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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Revisitando o Rastro da Serpente

No nosso regresso a Santa Catarina, depois de visitar o interior de São Paulo durante os feriados da Semana Santa, continuamos com o propósito de evitar rodovias ou estradas já conhecidas.

Assim, planejamos a volta pela SP-127 e BR-373, aproveitando para fazer o Rastro da Serpente.

Foto de Terezinha Becher
Saímos de Piracicaba, onde haviámos pernoitado, por volta das 8:30 horas.
Passamos por Saltinho, Arraial São Bento, Tietê, Cerquilho e Tatuí. Continuamos por Itapetininga até Capão Bonito, onde termina a SP-127 e sua excelente pista.
A partir daí, já a qualidade da estrada começou a se deteriorar, pois o trecho é compartilhado entre o governo federal (BR-373) e o estadual (SP-250). 
Adivinhem o que prevaleceu: isto mesmo, estrada em mal estado de conservação.
Até Guapiara não foi de todo ruim, considerando-se ser uma BR . . .

No trecho restante até Apiaí piorou bem, mas ainda dava para seguir , sem grandes emoções.
Paramos em Apiaí para fotografias e para almoçar, no Tuk’s. É um restaurante com um bufê de comida caseira que me lembrou a infância, em Minas Gerais. Uma delícia.

Osmar e Terezinha Becher
Quando saímos de Apiaí, em direção a Ribeira, na divisa com o Paraná, a cobra começou a fumar!

São 27,5 km de pura cratera. Parecia uma mistura de Bósnia com Iraque. Eu me pergunto se o Exército brasileiro anda usando a região como compo de treinamento de tiro real,  para algum regimento de artilharia.

A cada 100-120 metros de asfalto, tínhamos uns 50-80 metros de  montanhas e vales em miniatura. Claro que não eram um Himalaia, mas uma sucessão de buracos que deixariam a superfície lunar ruborizada.
Mais uma vez, as lembranças de Minas Gerais vieram à tona. 

Explico: quando eu era um menino pequeno em Barbacena, quero dizer, Santos Dumont, ir a Juiz de Fora era um programa sempre esperado. Afinal, havia o charme da Rua Halfeld com suas lojas. Em especial, a Lojas Americanas, numa galeria da Halfeld, onde apreciávamos um sanduíche Vitória, nome com que o festejado hamburguer era conhecido na época. Sem aditivos, só a mais pura carne bovina. Ah, os bons tempos de outrora . . . 

Pois bem, os 48,5  km de estrada que separavam as duas cidades tomavam umas 2 horas  para serem vencidos. Só buracos.  E ficou assim até que a antiga BR-3 (hoje, BR-040) fosse construída, no governo JK. Na maioria das vezes, íamos de trem. Mais civilizado, com certeza.

Bom, a BR-373, entre Apiaí e Ribeira, não fica muito distante daquela realidade da metade to século passado. No país do “nunca antes”, tudo fica igual no “quartel de Abrantes”.

Depois de chegarmos a Ribeira e cruzarmos a divisa do Paraná, em Adrianópolis, encontramos a BR-476 em muito bom estado, sem problemas até chegarmos a Curitiba. Por volta das 18:00 horas já estávamos no Ibis do Batel.
Foto de Terezinha Becher
Após um banho e troca de roupa, fomos comer um excelente hamburguer no Mustang Sally, na esquina da rua Cel. Dulcídio com a Alameda Dom Pedro II. 
Uma boa pedida, sempre.

7 comentários:

  1. Caro Wilson, estou estudando esta estrada para viajar de Santa Bárbara D'Oeste para Palmeira das Missões, passando por Curitiba. A minha ideia era não ir por São Paulo, pois, pelo Google até Curitiba seriam 458 Km. Já, passando por SP essa distância sobe para 530 Km. Você acha que é um bom negócio ir por Tietê e Apiaí. Ah, o seu post parece ser a melhor descrição dessa estrada na web. Abraços JAM Pigatto.

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  2. Pigatto,
    com exceção do trecho de 27,5 km entre Apiaí e Ribeira, a estrada está em boas condições de trânsito. Eu acho que vale a pena.
    Boa sorte.

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  3. Wilson, pena que as condições das estradas federais em Minas não são muito diferentes da que estão na sua lembrança. A BR-040, apesar de ligar duas das maiores e mais importantes cidades deste nosso Brasil, em boa parte se parece com esta foto que você tirou. Uma vergonha!!!

    Parabéns pelo relato.

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  4. Hugo Zampa - Rolândia Pr.6 de maio de 2011 às 20:55

    Caro Wilson! Estivemos nesssa estrada na mesma época, dias 21 e 22 de abril, podemos testemunhar os horrores do trecho entre Apiaí e Ribeira, realmente esta uma vergonha.
    Forte abraço iluminado
    Hugo Zampa

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  5. Caro Wilson,

    Muito obrigado pelas dicas. Passamos ontem por lá. A paisagem é deslumbrante, porém o trecho entre Apiaí e Ribeira realmente é deploráve. Há trafego apenas de caminhões que transportam calcário das minas que você deve ter visto ao longo da estrada. Sempre me perguntei porque não há uma alternativa econômica entre o interior de SP e Curitiba. Agora já sei o porque. Levamos 6 horas desde Santa Bárbara d'Oeste até Curitiba. Se tivessemos ido pelo Rodoanel e depois pela Régis Bitencourt teríamos levado o mesmo tempo (ou menos). Ainda assim, para quem quiser passear e não tiver pressa, trata-se de uma boa opção
    Forte abraço
    Pigatto (Palmeira das Missões - RS)

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  6. Grande Wilson!Sou harleyro tambem e estou saindo de Cabo Frio RJ p/ o Only bikers em Foz do Iguaçu nos dias 21 a 24/07/11.Vou fazer o rastro da serpente,mas só em ver essas fotos entre Apiaí a Ribeira me da tristeza.Mas vamos lá.Um grande abraço. PHD Valmir mota(valmirhm@bol.com.br)

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  7. Sábado (14/04/2012) será minha vez de percorrer o Rastro da Serpente. Irei com minha Boulevard M800, meu Marido com uma FAT e um amigo com uma Boulevard M1500, espero que S.Pedro colabore com essa aventura e nos presenteie com um lindo dia de SOL ...

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