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sexta-feira, 27 de março de 2020

F-5E Tiger II: o mais antigo está na FAB

F-5E Tiger II da Força Aérea Brasileira
O primeiro F-5E Tiger II construído pela Northrop voa com as cores da FAB.

O F-5E de matrícula 11417 na USAF foi construído em 1972 e apresentado em junho daquele ano nas instalações de Hawthorne.

F-5E serial number 1417 na U.S. Air Force
Northrop Plant - Hawthorne, CA

Linha de montagem dos F-5
A aeronave seguiu para a Base Aérea de Edwards, onde realizou o seu primeiro voo no dia 11 de agosto de 1972, dando início ao programa de ensaios da aeronave.

Em 1988, a FAB adquiriu um lote de 22 caças F-5E usados da USAF (além de outros quatro F-5F). Estas aeronaves pertenciam aos esquadrões “Aggressors” baseados nas Bases Aéreas de Willians, no Arizona (já desativada) e Nellis, perto de Las Vegas, Nevada.

As aeronaves estavam entre os F-5E mais antigos do mundo, sendo que 15 deles faziam parte do primeiro lote de 30 unidades produzido pela Northrop.

Um deles era exatamente o “1417”. 

No Brasil o “1417” recebeu a matrícula FAB 4856. Além dele, foi recebido também o segundo F-5E produzido pela Northrop (1418), matriculado como FAB 4857.

O FAB 4856, já modernizado como F-5EM
O segundo F-5E mais antigo do mundo, #11418
Em outubro de 1974, durante o governo do Presidente Ernesto Geisel, a FAB recebeu o sinal verde do Governo Americano e encomendou à Northrop 42 caças Northrop F-5 (36 do modelo E, Tiger II e 6 do modelo B), ao preço na época de 72 milhões de dólares.

A aquisição dos F-5 permitiu à FAB equipar três dos seus Esquadrões de Caça, na época.

Em 28 de fevereiro de 1975 teve início, em Palmdale, Califórnia, a “Operação Tigre”, o traslado dos primeiros F-5 da FAB para o Brasil.

Em 12 de março de 1975 chegaram os 3 primeiros F-5 ao Brasil, do modelo B - biplace de treinamento - na Base Aérea do Galeão.

Em 3 de outubro do mesmo ano chegaram à Base Aérea de Santa Cruz os 6 primeiros F-5E, que já estavam no Brasil, mas em Anápolis, aguardando o término das obras na pista da BASC.

Devido à atrição - perda de aeronaves em acidentes - em 1989 a FAB teve que buscar mais F-5E usados na USAF, adquirindo quatro caças F-5F (por US$ 5,9 milhões) e 22 F-5E (por US$ 7,1 milhões). Os jatos americanos pertenciam a esquadrões Aggressors da USAF e chegaram ao Brasil com seu esquema de cores característico.

Em 2008 a FAB comprou também 11 caças F-5 adicionais (sendo 3 F-5F) da Jordânia, com o objetivo principal aumentar o número de aeronaves biplaces na FAB.

Um programa de modernização dos aviões F-5 Tiger II da FAB estava sendo pensado desde o final da década de 1980, visando dotar os aviões com aviônica estado-da-arte e recuperar seu poder de combate do início de carreira.

O Programa de Modernização só recebeu autorização para ser implementada no ano 2000, num contrato de US$ 285 milhões para 46 aviões.

Os trabalhos de modernização foram realizados pela Embraer em sua unidade de Gavião Peixoto, SP. Além da Embraer e da israelence Elbit, o programa F-5BR contou com a participação das empresas Honeywell americana (plataforma de navegação inercial), da italiana Galileu (radar multimodo) e da Elisra, também de Israel (RWR).

O Programa F-5BR tornou o F-5E/F compatível com os A-29 Super Tucano e, futuramente, com os A-1M. Com a padronização, os custos de manutenção estão sendo reduzidos.

Empregando tecnologia de 4ª geração e equipado com telas digitais, o cockpit do novo F-5EM proporciona baixa carga de trabalho para o piloto. A configuração permite o controle total dos sistemas através de comandos instalados no manche e na manete de potência (HOTAS).

Dois computadores de alto desempenho e um sistema integrado de navegação INS/GPS/Radar Altimeter também foram incluídos. Três telas multifuncionais em cores e um visor tipo HUD (que projeta informações à frente do piloto) levam ao F-5EM o que de melhor existe em interface homem-máquina. Todos os sistemas de visualização e iluminação do F-5EM foram projetados para o uso com óculos de visão noturna.

Caças F-5EM da Força Aérea Brasileira
O F-5EM também incorpora sistema de visor de mira no capacete, tipo DASH, enlace de dados, sistema de planejamento de missão e capacidade para treinamento virtual em vôo.

A aeronave está qualificada com o armamento padrão já existente na FAB, como os mísseis ar-ar de curto alcance MAA-1 Piranha, bem como bombas e casulos externos.

Também estão disponíveis os sistemas de armamento (convencional e inteligente) usados nos caças de nova geração, como o míssil Python IV e o Derby israelenses, o último com capacidade BVR (Além do Alcance Visual) e bombas guiadas a laser.

Com a modernização, os F-5 da FAB ganharam uma sobrevida de 15 a 20 anos e devem continuar operando até 2030, quando toda a frota terá sido substituída pelo SAAB Gripen F-39, atualmente em fase de testes na Suécia.

O caça F-5A voou pela primeira vez em 30/7/1959 e o F-5E em 11/08/1962.

A produção dos F-5 durou de 1959 a 1987 e um total de 847 F-5A, B e C foram construídos.  As versões E e F tiveram um total de 1.399 aeronaves produzidas.

0s F-5E foram utilizados pela U.S.Air Force de 1975 a 1990.

A Marinha dos EUA continua usando os F-5E como “agressor” nas bases de treinamento nos Estados Unidos, inclusive na famosa Top Gun (Naval Strike and Air Warfare Center, Naval Air Station Fallon, Nevada).

2 comentários:

  1. Só um detalhe, o EGIR é composto de GPS/Inercial/ Rádio Altimetro.

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