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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Rebeca, Uma Tremenda Gata de 16 Anos


Já escrevi sobre minhas gatas, aqui.

Eu gosto de animais, qualquer animal. Mas os gatos, sei lá, tem um energia diferente que me atrai. Talvez seja sua independência, sua atitute, sua personalidade. Com certeza, sua sensibilidade.

As minhas gatas sabem quando estou contente e quando estou em baixa, triste. Elas também sabem reconhecer as boas pessoas e me alertam sobre aquelas que, talvez, não sejam assim tão boas.

Vivo com a mais velha, Rebeca, desde Janeiro de 1997. Isto mesmo, Rebeca é uma tremenda gata siamesa de quase 17 anos ou quase 84 anos na cronologia felina.

Rebeca com 3 meses de idade.
Neste sábado, regressamos de nossa viagem de férias de 15 dias e encontramos a Rebeca muito doente.

Ela não havia ficado sózinha, é claro. Tinha a companhia de sua irmã de criação, Raquel, uma belíssima Pelo Curto Americano de 11 anos.

Além disso, uma amiga, Jô, vinha em dias alternados visitá-las, completar a comida, a àgua, limpar a caixinha de areia e brincar um pouco com elas.

Mas a Rebeca estava enferma e não sabíamos. Gatos disfarçam bem suas doenças e quando demonstram, já estão bem enfermos. Também não sabíamos disso.

A Rebeca sempre foi uma gata muito saudável e visitava o veterinário sómente para as consultas preventivas (vacinação, exames periódicos). Nunca ficou doente.

Rebeca

A nossa surpresa foi grande, quando chegamos em casa e vimos o estado em que ela se encontrava: caquética, é o termo médico.

Caquexia é uma síndrome complexa e multifatorial que se caracteriza pela perda de peso, atrofia muscular, fadiga, fraqueza e perda de apetite, ou seja, uma desnutrição aguda. 

Ficamos sabendo, mais tarde, que era consequência de uma deficiência renal, que foi mal diagnosticada no início do ano, durante um exame de rotina. Identificada como uma deficiência menor, que necessitava sómente de troca da ração, revelou-se ser uma deficiência grave que necessita de uma atenção maior.

Não acredito muito em coincidências. Creio, mais, que as coisas não acontecem por acaso. Diferente dos últimos anos, quando sempre passamos um mês inteiro fora de casa, desta vez ficamos apenas 16 dias ausentes. Se fosse o tempo normal, provavelmente não encontraríamos a Rebeca com vida.

Por sorte, vivemos numa cidade que tem profissionais médicos veterinários competetentes e dedicados. Pelo menos a maioria é. Alguns, nem tanto. A veterinária onde levávamos as nossas gatinhas, nos últimos 8 anos, não atende o telefone de emergência, nem retorna as ligações em fins de semana. Azar dela. Perdeu duas clientes e nossas referências.

Em compensação, por indicação de um amigo Harleyro, que também é médico veterinário, descobrimos uma Clínica Veterinária bem próximo de nossa casa, que tem plantão 24 horas. Fomos atendidos imediatamente e este atendimento deu à Rebeca uma oportunidade de lutar por sua vida.

E este é o tema desta postagem. Mais uma vez, aprendi com as minhas gatas. Relembrei que devemos sempre lutar e nunca se entregar. Conceitos que aprendi na infância e na adolescência, mas que, às vezes, tendemos a esquecer.

A Rebeca me fez recordar disso. Na condição de extrema fraqueza em que se encontrava, fez um tremendo esforço para ficar em pé e nos receber com a mesma alegria com que sempre nos recebeu quando regressamos de uma viagem, por menor que tenha sido. Mas este pequeno gesto dependeu de um esforço físico tão grande, naquele momento, que teve espasmos musculares intensos.

Na Clínica, foi tratada com muito profissionalismo, agregado de um carinho contagiante. Observamos isto em todos os profissionais aque atuam lá - e são vários. E o procedimento é o mesmo com todos.

A Rebeca está se recuperando. Mostrou ser uma guerreira, que sabe lutar por sua vida e reage bem ao apoio das pessoas que a amam. 

Sabemos que está velhinha e que o tempo restante dela nesta dimensão é, cada dia, mais curto. 
Mais isto não importa. Já não importa. 

O que importa, agora, é que ainda a temos conosco. Deverá voltar para casa só dentro de alguns dias. Vai necessitar de uma atenção ainda maior de nós. E terá. Eu e a Rô daremos a ela muito mais amor e carinho, de agora em diante.

Neste episódio ela nos ensinou uma lição muito grande de amor. Que se manifesta de muitas formas. Até mesmo quando sua gatinha faz um tremendo esforço físico para demonstrá-lo.

Obrigado, Rebeca.

2 comentários:

  1. Poxa Roque, emocionante, passei algo parecido com meu Yorkshire (cachorro) - 14 anos agora, é incrível mesmo. Força para a Rebeca!! Abraços, Hugo.

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