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sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Marinha do Brasil: 103 anos da Aviação Naval



A Aviação Naval Brasileira é o componente aéreo da Marinha do Brasil, denominada Força Aeronaval. A estrutura aérea está subordinada ao Comando da Força Aeronaval, organização militar responsável por prover apoio aéreo operacional a partir das embarcações da Marinha do Brasil.

A Aviação Naval encontra-se sediada na Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, no Estado do Rio de Janeiro, onde são feitas a manutenção a nível de parque de todas as aeronaves e encontram-se o Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval e o Comando da Força Aeronaval. Porém, esquadrões estão espalhados por todo o país, fornecendo apoio aéreo as organizações militares da Marinha ali sediadas ou que estejam realizando operações na área.

A missão do Comando da Força Aeronaval é "Assegurar o apoio aéreo adequado às Operações Navais, a fim de contribuir para a condição de pleno e pronto emprego do Poder Naval onde e quando for necessário."


Desde logo reconhecendo as potencialidades das aeronaves, apenas cinco anos após o voo pioneiro de Santos Dumont, em 1911, inicia-se o interesse da Marinha pela aviação. O Tenente Jorge Henrique Moller, primeiro piloto militar brasileiro, recebeu seu brevê em 29 de abril de 1911, na França. O Tenente Moller foi, também, o fundador do Aeroclube Brasileiro.

A Aviação Naval Brasileira começa em 1916 com a criação da Escola de Aviação Naval. A aviação desenvolve-se rapidamente com o pioneirismo da força, com a criação do correio aéreo militar, precursor do atual Correio Aéreo Nacional e a participação de aviadores navais brasileiros em operações reais de patrulha durante a Primeira Guerra Mundial, integrando o 10° Grupo de Operações de Guerra da Royal Air Force (RAF).


Com a criação da Força Aérea Brasileira em 1941, foi decidido que a Aviação Naval e a Aviação Militar (subordinada ao Exército Brasileiro) deixariam de existir, passando seus meios a nova força. Aos militares foi dada a opção de passarem a nova força ou permanecerem na força de origem. Na época, era grande a polêmica se a Força Aérea deveria ser uma força independente ou não. A própria Força Aérea dos Estados Unidos só se formou posteriormente em 1947, lutando a Segunda Guerra Mundial integrada ao Exército norte-americano. Se por um lado a absorção da Aviação Naval e Militar facilitou a criação na FAB, também privou as duas outras forças de meios aéreos.

Com a extinção da Aviação Naval em 1941, a Marinha participou da Segunda Guerra Mundial sem o seu componente aéreo orgânico, componente este que se mostrou indispensável para a condução das operações de guerra no mar, como a história daquele conflito tão bem demonstrou. As marinhas da Alemanha e da Itália, com poderosos navios de superfície, não puderam operar regularmente por falta de apoio aéreo. A Guerra no Oceano Pacífico foi essencialmente uma guerra aeronaval e anfíbia. A Segunda Guerra Mundial consagrou a aeronave e o porta-aviões como os meios preponderantes, colocando os encouraçados e cruzadores em segundo plano. Por outro lado, em terra, a Força Aérea mostrou-se imprescindível, com função, meios e missões específicos.

Em 1952, ressurge a Aviação Naval em sua segunda fase, com a recriação da Diretoria de Aeronáutica da Marinha e de uma estrutura organizacional. Pretendia a Marinha possuir novamente seus próprios meios aéreos, culminando com a aquisição do porta-aviões “Minas Gerais” (A-11) em 1956, que na época tinha passado por ampla modernização. Porém um Decreto Presidencial em 1965, limitou a Marinha às aeronaves de asa rotativa, os helicópteros. As aeronaves de asa fixa passaram ao inventário da FAB, que as operariam a bordo do porta-aviões e os helicópteros navais da FAB foram repassados a Marinha.

Em 1996, foram realizadas análises de propostas apresentadas por fornecedores e empresas à Marinha para uma aeronave de interceptação e ataque. Este trabalho indicou que as aeronaves A-4 Skyhawk pertencentes a Força Aérea do Kuwait, e em disponibilidade para venda, atendiam as necessidades da Marinha do Brasil, com excelente custo/benefício em virtude das poucas horas voadas por célula, condições de armazenamento e pacote logístico agregado (equipamentos de aviônica, armamento, material de apoio e sobressalentes).

Com Decreto Presidencial 2.538, de 8 de abril de 1998, a Marinha do Brasil recuperou o direito de operar suas próprias aeronaves de asa fixa destinadas a operar a partir de suas embarcações. No mesmo ano foram recebidas 20 aeronaves para um tripulante e 3 aeronaves para dois tripulantes, estas destinadas a treinamento. As aeronaves receberam respectivamente as designações AF-1 e AF-1A.

O treinamento dos pilotos do esquadrão é realizado na Força Aérea Brasileira e na Marinha dos Estados Unidos. O esquadrão VF-1 operou a partir do NAeL Minas Gerais, mas teve sua capacidade operativa ampliada com a aquisição do NAe São Paulo, recentemente desativado.

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