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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Pessoas que me inspiraram: Ronald W. Reagan

"Não há respostas fáceis, mas há respostas simples. Temos que ter a
coragem de fazer o que sabemos ser moralmente correto."
Ronald Wilson Reagan foi um ator e político norte-americano, 33.º governador do Estado da Califórnia (1967 - 1975) e o 40.º presidente dos Estados Unidos (1981 - 1989). Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1911, em Tampico, Illinois. Deixou como legado coisas incríveis, como a recuperação da economia americana e a derrocada do império soviético e da Alemanha comunista.

Ronald Reagan tinha falhas, sem dúvida, e errou em alguns pontos durante seu governo. Mas o resultado do seu governo foi altamente positivo, especialmente no que concerne à recuperação tanto da economia como da moral do povo. Ele assumiu a presidência após os catastróficos anos de Jimmy Carter, numa era de estagflação por conta dos excessivos gastos do governo, prejudicada ainda mais pela crise do petróleo.

De família pobre e com pai alcoólatra, Reagan teve uma infância difícil. Mas ainda assim aprendeu valores básicos, como a crença nos direitos individuais, a desconfiança da autoridade estabelecida, a capacidade de manter uma postura positiva mesmo diante de más notícias e uma autoconfiança derivada da noção de que o conhecimento mais importante está em distinguir o certo e o errado. 


Durante a Segunda Guerra Mundial, Reagan foi Capitão da Força Aérea.
Ele não usou sua infância difícil como justificativa para posar de vítima, e sim para aprender lições e superar os obstáculos na vida. Um traço importante de sua personalidade era não se importar muito com quem fica com os créditos de uma boa ação, e sim com a ação em si. "A potencialidade humana tende ao infinito quando não nos importamos com os créditos de nossos atos corretos, quando estamos mais focados em fazer o certo do que receber aplausos da platéia," dizia ele. 

Um dos grandes méritos de Reagan era a simplicidade de sua linguagem, a forma direta e objetiva com a qual expressava suas idéias. Não por acaso os “intelectuais” detestavam Reagan, considerado um idiota por boa parte da elite americana. Estavam redondamente enganados, como a história nos ensina.

Em 1981, por exemplo, falando para estudantes, ele foi categórico ao afirmar que o ocidente iria dispensar o comunismo como um capítulo bizarro da história humana, cujas últimas páginas estariam naquele momento sendo escritas. Isso foi dito numa época em que muitos desses “intelectuais” ainda defendiam o regime comunista. Reagan era um sujeito objetivo e sincero, e tachou de “império maligno” a União Soviética, o que mais tarde ficou evidente ser o caso. 


Ele era capaz de separar com clareza o certo do errado, algo que muitos relativistas ainda hoje condenam. Sua convicção moral o afastou muitas vezes do pragmatismo presente no mundo da política. Ele não costumava contemporizar muito com o lado podre, ainda que se visse forçado a escolher o ruim para evitar o péssimo de vez em quando. Ele pode ser considerado uma espécie de visionário, focando no futuro enquanto todos pensavam no imediato.

Ele conquistou a afeição do povo americano por parecer um sujeito comum, e o povo se identificava com ele. Por oito anos consecutivos, a pesquisa da Gallup mostrou Reagan como o homem mais admirado no país, e quando ele deixou o cargo de presidente, sua taxa de aprovação estava em 70%, a mais alta de qualquer presidente americano moderno.  

Sua política econômica, conhecida como “Reaganomics”, consistia basicamente em redução de impostos, desregulamentação e maiores gastos com defesa. Quando assumiu o poder, a inflação estava em dois dígitos, próxima dos 12% ao ano. A firme atuação de Paul Volcker no Federal Reserve (Banco Central dos EUA), apoiada por Reagan, foi fundamental para conter a espiral inflacionária.

Houve uma fase necessária de ajuste, mas logo depois o país entrou num período de sete anos de crescimento ininterrupto. A retomada do crescimento econômico gerou quase 20 milhões de novos postos de emprego, e Reagan dizia que não há melhor programa social que o emprego.

