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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Polícia indicia executivos da Shell, BR e Ipiranga por fraude em combustíveis


A polícia do Rio indiciou executivos das três maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil pela venda de etanol adulterado a postos de combustível. Os três são suspeitos de crimes tributários, ambientais e contra o consumidor.

O caso foi descoberto em novembro, após fiscalização da Agência Nacional do Petróleo encontrar etanol adulterado em postos da BR Distribuidora, da Shell e da Ipiranga em postos no Rio de Janeiro.

O produto continha altos teores de metanol, um produto tóxico usado para a produção de biocombustíveis, cuja ingestão pode levar à morte.

Em inspeção nas bases de armazenagem das distribuidoras, foram achados 10,6 milhões de litros do combustível fora dos padrões, numa das maiores apreensões de combustível adulterado do país.

De acordo com os laudos, foram recolhidas amostras com até 14,3% de metanol misturado ao etanol –quase 30 vezes mais do que o 0,5% permitido pela legislação.

No relatório entregue ao Ministério Público, a polícia propõe o indiciamento de Luiz Renato Gobbo, diretor da Raízen (dona da marca Shell), Patrícia Moreira Rodrigues (gerente da BR) e José Augusto Dutra Nogueira (diretor da Ipiranga).

Os três são suspeitos de crime ambiental, por produzir e vender produtos tóxicos em desacordo com a legislação, revender combustível em desacordo com as especificações da ANP e vender produtos em condições impróprias para o consumo.

Na época da apreensão, as empresas argumentaram que todo o produto havia sido adquirido da Usina Canabrava, em Campos dos Goytacazes, que seria a responsável pela mistura do metanol.

A Polícia sustenta que as distribuidoras são responsáveis por garantir a qualidade do combustível entregue aos postos e não realizam testes suficientes.

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