Conhecendo a maior parte dos Estados Unidos e tendo rodado dezenas de milhares de milhas por lá (de carro ou de motocicleta), sei que esta afirmativa não é verdadeira. Mas sempre fiquei curioso em saber de onde vinha este mito, tão divulgado na internet, entre outras fontes.
Encontrei uma explicação, feita pelo historiador Richard F. Weingroff, que é funcionário da Federal Highway Administration - Office of Infrastructure (Administração Federal de Rodovias - Escritório de Infraestrutura).
O mito surgiu em função de um acordo operacional existente nas décadas de 1930 e 1940 entre a então Administração de Estradas Públicas e o Departamento de Aviação do Exército (ainda não existia a Força Aérea como orgão independente), para a construção de pistas de pouso por todo os Estados Unidos. As pistas foram construídas próximo de estradas, para facilitar o acesso. Nos postos de gasolina das proximidades eram estocados tambores com gasolina de aviação, para o caso de necessidade.
Foto montagem |
As pistas variavam muito em seu comprimento. As menores tinham 46 m de largura e 1,200 m de comprimento. O comprimento aumentava em 150 m para cada 300 m de elevação acima do nível do mar. As pistas foram projetadas para acomodar os aviões de caça e os bombardeiros médios e pesados da época (B-17 e B-24).
Os benefícios do programa não eram destinados só para fins militares, pois poderiam ser usados por aviões comerciais, também, em caso de emergência.
Quando o Federal Highway Act de 1956 foi aprovado pelo Congresso e sancionado pelo Pres. Eisenhower, a lei não tinha qualquer provimento para a construção de pistas de pouso/decolagem, nem mencionavam as retas de 1 milha a cada 5 milhas de rodovia. Da mesma forma, nenhuma outra lei federal foi aprovada, depois disso, fazendo qualquer menção a pistas para aeronaves.
Como a maioria das rodovias, fora das regiões urbanas, tem torres de transmissão de energia elétrica nas sua proximidades, a utilização de rodovias como pista de pouso emergencial cria um perigo inerente, tanto para os aviões como para os veículos que transitam por elas.
O resto, é puro mito.
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