O propósito de um programa de governo deveria ser justamente eliminar a necessidade de sua própria existência, o oposto do que ocorre no assistencialismo do welfare state. O objetivo de seu governo era criar um ambiente estimulante para a energia criativa dos empreendedores. Uma de suas primeiras medidas foi acabar com o controle de preços da gasolina, vigente por uma década. Isso contribuiu muito para o fim da crise de energia. 

Quando seu plano estratégico de defesa na guerra fria foi anunciado, seus críticos logo o apelidaram de “Guerra nas Estrelas”, por causa do famoso filme de mesmo nome. No entanto, o tempo mostrou que o plano fazia sentido, e os soviéticos ficaram pressionados por não terem a menor condição de acompanhar a escalada de investimentos militares. Isso fez com que Thatcher concluísse que Reagan venceu a guerra fria sem disparar um único tiro. 

Quem credita Gorbachev em vez de Reagan pelo colapso comunista o faz ou por má fé ou por ignorância. O líder soviético, apoiado pelo Politburo, objetivava, na verdade, salvar o regime falido.

Foi Reagan, com seu programa militar, quem colocou de vez um ponto final na guerra fria, levando à queda do muro de Berlim em 1989, assim como à democratização de várias ditaduras, principalmente na América Latina. Reagan deu o empurrão final no regime que vinha desmoronando por suas próprias falhas intrínsecas.

O grande tema abordado freqüentemente por Reagan era a intromissão e incompetência do governo, além de sua completa inabilidade para resolver os problemas das pessoas. 

"O Governo não é a solução. O Governo É o problema."
Para ele, a intervenção do governo na economia era resumida assim: “Se algo se move, taxe-o; se ele continua se movendo, regule-o; e se ele parar de se mexer, subsidie-o”. 

Um governo central grande era visto por ele como um grande obstáculo para a liberdade, e um instrumento ruim para garantir a justiça. A lição que ele extraía da era moderna é que colocar poder demais nas mãos do Estado coercitivo era muito perigoso. Ele se opunha ao coletivismo comum de seu tempo. Não é possível controlar a economia sem controlar as pessoas, e Reagan entendia isso. Os elevados impostos e a burocracia incompetente foram seus grandes inimigos internos, enquanto o comunismo era seu alvo externo.

Reagan fazia analogias simples, mas que passavam bem sua mensagem. Certa vez ele comparou o governo a um bebê, com um canal de alimentação com apetite enorme de um lado e nenhum senso de responsabilidade do outro. 

No seu governo, para melhorar a eficiência do sistema público, tentou colocar as melhores pessoas no comando e delegar autoridade. Sua equipe era formada por pessoas que muitas vezes nem mesmo compartilhavam de suas visões gerais, e para Reagan, era importante que o funcionário tivesse que ser persuadido a ir para o governo, em vez de ser alguém em busca de um cargo público. Era um homem de ação, e por tudo isso somado, foi sem dúvida um grande líder.

Ronald Reagan foi homenageado pela Marinha dos Estados Unidos, que deu seu nome ao porta-aviões nuclear USS Ronald Reagan, lançado em 2001 e incorporado em 2003. Foi o primeiro navio da Marinha dos EUA com o nome de um ex-presidente ainda vivo.


A ex-primeira dama Nancy Reagan batiza o USS Ronald Reagan, sob as
vistas do presidente George W. Bush, em 4/3/2001.
Cerimônia de Incorporação do USS Ronald Reagan, em 12/7/2003
USS Ronald Reagan em primeiro plano. Ao centro o USS Kitty Hawk
e ao fundo o USS Abraham Lincoln.
Ronald Reagan faleceu em 5 de junho de 2004 de pneumonia, complicada com a doença de Alzheimer. Ele tinha 93 anos. Foi o melhor presidente americano da era moderna.

Baseado em texto original de Rodrigo Constantino

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