O meu amigo Arnaldo Schmitt Junior, motociclista e ciclista dos sete costados, tem sempre estórias interessantes para contar. Esta ele enviou por e-Mail. Pela nossa amizade, tomei a liberdade de publicá-la, por seu conteúdo informativo.
"Faz já uns 10 anos. Sete Povos das Missões, no Rio Grande do Sul,
era nosso destino. Afinal, foi
constituído Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e está ali, ao nosso lado, no
Rio Grande do Sul, pouco depois de Carazinho. Fomos por Campos Novos, Tapejara, Passo Fundo. De Itajaí lá, 800 km. Melhor dormir no caminho, para uma viagem
mais tranqüila, mas dá para fazer bem em um tiro só, sem viajar à noite. Basta
sair cedo.
São Miguel
das Missões é o ponto principal. Maravilha!!!
Interessantes
nós, brasileiros. Uma beleza daquelas,
uma riqueza cultural, aqui pertinho, mas poucos as conhecemos. Até os vizinhos, pouco se interessam. Tal qual as Cataratas do Iguaçu, ali também se vê muitos estrangeiros, em
detrimento de brasileiros. Enquanto
muitos de nós preferem fazer umas comprinhas no Paraguai, e não se dignam
apreciar as Cataratas, hoje uma das Sete Maravilhas do Mundo, europeus, com
destaque para alemães, franceses, italianos, mas também japoneses,
norte-americanos, canadenses e tantos outros, saem de suas terras longínquas só
para ver essas belezas das Missões e das Cataratas.
Vale tanto
a pena, que decidimos seguir viagem e conhecer também as Reduções Jesuíticas na
Argentina e no Paraguai, com pontos mais significativos em San Inácio – Missiones,
Argentina, e em Santíssima Trinidad del
Paraná – Encarnación, Paraguai. Tudo
pertinho, estrada boa, gostosa de curtir. Nas Missões dos 3 países, existiam 84.000 indígenas do tronco Guarani,
segundo o censo feito pelos jesuítas em 1744.
De rebarba,
coisas como: uma bela cachoeira à beira da estrada, bom para um descanso à
sombra, vendo e ouvindo o som das águas.
Mais ao longe, 5 cavaleiros
devidamente paramentados, indo ao longo da estrada, cavalos a passo. Chegando
perto, constata-se que eram apenas 4. O
quinto cavalo levava uma estátua da Virgem Maria, indo ou vindo de uma
procissão. Em Posadas, capital de
Misiones, umas pedaladas em uma “recumbent”, bicicleta de 3 rodas, onde você
anda quase deitado, na costaneira de mais de 3 km às margens do Rio Paraná. O
aluguel da bike é baratinho, vale a curtição.
Do outro
lado do Rio, passando por uma bela ponte estaiada, a cidade de Encarnación,
Paraguai.
Foi ali
que, depois de batermos uma foto da “Iglesia Ucraniana Autocefalica Ortodoxa”,
que nos despertou a curiosidade pelo seu nome posto em placa à sua frente, ...
muito bem, o pedal da marcha estava totalmente solto. Mal tinha descido da moto, e pára outra ao
lado, pai com filho na garupa. O pai,
José, foi logo pegando seu estojo de ferramentas e, uns 20 minutos depois, a
moto estava OK, e o José insistindo para almoçarmos em sua casa. Por cortesia, aceitamos fazer-lhe uma visita,
onde tomamos um mate com sua família ultra amável e batemos umas fotos que lhes
mandamos depois, via internet.
Assim é a
gente que se encontra por essas estradas, no Brasil e toda a América do Sul.
Na volta,
fui estudar o “Autocefalica”. É a Igreja
Ucraniana que não está subordinada a nenhuma outra, mormente às da Rússia.
E eu, ex-aluno dos jesuítas, que pensava entender das Missões Guaranis, vi o quanto se
aprende num belo passeio como esse. Valeu."
Beleza de viagem, quem sabe vamos conhecer o caminho das Missões.
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