Será proibido fumar em ambientes fechados em todo o Brasil – inclusive
fumódromos – a partir de dezembro, segundo divulgou o Ministério da
Saúde.
A regulamentação da Lei Antifumo, que deve ser publicada no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (2) e começará a valer em seis meses, proíbe também qualquer
propaganda comercial de cigarros.
O objetivo da medida, segundo o governo, é
proteger a população do fumo passivo e contribuir para a diminuição do tabagismo
entre os brasileiros.
Com a nova
regra, fica proibido o uso de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e outros
produtos do gênero em locais de uso coletivo – público ou privado. Estão
vetados inclusive os narguilés. A proibição inclui hall e corredores de
condomínios, restaurantes e clubes. Segundo o governo, fica vetado o uso em
ambientes parcialmente fechados por uma parede, teto e até mesmo toldo.
“Está
proibido o fumo naquela varanda do restaurante, no toldo da banca de jornal e
na cobertura do ponto de ônibus”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. A
lei também proíbe a existência dos fumódromos, que são permitidos pelas regras
atuais. “Se o ambiente estiver coberto por uma face, como o teto do ponto de
ônibus, não poderá fumar.”
Ficará
liberado fumar em casa e ao ar livre. Apenas em cinco situações – e com
condições de isolamento – será permitido fumar em ambiente fechado: em cultos
religiosos cujo fumo faça parte do ritual, em tabacarias sinalizadas, em
estúdios de filmagem quando necessário à produção da obra, em lugares
destinados a pequisa e desenvolvimento de produtos fumígenos, além de
instituições de tratamento de saúde que tenham pacientes autorizados por médico
a fumar.
As novas regras também determinam que os produtos devem ficar expostos apenas
no interior dos estabelecimentos, com 20% do mostruário ocupado por mensagens
de advertência aos males causados pelo fumo, além da proibição da venda a
menores de 18 anos e tabela de preços. Fica proibida, ainda, qualquer tipo de propaganda
desses produtos.
As
embalagens devem ter mensagens de advertência em toda a área posterior, além de
uma das laterais. A partir de 2016, deverá ser incluído texto de advertência
adicional sobre os impactos do fumo em 30% da parte da frente das embalagens.
Multa. A
fiscalização será de responsabilidade das agências sanitárias dos estados e
municípios e, segundo o governo, o alvo serão os estabelecimentos, e não os
fumantes. Os comerciantes são os responsáveis por orientar os clientes a não
fumarem nos locais proibidos e, se necessário, devem chamar a polícia se o
fumante se recusar a apagar o cigarro.
Os estabelecimentos podem receber
advertência, multa e até mesmo serem interditados e terem canceladas a
autorização para funcionamento. As multas vão de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.
O tabagismo
é responsável por 200 mil mortes por ano no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
Em 2013,
foram registradas 1,4 milhão de diárias de internações por doenças relacionadas
ao tabagismo no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso representou, segundo o
governo, um custo de R$ 1,4 bilhão.