.

Talvez ninguém leia esse texto, talvez ninguém se importe. Mas se pelo menos um colega motoqueiro ler isso, ou mostrar para alguém que age dessa forma, e essa única pessoa mudar seu jeito de agir, eu já vou me sentir realizado. Eu realmente acredito que as coisas só vão melhorar no Brasil, quando as pessoas começarem a melhorar o seu jeito de ser também."

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