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sábado, 14 de maio de 2022

Esquadrilha da Fumaça - 70 anos no ar

 


Hoje, no dia em que a Esquadrilha da Fumaça completa 70 anos de existência, presto minha continência ao seu criador, Coronel-Aviador Mario Sobrinho Domenech , aviador de caça e aeromodelista.
O Coronel Domenech era instrutor na Escola de Aeronáutica dos Afonsos em 1952 e teve a ideia de criar uma rotina de manobras acrobáticas para estimular e incentivar os cadetes-aviadores em sua formação militar.
Durante muitos anos o Cel. Domenech foi presidente da ACA - Associação Carioca de Aeromodelismo, o mais antigo clube de aeromodelismo do Brasil, fundado em 1949.
Fui sócio da ACA até 1995 (quando fui transferido para o exterior) e tive oportunidade de conviver com o Cel. Domenech, uma pessoa extraordinária.


Texto sobre a Esquadrilha da Fumaça,  publicado em 1 de abril de 2011 na Aerovisão - A revista oficial da Força Aérea Brasileira (Ed. 229) - na edição comemorativa dos 70 anos de criação da Força Aérea Brasileira:

"Hora do almoço na Escola de Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Início da década de 50. Depois das instruções da manhã, no Campo dos Afonsos, aviões de treinamento avançado tomavam o céu da Barra da Tijuca num balé acrobático. A bordo de monomotores North American T-6 Texas, instrutores motivavam seus cadetes com um show de perícia e técnica. 

Liderado pelo então Tenente-Aviador Mário Sobrinho Domenech, os chamados “cambalhoteiros” executavam à exaustão manobras da aviação de caça. Primeiro com duas aeronaves, depois com quatro.

Assunto nas rodas de conversa da escola, a equipe obteve autorização para a primeira demonstração sobre os Afonsos graças à intervenção do futuro ministro da Aeronáutica, o então Tenente-Coronel Délio Jardim de Mattos, fascinado por acrobacias aéreas. 

O show realizado em 14 de maio de 1952 marcou o nascimento do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a Esquadrilha da Fumaça. 

A partir daquele momento, o grupo passou a se apresentar em solenidades importantes da escola.

Em 1955, a esquadrilha ganhou cinco aeronaves exclusivas que receberam pintura especial. 

Nos primórdios, os aviões demoravam muito para ganhar altura e isso dificultava a visão e o acompanhamento pelo público. Para facilitar a observação dos espectadores, o EDA desenvolveu um equipamento para que os aviões produzissem fumaça e incluiu na apresentação uma aeronave isolada. Enquanto um piloto realizava acrobacias, outros quatro ganhavam altura para a próxima sequência de manobras em grupo.

Logo os mecânicos começaram a chamar o esquadrão de “Esquadrilha da Fumaça”. Em seguida, o Brasil inteiro já conhecia o EDA pelo apelido.

Por causa do sucesso das apresentações também no exterior, o grupo recebeu o título de Embaixadores do Brasil nos céus. As acrobacias estão no Guinness Book of Records, o livro dos recordes mundiais. O voo de dorso em formação com dez aviões durante 30 segundos foi registrado em 1999. A marca recorde foi quebrada mais duas vezes pela própria Esquadrilha, em 2002 e 2006."

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