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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

São Paulo: Prefeitura x Cidadão

Radar móvel na avenida Vereador Abel Ferreira, em S.Paulo
Incapaz de educar, até por só dar maus exemplos, o Estado sempre trata o indivíduo como cidadão de segunda classe (os de primeira classe, como sempre, são os políticos e seus foros privilegiados).

Isto é verdade em todos os sentidos, desde a necessidade de "cópia autenticada" até o "culpado até que prove a inocência" nos casos de alegados débitos com fisco.

Mas nos casos relacionados ao tráfego rodoviário, a fúria contra o cidadão é impressionante.

Artigo publicado n'O Estado de São Paulo de hoje:

Os 20 novos radares móveis que a Prefeitura de São Paulo está usando para fiscalizar o trânsito, diferentemente dos aparelhos já instalados sobre tripé, estão escondidos dentro de caixotes de metal.

As estruturas, que servem para proteger o equipamento, acabam ajudando a escondê-los. Além disso, motoristas devem ficar atentos porque nem sempre os equipamentos estão instalados depois das placas que informam sobre a presença de radares.

Os novos não dependem da presença de operadores, como ocorre com os "antigos". Dois aparelhos móveis estavam nesta segunda (5) na av. Vereador Abel Ferreira, no Jardim Anália Franco (zona leste), há cerca de 15 dias. Das 7h às 19h, eles fiscalizam excesso de velocidade, rodízio e invasões a corredores.

Desde 2011, resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) anula a obrigatoriedade de aviso de radares, prevendo apenas os de velocidade máxima.

A CET informa que, dos 607 radares da cidade, 20 são móveis e fiscalizam 96 locais definidos em sistema de rodízio. "É válido destacar a garantia de segurança, fluidez e acessibilidade, considerando o volume de tráfego, índice de acidentes, geometria e tipo de pavimento da via."

No Brasil é crônico o péssimo estado de conservação das vias, em todos os níveis (federal, estadual e municipal), com raríssimas exceções (quase todas no Estado de São Paulo).

A sinalização horizontal e vertical é altamente deficiente, na maioria das estradas até quase inexistentes. Aumenta o fluxo de veículos, mas as estradas não são ampliadas para acomodar o volume maior, apesar da enorme carga de impostos cobrados sobre os veículos e combustíveis.

E como um abutre que vigia a sua potencial vítima no deserto, os governos municipais encontraram nos radares a forma de aumentar a arrecadação dos impostos cobrados aos cidadãos. A indústria que fabrica os radares, como as empreiteiras, devem estar apresentando excelentes resultados para os seus acionistas.

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